A ÚLTIMA PREGAÇÃO DE DAVID WILKERSON


 
¹David Wilkerson (Hammond, Indiana, 19 de maio de 1931 - Texas, 27 de Abril de 2011) foi um reconhecido evangelista norte-americano. Começou sua carreira em meados de 1958 pregando para pessoas marginalizadas nos subúrbios de Nova Iorque e teve grande sucesso principalmente após a conversão de Nick Cruz, que era um chefe de uma temida gangue local. O seu livro autobiográfico A Cruz e o Punhal conta exatamente esse período de sua vida que durou 5 anos. Após esse período fundou o Desafio Jovem, um ministério destinado a resgatar jovens problemáticos, membros de gangues, viciados em drogas e alcoólatras, e de outras organizações destinadas a atividades evangelísticas para jovens. Em 1987 veio a fundar no coração de Nova Iorque, a igreja que ficou conhecida como "a igreja da Times Square". ²Em 27 de abril de 2011, enquanto dirigia para o leste pela rota 175, no Texas, em companhia de sua esposa, Wilkerson cruzou para a pista contrária, e colidiu frontalmente com um caminhão com reboque, nos subúrbios de Cuney, cerca de 95 quilômetros ao sudoeste de Dallas. Conforme a informação, não tinha colocado o cinto de segurança, e foi declarado morto no lugar. A sua esposa Gwen, que tinha colocado o seu cinto, apenas teve ferimentos leves. Wilkerson tinha 79 anos de idade.

Em sua última pregação, abaixo reproduzida, David Wilkerson ³"compartilha seu sentimento quanto a importância de minimizar nossas distrações e ocupações, retirando um tempo todos os dias para estar a sós com Deus e buscar Sua face. Ele encoraja esta geração a vencer sua adicção tecnológica, deixar de lado os aparelhos, sair do Facebook, dar um tempo do Twitter, para passar verdadeiras horas em oração".

"Bem, uma coisa que devemos dizer, antes de dizer qualquer coisa, é que Deus está aqui! [...] Eu estou um pouco nervoso, não prego há meses. Mas sabemos que o Espírito Santo está aqui. Eu quero falar com jovens pastores e jovens obreiros cristãos, e quem mais estiver aqui agora. Alguns jovens pastores vêm a mim pedindo: 'Posso ter apenas 15 minutos com você? Apenas para descobrir como Deus usou você.' Eles leram o livro (A Cruz e o Punhal), ou viram o filme, ou ouviram uma mensagem que falou com eles, mas claro que eu não poderia... isso é impossível. Mas eu gostaria de gastar esses 15 minutos com você nesse momento.

Estou com 79 anos de idade, preguei por 58 anos e vi muitas coisas, passei por muitas coisas, mas eu só quero conversar com vocês. Não preparei qualquer sermão, mas creio que meu coração está preparado para compartilhar algumas coisas com você, de forma que quando você sair, você perceba que não estávamos falando somente sobre a igreja, mas estávamos falando sobre você, sobre seu coração.

Ontem, quando estávamos orando uns pelos outros, um jovem pastor, e sua esposa, pediram por oração, e eu disse: Vocês poderiam resumir em uma palavra o que vocês estão passando? E eles disseram: 'Desencorajamento'. Não estavam depressivos, mas estavam desencorajados. Eu quero falar com você sobre o que aconteceu comigo quando meu coração ficou tão movido [...]. Eu pastoreei uma pequena igreja na Pensilvânia, uma cidade de cerca de 1.000 pessoas. Pastoreei essa pequena igreja com cerca de 100 pessoas. Elas eram pessoas boas, eram fazendeiros, eram mineradores, e eu os amei. Eu servi como pastor lá por 5 anos. Mas no quinto ano, algo já crescia dentro de mim há algum tempo... E via os mesmos rostos, ninguém estava salvo... e tínhamos belos chalés próximos à igreja, e tínhamos o suficiente para continuar a vida. Então eu fazia o que a maioria de nós faz: eu tinha meu tempo devocional, lia minha Bíblia, principalmente para ter o que pregar, e ocasionalmente eu lia para tentar me aproximar do coração do Senhor. Não era um homem instruído, pois tive apenas 1 ano de Escola Bíblica. Mas meu pai... eu venho de uma linhagem de pastores, pregadores. Creio que sou a oitava geração que se estendem até a Guerra Civil, onde meu tataravô morreu. Então venho de uma linha de pregadores, e meu pai me ensinou a orar, a buscar a face de Deus. Ele disse: 'David, existem apenas 24 horas em um dia, isso era tudo que Elias tinha, e ele orou. Você pode orar como Elias. Deus sempre abre caminho para os homens de oração'. Eu fui ensinado a orar já na adolescência. Eu me lembro de orar, e ser tocado tão poderosamente pela mão de Deus, que eu me deitava prostrado diante do Senhor, e quando eu tentava me levantar, era como se uma mão, eu não podia vê-la, mas era como se me empurrasse de volta ao chão. E aquela sensação era tão emocionante, tão incrível, ter a mão de Deus fazendo você se deitar, que você começa a rir, chorar... é tão incrível, o toque... eu conheci o toque de Deus.

