EDIR MACEDO NÃO TEM NADA A GANHAR!


O Pastor Moabel Pereira (EUA), ao comentar o livro Triunfo Eterno da Igreja, supostamente escrito pelo Pastor Ouriel de Jesus, disse que não podemos tecer qualquer tipo de crítica a um livro sem nunca o termos lido. Concordo plenamente com o Pr. Moabel. Todavia, como toda regra tem a sua exceção, vou fazer a minha crítica particular a um livro que ainda não li. Esse livro é o NADA A PERDER, lançado pela Unipro e pela Editora Planeta em 2012.Trata-se de uma autobiografia do fundador e líder supremo da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), o Bispo Edir Macedo. A minha crítica, porém, não é ao que está escrito, mas ao estardalhaço que estão fazendo em alguns países em que esse livro está sendo lançado. Toda essa zoada, a exemplo do lançamento em Johannesburg, a maior cidade da África do Sul, me leva a uma inevitável desconfiança. Afinal, qual o motivo desse barulho todo? E por que tanta algazarra, com pessoas dançando sorridentes, segurando o livro com orgulho e expondo-o às câmeras dos cinegrafistas e dos fotógrafos?

Ao ver pela primeira vez pela televisão a cena de uma multidão formando gigantescas filas para comprar o livro Nada a Perder, percebi que muitos ali, aparentemente, nem sabiam ler direito (se é que sabiam ler alguma coisa). Então, por que tanto entusiasmo para comprar um livro, se a leitura é uma prática quase inexistente para aquele povo sofrido, embora sorridente, que eu via através da tela da minha TV? A resposta praticamente estrondou em meus ouvidos, ainda que ninguém a tenha proferido: GOLPE DE MARKETING!


No site da Revista Veja, Lauro Jardim ratifica a minha conclusão de que todo esse alarde não passa de golpe de marketing, quando diz: "[...] A biografia de Macedo, Nada a Perder, será lançada amanhã no NorteShopping, no Rio de Janeiro... O local não foi escolhido à toa. Perto do shopping fica o primeiro templo erguido por Macedo ainda no final dos anos 70. Hoje, lá funciona um mega quartal-general da Universal no Rio de JaneiroUm gigantesco esquema, que inclui, claro, voluntários da Universal, está sendo montado para que se alcance um volume de vendas tão superlativo." Leia mais.

Em outro texto, Lauro Jardim vai mais longe quando diz: "Nada a Perder, de Edir Macedo, tem recebido um empurrãozinho da própria Universal para turbinar suas vendasA igreja tem obrigado alguns obreiros a pegarem ofertas nas igrejas e ir a uma livraria comprar a obra." Leia mais.

Os grifos nos textos acima são meus e deixam claro o que realmente está por trás de tanto sucesso. Contudo, se o Bispo Edir Macedo utilizasse todas as rádios e a rede de televisão de sua propriedade para divulgar o Evangelho do Senhor Jesus Cristo, verdadeiramente não teria NADA A PERDER, só a ganhar.  



Pastor Hafner com Pastor Cesino Bernardino

 
Tive a honra de conhecer o Pr. Cesino Bernardino e dialogar com ele por algum tempo. Homem de Deus, de dores e de visão missionária. Estivemos juntos no 3º Encontro dos Gideões Missionários da Última Hora, realizado na cidade de Ilhéus-Ba, no ano de 2008. Na foto ao lado, estou com o Pr. Cesino na Sede da Igreja Evangélica Assembléia de Deus em Ilhéus, igreja que levou a extensão dos GMUH para aquela cidade e tem como seu presidente o Pr. Hugo Noival que, na época, era meu pastor presidente.
 
Muitos perguntam o que será dos Gideões Missionários da Última Hora quando o amado Pastor Cesino for para a glória eterna. Sinceramente, eu não sei. Mas muitos conheceram a palavra da salvação através da obra desenvolvida por esse grande Missionário.
 
Deus o abençoe cada vez mais, Pastor Cesino Bernardino.

A ESTRELA DE DAVI É UM SÍMBOLO SATÂNICO?


O hexagrama ou “Estrela de Davi” é um símbolo Judaico ou pagão?


Nos dias de hoje, no universo judaico-cristão, vemos o hexagrama em uso em diversos lugares, desde folhetins de escolas Bíblicas Dominicais até como símbolo máximo de Israel. Mas qual é a verdadeira origem e significado deste símbolo? Será mesmo judaico? Tem relação com o Rei Davi  e Salomão? ou tem origem satânica no paganismo e na Cabala? Esse artigo se propõem a responder essas perguntas buscando na história e julgando de acordo com a palavra final em qualquer assunto, a Bíblia.

O  hexagrama é uma forma geométrica que é uma estrela de 6 pontas, composta por dois triângulos  equiláteros, e tem diversos nomes, estrela ou escudo de Davi, selo ou seio de Salomão, estrela do oriente, signo do macrocosmo entre outros muitos nomes. Sua origem denota desde a Babilônia e se espalhou através da história no Egito,  China, Grécia, Índia e em diversos outros povos e culturas pagãs, neo-pagãs, deístas, espíritas, panteístas, etc. Os mistérios da Babilônia no decorrer da história ganharam seu nome definitivo e mais popular, Cabala.