Eu fui chamado quando eu tinha 8 anos de idade ao ministério [...]. Eu me cansei, fiquei preocupado de ser uma igreja pentecostal e não ver algo acontecer. Pregando para as mesmas pessoas, 4 canções, reuniões de testemunhos, sermão, apelos; mas nunca via ninguém no altar. Então eu cheguei à conclusão que, se aquilo era pentecoste, eu não o queria... todos esses anos entre 4 paredes e não víamos ninguém... Claro que não saíamos para ver alguém. Então comecei a buscar a face de Deus, e quando você começa a buscar a face de Deus, o diabo vai trazer uma série de interrupções. Ouça minhas palavras. Se você definir seu coração para buscar Deus, se você colocar seu coração para buscá-Lo, o diabo vai colocar sobre você uma série de interrupções. Você receberá ligações como nunca recebeu antes. O diabo fará de tudo para afastá-lo do lugar de oração. [...]

[...] Deus dirige corações. Quando Deus quer fazer algo por uma geração, por uma cidade, Ele vai dirigir o coração de alguém, cujo coração deve ser dirigido. E se você permitir que o Espírito Santo dirija seu coração, algumas vezes Ele o faz. Porém, se você permitir, dizendo: 'Eu vou orar; eu vou buscar a Deus; eu vou ser um homem de oração...'. Mas vai ser o Espírito Santo que vai ter que fazer isso. Você pode passar por todo esse livro (a Bíblia). Você ouve de Elias, você ouve de todos os profetas maiores, e dos profetas menores: 'Ele colocou seu coração para buscar a Deus', ou 'ele cravou seu coração em Deus'. Houve uma decisão tomada. E eu tomei uma decisão, eu buscaria a Deus. Houve interrupções, surgiu de tudo para me manter afastado da oração, de ficar de joelhos. Eu creio que você precisa achar um lugar solitário, um lugar a sós com Deus, onde você vai e sabe que se encontrará com Deus. E este é seu lugar, o lugar onde Deus fará terra santa. O meu era entrar em um carro, e ir para perto de uma colina, onde minha esposa podia ver o carro. E eu entrava na floresta. E eu disse: 'Senhor, eu vou cravar meu coração, eu vou buscar o Senhor. Eu não estou satisfeito'. Eu estive em conferências, mas eu saía com o mesmo desencorajamento, nada acontecia. Por trás de cada pastor de sucesso, seja em ministérios pré-igreja ou nas próprias igrejas, você sempre encontrará um homem de oração, uma mulher de oração. E eu entrava naquele carro, entrava na floresta, levava a minha Bíblia e dizia: 'Senhor, eu não estou buscando uma palavra para um sermão, eu estou buscando Seu coração'. E eu ficava lá por semanas. Se alguém vinha à minha casa, minha esposa apontava para o carro. Pois eu acreditava que eu devia estar satisfeito com cada área da minha vida. Tinha que haver algo a mais do que aquilo que eu vinha experimentando. Eu queria ver o pentecoste. Eu não queria ter apenas pessoas falando em línguas, e falando de suas experiências pentecostais, o que é bom, e eu não menosprezo isso. Mas eu vejo muitos pastores ao redor do mundo - Greg e eu visitamos cerca de 60 países nos últimos 6 anos - e esse desencorajamento está por todo o planeta. Este conceito de ser pentecostal, de ter poder, unção do Espírito Santo, e você não vê nada disso acontecendo, apenas pequenos pontos... Então você vai a este lugar, ao menos foi o que fiz, e se eu tivesse que me sentar e conversar com algum jovem pastor, seria isso que eu daria maior foco, a importância de separar um lugar e um tempo, onde você diga: 'Senhor, custe o que custar, o Senhor tem que fazer algo em meu coração'.

Teve um casal que veio da Inglaterra à Igreja Times Square, alguns anos atrás, eram pessoas de meia idade, de uma igreja em Londres com cerca de 700 pessoas. A igreja deles começou a cambalear, contava então com apenas 500 pessoas. Então eles tiraram 3 meses de férias e viajaram pelos Estados Unidos visitando lugares de avivamento, tentando entender o segredo; algo que pudesse impedir a saída das pessoas da igreja deles, a diminuição da unção. Eles passaram por todas as reuniões de milagres, passaram por igrejas enormes, procurando pelo segredo, por coisas, elementos, pelos quais poderiam usar para atrair as pessoas. Eles foram ao altar e me disseram: 'Nós estivemos aqui (nos Estados Unidos) por três meses, viajando por todo lugar, procurando por algo que nos ajudasse trazer um avivamento, e não conseguimos entender o porquê das pessoas estarem saindo da igreja.' Daí eu hesitei, eu não tinha uma palavra para eles. Contudo, o Espírito Santo veio sobre mim, e eu apontei para a esposa e disse: 'Minha querida, eu ouço o Espírito Santo dizer que uma vez você esteve em chamas por Deus, era uma mulher de oração, buscava a face de Deus, e Deus usou você poderosamente para encorajar seu marido'. Então, ambos começaram a chorar. E disseram: 'Pastor David, este é o primeiro lugar que sentimos a presença do Senhor. E sentimos a necessidade de voltarmos para casa e cairmos de joelhos, e buscarmos a face de Deus'.

Eu me lembro a unção que veio, através daquelas horas que designei para oração. Nada era mais urgente, nada era tão necessário em minha vida do que voltar a orar. E eu me lembro de tentar me levantar diante das pessoas mas, quebrantado, chorei... Eu não sabia o porquê do choro. Era o Espírito Santo, claro. Mas me lembro de cair prostrado... e as pessoas, caindo ao lado dos assentos, gemendo e clamando a Deus. Você percebe, quando você começa a buscar a Deus, apenas para buscar Sua face, quando você jejua e ora por alguém, eu creio que seja importante e necessário, mas deve haver um momento em que você diz: 'Senhor, eu preciso conhecê-Lo. Preciso conhecer o toque de Deus, preciso ter algo a mais do que aquilo que tenho'. E eu tinha um pequeno quarto de oração em nosso pequeno chalé, cerca de 2 x 3 metros. Então coloquei um carpete, que me lembro, era verde, e eu simplesmente disse: 'Deus, eu quero saber porque o Senhor está dirigindo o meu coração. Eu quero saber do que tudo isso se trata. O Senhor está abrindo uma porta? O que é?' Eu não sabia. E isso já foi dito na 'Cruz e o Punhal' (livro escrito por David Wilkerson), mas apenas gostaria de compartilhar meu coração com você sobre isso. Eu disse: 'Senhor, o Senhor tem que me dizer o que está acontecendo, pois eu estou quebrantado, eu choro diante de Ti, e o Senhor está revelando a palavra a mim', pois eu levava a Bíblia comigo lá nas florestas, apenas para conhecer a Deus, apenas para me aproximar Dele. Eu não estava orando pelo ministério, eu não estava orando por alguma coisa qualquer, mas eu orava: 'Deus, faça-me... use minha vida... o Senhor me chamou quando eu era apenas um garoto... há mais do que isso. Isso não é pentecoste. No pentecoste milhares foram salvos, e haviam frutos, bênçãos do Senhor, e eu não as tenho. Eu tenho pregado sermões secos.'  Então um dia, quando eu estava lá, lendo revistas que estavam na minha mesa, o Espírito Santo disse: 'Pegue e leia'. E a foto trazia 7 garotos, e claro que aquilo foi o que me guiou ao meu chamado em Nova Iorque. E eu entendo que toda vez que Deus quer fazer algo novo em minha vida, haverá essa direção, e alguns de vocês, jovens pastores, que estão aqui nessa conferência, foram desafiados e sentiram algo em seus corações. Mas eu me lembro o que um grande profeta disse a mim, Leonard Ravenhill, um querido amigo, ele era um dos meus parceiros, e editor de nossa revista. Ele era o Elias moderno. Falávamos do que acontecia em minha vida, pois ele morava a alguns quilômetros de onde morávamos, ele escreveu 'Sedentos por Avivamento' e outros livros excelentes. Ele era um Elias moderno. E discorríamos sobre isso, sobre a urgência de se orar e jejuar, buscar a face de Deus. E ele disse: 'David, eu vou lhe dizer qual é o verdadeiro problema da igreja de Jesus Cristo, os pregadores não oram!' Ele disse então: 'David, estou lhe dizendo, aonde quer que eu vá, aonde quer que eu pregue, eu prego sobre isso, que os pregadores não oram. Então os altares se enchem e confissões são feitas, pessoas reconhecendo que não oram. Alguns dizem que não oram há meses, outros nem mesmo acreditam que a oração ainda funciona, pois eles não vêem respostas imediatas.' Eu tenho descoberto isso em todo o mundo, que os pregadores não oram. A maior parte deles... Como eu disse antes, todo lugar que você achar uma igreja bíblica em que as pessoas estão sendo salvas, você encontrará um homem, talvez mais do que um, mas você achará um homem que se prostra diante de Deus, e que colocou como seu objetivo primário, prostrar-se diante de Deus e buscar Sua face.

Tenho falado com vários de vocês nessa conferência... Você se sente desencorajado, você veio desencorajado. Se eu pedisse para que levantassem as mãos, dezenas de mãos seriam levantadas. Haveria esposas de maridos, que estão no ministério, e encaram problemas e desespero, ainda assim vocês não permitem que Deus dirija seus corações, e algumas de vocês, que estão aqui agora, eram guerreiras de oração. Vocês buscavam a face de Deus. Quando havia problemas na igreja, vocês oravam para ver a face de Deus, e Deus lhes respondia. E agora, algumas de vocês, permita-me dizer-lhes com amor, estão plantadas de frente a televisão assistindo ao programa 'Ídolos', e vocês sabem mais da disputas desse programa do que o que tem sido feito pelo Espírito Santo na igreja. Eu estou pedindo-lhes agora, estou pedindo pelo Espírito Santo, pois eu sei que o Espírito Santo está sobre mim... Eu estou pedindo às mães de Sião, onde vocês estavam na noite de sábado antes do Culto? O que vocês estavam assistindo? Onde está seu coração? E quanto à frieza? Esse pequeno tempo que você dá em oração por seu marido, e pela igreja e por sua família... Onde está o fardo do Senhor? Eu orei por toda minha vida, em todo meu ministério, tenho pregado por 58 anos, e sempre orei para que meus filhos tivessem o fardo do Senhor. Eu estava lendo esta manhã, acho que o capítulo 11 de Atos, Paulo desce para Antioquia, ele estava em Jerusalém e disse que eles não acrescentaram nada a ele ali. Então ele ficou sabendo o que estava acontecendo em Antioquia, sobre um homem negro, seu nome era Simão. E havia profetas e professores, e havia reuniões de oração. Então Paulo vai para Antioquia, e a história em bem clara em como um homem recebe um chamado de Deus. A Bíblia diz que eles estavam simplesmente dando seus tempo e adoração. A palavra viva diz que eles adoravam... Eu não sei quantos dias que eles ficaram lá... A Bíblia diz que eles ministraram ao Senhor, em primeiro lugar, e depois eles jejuaram. E jejuaram novamente... Então, baixaram as mãos, e o Espírito Santo os enviou. Foram enviados pelo Espírito Santo.

Deus tem me abençoado pelos anos. Tenho conhecido a mão de Deus. E Ele me dirigiu novamente, cerca de 25 anos atrás. Eu senti aquela mesma direção (de antes). Eu me pergunto quantos de vocês entendem do que eu estou falando, de quando o Espírito Santo quer fazer algo e começa a dirigir você de cima a baixo. Ele entra no âmago e interfere... Ocorre uma espécie de insatisfação divina, como se algo desejasse por mais, e não se trata de uma viagem pelo ego, não se trata de algo que você queria fazer... Deus dirige o interior, e Ele começou a mover o meu interior novamente, e eu estava pregando à multidões, e Deus estava me usando... daí senti um dirigir em meu coração. Eu organizava encontros nas ruas todos os verões de Nova Iorque, pois aquele era meu lugar favorito para pregar, nas ruas. Eu ouvi o Senhor dizer: 'Volte a buscar minha face novamente.' Eu estava orando naquela época, mas desta vez era algo como: 'Dê-se em oração!' Refaça sua agenda, de forma que você tenha tempo de buscar Sua face. [...]

Eu sinto que alguns de vocês estão desencorajados nesse momento, e estão desanimados, pois vocês tentaram, de forma geral, vocês oraram, buscaram o Senhor, jejuaram e estão dizendo: 'Nada aconteceu!' Contudo, o que estou tentando dizer é que vocês devem ir ao Senhor e dizer: 'Senhor, eu não saio daqui, eu não vou parar enquanto não receber uma resposta! Eu não vou deixar o Senhor ir. O Senhor tem algo... O senhor está dirigindo meu coração, então tem algo que o Senhor quer que eu faça, e eu vou esperar até que o Espírito Santo diga!'

Eu sei que, quando eu fui para Nova Iorque pela primeira vez, a fim de lidar com drogados, eu sabia que o Espírito Santo tinha me enviado, porque eu estava com Ele, porque Ele veio sobre mim; Ele baixou Sua mão sobre mim. E eu não acho que aquilo é único; eu não acho que aquilo foi só para mim, ou para poucos outros usados por Deus. Mas eu creio que têm pessoas aqui sendo dirigidas neste momento, e você não pode sair dessa conferência, você não pode voltar pra onde você estava, ficar parado, satisfeito... ou dizer que 'esse é o meu destino, é assim que minha vida vai ser, estou destinado a apenas ficar por aqui, ser assim.' Pessoal, já parei pra pensar, o que teria acontecido se eu não tivesse firmado meu coração para buscar Deus, ir para Nova Iorque e falar com aqueles garotos... a foto de 7 garotos assassinados... 'Vá para lá!' Eu creio que todo ministério verdadeiro nasce de uma intimidade com Deus, eu creio que o Espírito Santo está sempre sondando; Deus está sempre dirigindo, por Seu Espírito. E Ele vai usar um instruído, Ele vai usar um aqueles que nunca conheceram o fluxo do Espírito Santo. E Ele pode trazer a você algo tão além do que você tenha concebido em sua mente [...]. Eu fui para Nova Iorque pesando 53 quilos, sem instrução... Mas havia algo que veio daquela intimidade com o Senhor, e era o espírito de fé, que veio através da leitura da Bíblia. Eu não orava pela fé, pois a fé vem pelo ouvir. Basta você ler a Palavra e a fé virá. Você não tem que descobrir uma forma, é só ler a Bíblia e a fé virá.

Deus dirigiu meu coração novamente cerca de 23 anos atrás. Eu estava nas ruas de Nova Iorque pregando novamente, e eu vi o pecado e a degradação da Rua 42, Times Square, Broadway, e o Espírito Santo sussurrou ao meu coração: 'Volte à oração e busque a minha face, como você fazia no começo!' Estipulei um período e comecei a buscar a face Dele e a chorar diante do Senhor. Então, voltei para Nova Iorque cerca de 1 ano depois, com o mesmo julgo. O Senhor disse: 'Eu quero que você levante uma igreja, e precisa ser na Broadway, tem que ser visível, pois eu quero usá-la para os últimos dias.' E Deus ouviu nossas orações. Ele nos deu um dos mais belos teatros dos Estados Unidos. E Deus disse claramente à mim, que Ele abriria os altares se tivéssemos fé, e se crêssemos toda vez que estivéssemos naquele púlpito sob a unção do Espírito Santo, as pessoas sempre viriam ao altar. O Pastor Carter é testemunha disso. Nós temos o que chamo de 'altares abertos', e temos visto este fruto. Mas eu não acho, olhando para trás, eu não acho que aquela igreja estaria aqui, e tocando o mundo, se eu tivesse desobedecido aquela palavra do Espírito Santo... E eu sei que o Espírito Santo me enviou lá. E eu sei que isso veio através de intimidade com Deus. A palavra do Senhor veio... Eu não vou falar muito mais, estou falando como um pai...

Precisamos voltar a buscar a face de Deus. É urgente! Eu vejo jovens pastores 'twittando'. Eu vejo toda essa tecnologia. E eu vejo mulheres, homens e especialmente jovens teclando o tempo todo. Estou falando sério sobre isso. Você gasta mais tempo com a sua tecnologia do que com o Espírito Santo. Eu estou falando do Trono agora. Provavelmente uma das coisas mais perigosas que aconteceu à essa geração... Tem muitas coisas boas que vêm dela, mas eu vejo toda essa tecnologia nova, e eu vejo cristão entrando em filas por horas, apenas para ter acesso ao mais recente lançamento. Isto está afastando você do lugar de oração. Tirando você de fixar a sua mente em coisas eternas. Bem, você pode dizer: 'Eu gastei certo tempo em oração essa manhã, eu li minha Bíblia.' Não, eu estou te dizendo, implorando a você, pelo poder do Espírito Santo. Paulo dizia que sua pregação era resistida por algumas pessoas. Sei que esse espírito de desencorajamento, que está sobre alguns de vocês, vai piorar até que o leve à beira do desespero, ainda que vocês façam uma espécie de jejum de tecnologias. Eu estou lhes dizendo, alguns de vocês estão tão ligados às suas tecnologias, Facebook, ou seja qual for o site de relacionamentos, e gastando tanto tempo preocupados... Pois quando você não tem uma mente livre, você tem todas essas coisas entrando e movendo em sua mente, e todas essas mensagens para atualizar, e todas essas coisas que estão ocupando sua mente, te mantendo ocupado... Você tem tempo para isso, mas não tem tempo para oração.
 
Continua batendo em meu coração o que disse o irmão Ravenhill: 'Pregadores não oram'. Isso não é uma acusação. Isso vem de um homem que conhecia Deus e orava como poucos homens que conheci. Volte a jejuar!... Se você quer saber os segredos do que Deus está fazendo, é através do jejum e da oração... Desenhe um círculo apertado e busque a Deus dentro deste círculo. Jesus desenhou um pequeno círculo ao redor do que Ele fora chamado para fazer por Seu Pai. Teve uma pessoa que veio a Ele pedindo para que ajudasse com um problema com seu irmão, pediu por orações ou aconselhamento, e Jesus disse: 'Não! Isso não faz parte do meu chamado.' E muitos de vocês têm um círculo tão grande que não conseguem achar tempo para orar. E se você apertar seu círculo e começar a dizer não para algumas pessoas ao seu redor, especialmente se você tem múltiplas tarefas o tempo todo... Em minha vida eu desenhei um círculo e fiquei dentro desse círculo, e aprendi a dizer não a qualquer coisa que me roubasse o tempo do Senhor [...]."

Fontes:

¹Wikipédia
²Site Águas Vivas
³Youtube

O NATAL É UMA FESTA MALÍGNA?


 Há quem considere o Natal uma festa malígna. Não é o caso do Pastor Ciro Sanches Zibordi, da Igreja Evangélica Assembleia de Deus (Rio de Janeiro), que publicou em seu perfil no Facebook, um texto comentando sobre o Natal e sobre alguns líderes evangélicos que criticam esta comemoração. Leia abaixo o texto na íntegra.
 
 Uma resposta aos “experts” que satanizam o Natal
  
Hoje começa o mês de dezembro. E pessoas do mundo todo falarão ainda mais sobre o Natal, mesmo sem conhecerem o seu real significado. No mundo que jaz no Maligno, aumenta o número de pessoas que odeiam a Cristo e seu Natal. E, no meio evangélico, a cada ano, surgem mais e mais “entendidos” que satanizam essa celebração e até apresentam razões para ignorarmos o nascimento de Cristo.
 
Pastor Ciro Sanches Zibordi
Sinceramente, os motivos para odiar ou satanizar o Natal são risíveis, a despeito de eu chorar ante a ignorância dos cristãos (cristãos?) inimigos do Natal. Estes têm dito, por exemplo, que o Natal “traz em seu bojo um clima de angústia e tristeza”, e que isso ocorre por causa de “um espírito de opressão que está camuflado, escondido atrás da tradição romana que se infiltrou na igreja evangélica, e que precisamos expulsar em nome de Jesus”.
 
Meu Deus! Desde a minha infância aprendi a celebrar o Natal de Cristo. Lembro-me com muita alegria das peças, poesias e cantatas natalinas, além das maravilhosas mensagens de Natal, ministradas por homens de Deus. A lembrança da encarnação do Senhor propicia alegria na alma, e não tristeza! Prova disso é que vários hinos da Harpa Cristã, hinário oficial das Assembleias de Deus, nos estimulam a celebrar o Natal de Cristo. Vejamos especialmente os hinos 21, 120, 366, 481 e 489.

Receio que os inimigos do Natal tenham se deixado influenciar por outro espírito, o do Anticristo, que já está no mundo (1 Jo 4.3). Vivemos em uma época em que o Diabo deseja, a todo custo, fazer com que o nome de Jesus desapareça da face da terra. E uma de suas estratégias é apresentar “outro evangelho”, fanatizante, farisaico, legalista, que procura desviar os salvos da verdade, carregando-os de ordenanças, como: “não toques, não proves, não manuseies”, as quais “perecem pelo uso, segundo os preceitos e doutrinas dos homens” (Cl 2.20-22).
 
Tais “experts” em apreço dizem, também, que a Bíblia não apresenta um mandamento para celebrar o Natal… O que eles queriam, que Deus ordenasse: “Celebrai com júbilo o Natal de Cristo, todos os moradores da terra”? Nem tudo, nas Escrituras, é tratado por meio de mandamentos. Ela é também um Livro de princípios, doutrinas, tipos, símbolos, parábolas, metáforas, profecias, provérbios, exemplos, etc. E um grande exemplo foi dado pelos anjos de Deus, que celebraram o Natal de Cristo, dizendo: “Glória a Deus nas alturas, paz na terra, boa vontade para com os homens!” (Lc 2.14).

 Mas, se tais cristãos são fanáticos a ponto de se apegarem a questiúnculas, parem de comemorar o Dia do Pastor, o Dia da Bíblia, o Dia da Escola Dominical, o Dia de Missões, etc. Ah, e também parem de receber presentes de aniversário, pois não há nenhum mandamento bíblico do tipo: “Eis que presentes receberás no dia do teu aniversário”.
 
O fanatismo dos inimigos do Natal é tão grande que os leva a seguir pensamentos extremistas, como este: “O Natal é uma festa que centraliza a visão do palpável e esquece do que é espiritual. Para Jesus o mais importante é o Reino de Deus, que não é comida e bebida, mas justiça e paz no espírito”. Dá-me paciência, Senhor! Eles nunca aprenderam que o cristão é diferente do mundo, a despeito de estar no mundo? Conquanto o Reino de Cristo seja preponderantemente espiritual, somos pessoas normais. Precisamos trabalhar, estudar, nos alimentar… O cristão que se preza conhece o verdadeiro sentido do Natal e sabe distingui-lo do Natal secular, sincrético, consumista (cf. 1 Co 10.23-32).
 
Inimigos do Natal que lerem este artigo poderão argumentar: “a igreja do Senhor está vivendo a época profética da festa dos tabernáculos, que significa a preparação do caminho do Senhor, e, se você prepara o caminho para Ele nascer, não o prepara para Ele voltar”. Onde eles aprenderam isso? Tenho certeza de que não foi na Escola Dominical nem em uma instituição de ensino que preza a ortodoxia. Eles se opõem à celebração do Natal em razão de não haver um mandamento específico… Mas, ao mesmo tempo, se apegam a uma aplicação “forçada” da festa dos tabernáculos para se opor ao Natal de Cristo? Haja incoerência!
 
Uma das doutrinas fundamentais da Palavra de Deus é o nascimento do Senhor Jesus, isto é, a sua gloriosa encarnação (Jo 1.14; 1 Tm 3.16). Aliás, a obra da expiação está em um tripé: nascimento do Senhor, sua morte e sua ressurreição (Gl 4.4; 1 Co 15.1-4). Ignorar o Natal de Cristo é negar parte de sua obra salvífica.
 
Mas os inimigos do Natal vão alegar que o nascimento de Jesus não tem mais nenhum sentido profético, pois todas as profecias que apontavam para sua primeira vinda ao mundo já se cumpriram… É mesmo? Então, para eles, a Bíblia é apenas um tratado de escatologia, que se ocupa exclusivamente de assuntos relativos ao futuro? Ora, as Escrituras apresentam muitas doutrinas escatológicas, porém elas também contêm teologia, cristologia, pneumatologia, antropologia, hamartiologia, soteriologia, eclesiologia e angelologia. Sabemos que o Natal de Cristo está ligado diretamente à cristologia e à soteriologia. Entretanto, como todas as doutrinas bíblicas são intercambiáveis, em Apocalipse 12 há uma menção ao Menino Jesus! Será que os sapientíssimos fariseus do século XXI já atentaram para isso?
 
Outro motivo alegado para não comemorarmos o Natal de Cristo é o dia 25 de dezembro. Os opositores do Natal dizem que essa data foi estabelecida pela Igreja Católica Romana. Mas, à época, a intenção foi boa! Considerando que já havia uma grande comemoração pagã no mesmo dia, o imperador obrigou a todos a se lembrarem do dia natalício de Cristo. Se um dia ocorrer um grande avivamento no Brasil, e todos os poderes se converterem ao Evangelho, e ficar estabelecido que 12 de outubro é o Dia de Louvor a Jesus Cristo, nos oporemos a isso, sob a alegação de que essa data fora outrora consagrada à Senhora Aparecida?
 
“Ah, mas o Natal se tornou um culto comercial que visa render muito dinheiro. Tirar dos pobres e engordar os ricos. É uma festa de ilusão onde muitos se desesperam porque não podem comprar um presentinho para os filhos”, os inimigos do Natal argumentarão. O que isso tem a ver com o verdadeiro sentido do Natal de Cristo? A Páscoa também é aproveitada pelo mundo capitalista para explorar o consumismo. Vamos ignorar a Páscoa por causa disso?
 
Se há uma celebração de Natal que prioriza o comércio, existe, também, uma celebração que prioriza Cristo! Segue-se que esse motivo alegado para não celebrar o Natal de Cristo é reducionista, generalizante e preconceituoso. Tais “entendidos” acusam o Natal de ser uma festividade “baseada em culto a falsos deuses nascidos na Babilônia. Então, se recebemos o Natal pela igreja católica romana, e esta por sua vez recebeu do paganismo, de onde receberam os pagãos? Qual a origem verdadeira?” Quanta ignorância! O Natal de Cristo precede e transcende o paganismo da Igreja Católica Romana.
 
Lembrar do nascimento de Cristo, descrito na Bíblia, e glorificar a Deus por ter nos dado o seu Filho Unigênito é lícito e conveniente. Isso nada tem a ver com Roma, Babilônia, etc. Ademais, o fato de o Natal ser celebrado também pela Igreja Católica Romana não torna o Natal de Cristo idolátrico. Caso contrário, a missa, com a sua hóstia, tornaria a Ceia do Senhor igualmente idolátrica, não é mesmo? Esses cristãos inimigos do Natal pensam que sabem muito, mas estão redondamente enganados! Idolatria é condição do coração. Ela não é um pecado praticado de modo subjetivo.
 
Finalmente, tais “entendidos”, inimigos do Natal, reprovam e até proíbem a celebração do Natal de Cristo por causa de Papai Noel, duendes, gnomos, decorações natalinas e outras coisas mundanas. Mas cometem um grande pecado, ao se mostrarem mais santos do que os outros. Coam mosquitos e engolem camelos. Além disso, interferem na liberdade que Cristo outorgou aos seus seguidores e exigem um padrão de santidade que nem a Palavra de Deus exige! Meditem em Eclesiastes 7.16,17.
 
Graças a Deus, a maioria dos seguidores de Cristo não aceita essa interferência fanatizante em sua liberdade. Caso contrário, o cristianismo se transformaria em uma religião extremista, fanática, sectária, e tudo passaria a ser pecaminoso: bolo de aniversário, vestido de noiva, terno, gravata, calça jeans, passeio no shopping… Aliás, já houve um tempo em que o rádio era a caixa do Diabo, e o crente não podia usar perfume! Que Deus nos guarde do legalismo farisaico!

Ulrico Zuínglio - O Reformador Suíço

Quando se fala de Reforma Protestante na Suíça, geralmente pensamos logo em João Calvino que, inclusive, não era suíço. Poucos conhecem Ulrico Zuínglio, líder da reforma suíça. Assim sendo, segue algumas informações sobre esse suíço que foi levantado por Deus para, paralelamente com Martinho Lutero, que atuava na Alemanha, trazer luz sobre as trevas que foram lançadas sobre o Evangelho pela Igreja Católica Apostólica Romana, durante um longo período da Idade Média.
 
¹"Ulrico Zuínglio, em alemão Ulrich (ou Huldrych) Zwinglio, (Wildhaus, Cantão de São Galo, 1º de janeiro de 1484 — Kappel am Albis, 10 de outubro de 1531) foi um teólogo suíço e principal líder da Reforma Protestante na Suíça.
 
Zuínglio foi o líder da reforma suíça e fundador das igrejas reformadas suíças. Independentemente de Martinho Lutero, que era doctor biblicus, Zuínglio chegou a conclusões semelhantes pelo estudo das escrituras do ponto de vista de um erudito humanista. Zuínglio não deixou uma igreja organizada, mas as suas doutrinas influenciaram as confissões calvinistas.
 
Biografia
 
Nasceu numa família rica da classe média, foi o terceiro de oito filhos. Seu pai Ulrico era o magistrado chefe da cidade e o seu tio Bartolomeu o vigário.
 
Fez os primeiros estudos em Basileia e Berna, e os estudos superiores em Viena e depois em Basileia, onde, em 1506, obteve o 'Magister Sententiarum' (o título de Mestre das Sentenças de Pedro Lombardo). No mesmo ano foi ordenado sacerdote e destinado à paróquia de Glanora, na qual desempenhou com dedicação suas funções pastorais, sem descurar, por isso os estudos e os contatos com o mundo da cultura, tornando-se um convicto fautor do humanismo.
 
Em 1516 foi transferido para a abadia de Einsiedeln como capelão. Naquele santuário, a exuberância das práticas religiosas, que, nos fiéis, raiava pela superstição e, no clero, pelas práticas simoníacas, chocou profundamente o espírito do jovem sacerdote, preparando-o para as ideias da Reforma Protestante que não tardariam em vir da Alemanha.
 
Datam deste período os primeiros contatos com Erasmo de Roterdã, do qual se tornou grande admirador e em larga escala também seguidor.
 
A partir da esquerda: minha mãe, Pr. Eric Bergier
e minha esposa (foto tirada junto à estátua de
Ulrico Zuínglio, em Zürich - Suíça)
Em 1519 foi transferido como cura da catedral, para Zurique, onde em suas pregações começou a criticar com insistência as indulgências e a comentar a Sagrada Escritura segundo o 'evangelho puro', inspirando-se nos escritos de Lutero, que ele considerava substancialmente na linha do reformismo de Erasmo ou pelo menos não em antítese a ele. Mais tarde também atacou o celibato eclesiástico e o jejum e começou a conviver com uma viúva, a qual desposou publicamente em 1524. A partir de 1522 começou a criticar cada vez mais radicalmente a devoção a Nossa Senhora e aos santos, a autoridade dogmática e disciplinar dos concílios e dos papas, o culto das imagens, a missa como sacrifício. Em vista disso, o bispo de Constança proibiu-o de pregar, acusando-o de heresia.
 
A partir de 1522, ano em que se casou secretamente com Anna Reinhard, Zwingli se empenhou na obra da Reforma. Partindo do princípio de que só a Bíblia contém a doutrina necessária para a salvação, preparou 67 breves artigos de fé. Neles afirmava que Cristo é o único chefe da igreja e que a salvação se opera pela fé. Em De vera et falsa religione commentarius (1525; Comentário sobre a verdadeira e a falsa religião), negou o caráter sacrificial da missa, a salvação pelas obras, a intercessão dos santos, a obrigatoriedade dos votos monásticos, a existência do purgatório. Afirmou o caráter simbólico da eucaristia, divergindo de Martinho Lutero, que tomava de forma literal as palavras de Cristo 'este é o meu corpo'.
 
A reforma de Zuínglio foi apoiada pelo magistrado e pela população de Zurique e levou a mudanças significantes na vida civil e em assuntos de estado em Zurique. O governo de Zurique anulou a proibição do bispo, introduziu a língua alemã na liturgia e aboliu o celibato eclesiástico. A Reforma Protestante propagou-se desde Zurique a cinco outros cantões da Suíça, enquanto que os restantes 5 ficaram firmemente do lado da fé católica-romana.
 
Zuínglio organizou sessões de debate teológico, nas quais os argumentos dele e de outros protestantes eram confrontados com os argumentos da Igreja Católica oficial. Normalmente, os seus argumentos eram mais convincentes e estas sessões acabavam por ser um fortalecimento da reforma. Em Janeiro de 1523, foi organizada uma disputa em Zurique, com a presença de seiscentas pessoas, que assistiram a uma confrontação entre Zuínglio e os enviados do Bispo de Constança. Ao contrário do modelo medieval (disputatio), esta forma de disputa tem lugar em local público e não numa sessão fechada ao público, algures numa universidade, sendo falada em alemão e não em latim. Em 1528, uma sessão semelhante teve lugar em Berna.
 
Zuínglio tentou sem êxito a aliança entre Zurique, França e a Savoia, mas conseguiu organizar uma Aliança Cívica Cristã, que em 1529 já contava com vários cantões, iniciando-se a luta armada. Decidido a pôr fim ao perigo de intervenção imperial, em face da hostilidade dos cantões católicos, Zuínglio incitou o Conselho de Zurique a atacá-los e, ao acompanhar as tropas como capelão, encontrou a morte em batalha, perto de Kappel am Albis, em 11 de outubro de 1531. Crê-se que o seu cadáver foi esquartejado e dado às chamas.
 
Zuínglio e Martinho Lutero
 
Meus pais (foto tirada junto à estátua de
Ulrico Zuínglio, em Zürich - Suíça)
Martinho Lutero frequentemente atacava algumas afirmações de Zuínglio. Muitas tentativas foram feitas para a aproximação dos dois reformistas, mas nunca tiveram sucesso. Quanto à visão teológica, a de Zuínglio tem muitos elementos em comum com a de Lutero nas negações, mas é muito diferente dela nas afirmações. De fato, o motivo que levou Zuínglio à Reforma é precisamente o contrário ao de Lutero. Este último era movido por razões fideístas: a incapacidade do homem, em virtude das quais o homem e Deus estão separados por um abismo tão grande que nenhuma série de intermediários jamais poderá transpor. Zuínglio, ao contrário, apoiava-se em motivos racionalistas e humanísticos: a bondade essencial do homem, que faz com que ele não precise de nenhuma série de impulsos para subir até Deus, porque está em condições de fazê-lo sozinho. A tendência racionalista da reforma zuingliana pode ser notada imediatamente nas seguintes doutrinas: redução do pecado original a um simples vício hereditário não merecedor de condenação eterna e sem diminuição das forças éticas do homem; valor positivo da Lei e não meramente negativo; felicidade eterna acessível também aos sábios pagãos que tivessem praticado a lei moral natural. Lutero e Zuínglio estão muito longe um do outro tanto pelos motivos teológicos quanto pelos motivos que se propuseram com a Reforma: enquanto Lutero que responder à questão 'como serei salvo?' Zuínglio propõe outra: 'como será salvo o meu povo?'.
 
A grande preocupação de Lutero, tanto em Erfurt quanto em Wittenberg, era a salvação de sua alma. Não era certamente uma angústia egoísta porque pode-se dizer que ele tomou sobre si a angústia de toda a sua época. Mas o que constituía o tormento de Zuínglio era a salvação de seu povo.
 
Ulrico Zuínglio morreria em 1531, e com sua morte, parecia que a reforma na Suíça acabaria. Mas o movimento continuou, e agora quem assumiria a liderança seria Heinrich Bullinger, que embora fosse um líder muito capaz, parecia que o movimento estava condenado a ficar restrito a algumas regiões da Suíça e da Alemanha, e assim não causaria qualquer impacto ao restante da Europa e ao mundo. Mas então entra em cena João Calvino, um intelectual brilhante que iria dar profundidade teológica à fé reformada, sistematizando-a em suas Institutas da Religião Cristã, conduzindo-a a um alcance e impacto por toda a Europa, e daí ao resto do mundo, transpondo fronteiras territoriais e temporais."
 
 
¹Fonte: Wikipédia. (As imagens e os grifos acrescentados ao texto são meus).