A Cabala era uma tradição oral até ser documentada e escrita pelo rabino Shimom bar Yochai. Muito antes, Ninrode, o primeiro poderoso ou iluminado/illuminati  (Gn 10.8: E Cuxe gerou a Ninrode; este começou a ser poderoso na terra), junto com sua linhagem, deram origem ao paganismo. Quando Ninrode morreu, Semíramis, depois aclamada Rainha dos Céus, Mãe do Universo, estava grávida de Tamuz. Ela junto com suas sacerdotisas inventaram que o filho que estava para nascer era a reencarnação de Ninrode, o messias pagão (daí nasceu o conceito de reencarnação) e assim se iniciou o paganismo, o culto a criatura ao invés do Criador, que o objetivo era levantar um reino onde reuniria todo o povo para cumprir seus intentos, e Deus frustrou seus planos na torre de Babel (Gn 11.7,8,9: Eia, desçamos e confundamos ali a sua língua, para que não entenda um a língua do outro. Assim o SENHOR os espalhou dali sobre a face de toda a terra; e cessaram de edificar a cidade. Por isso se chamou o seu nome Babel, porquanto ali confundiu o SENHOR a língua de toda a terra, e dali os espalhou o SENHOR sobre a face de toda a terra).


Hexagrama de Satanás
Mas satanás não desistiu de seus planos em Babel e, então, um dia será concretizado através da Cabala e entregue ao Anticristo como foi profetizado na Bíblia por Habacuque (Hc 2.5: Tanto mais que, por ser dado ao vinho é desleal; homem soberbo que não permanecerá; que alarga como o inferno a sua alma; e é como a morte que não se farta, e ajunta a si todas as nações, e congrega a si todos os povos). Os mistérios da Babilônia, doutrina de satanás, foram astutamente sincretizados (misturados) a todas as tradições e culturas desde então, espalhados com o povo por todo o mundo (Atos 7.43: Antes tomastes o tabernáculo de Moloque, E a estrela do vosso deus Renfã, figuras que vós fizestes para as adorar. Transportar-vos-ei, pois, para além da Babilônia). O Iching, paganismo,  xintoísmo, espiritismo, budismo, a alquimia de Hermes Trismegisto e sua tábula de esmeralda e até os dias de hoje com nomes mais modernos como a Lei da Atração, O Segredo, entre outras novas máscaras, é mística máxima entre os maçons, rosacruzes, newages, thelemitas, numerólogos, astrólogos, espíritas, teosóficos e todas as ordens satânicas como a O.T.O. (Ordo Templi Orientis), Ordem dos trepazóides, Ordem Hermética da Aurora Dourada, Ordem dos Templários, e infiltrada astutamente em algumas denominações sedizentes cristãs etc., onde o símbolo máximo da Cabala  é o hexagrama, a estrela de seis pontas, astarote ou renfã (estrela) , ou suas variações como o hexagrama unicursal de Aleister Crowley.


Hexagrama Unicursal de Aleister Crowley



O rabino e seu golem.
Destaque para o hexagrama no templo
 ao fundo representando a cabala.
O hexagrama dentro da cabala tem o valor 6, e dentro do hexagrama se encontram três 6 dispostos representando 666. Sabemos pela exortação de Jesus Cristo a quem pertence esse número (Ap 13.15: E foi-lhe concedido que desse espírito à imagem da besta, para que também a imagem da besta falasse, e fizesse que fossem mortos todos os que não adorassem a imagem da besta. Ap 13.18: Aqui há sabedoria. Aquele que tem entendimento, calcule o número da besta; porque é o número de um homem, e o seu número é seiscentos e sessenta e seis). Dentro da Goetia, um sistema de magia para invocação de até 72 demônios,  o hexagrama é também o símbolo máximo onde demônios se materializam e, segundo a cabala judaica, até mesmo cria e controla um golem, uma espécie de demônio duende. O hexagrama também tem o significado de adoração sexual e significa também que “o que está em cima é igual ao que está embaixo”, espalhando a heresia de que Deus é igual a Satanás e Satanás igual a Deus, coisa que a mídia insiste em passar com o lema da eterna guerra entre o bem e o mal, o que sabemos de acordo com a Palavra de Deus ser mentira arquitetada por Satanás para parecer Deus (2 Ts 2.4: O qual se opõe, e se levanta contra tudo o que se chama Deus, ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus).

Ao contrário do que alguns dizem sem conhecimento, não há nenhuma diferença entre um hexagrama simples ou cruzado, eles representam a mesma coisa.
Depois de tantas evidências não há a menor dúvida da origem satânica deste símbolo e seu verdadeiro uso, mas como ele entrou em Israel e chegou a se popularizar a ponto de ser aceito como símbolo máximo desta nação?

O povo que futuramente iria formar Israel, ainda escravo no Egito e depois exilados na Babilônia, estava em sua maior parte mergulhado em idolatria  (Atos 7.43: Antes tomastes o tabernáculo de Moloque, E a estrela do vosso deus Renfã, figuras que vós fizestes para as adorar. Transportar-vos-ei, pois, para além da Babilônia); alvo até de Salomão (1 Reis 11.5: Porque Salomão seguiu a Astarote, deusa dos sidônios, e Milcom, a abominação dos amonitas), mas o Rei Davi jamais se curvou a essa abominação e ter seu nome misturado com tal desolação foi obra de astutos mentirosos (1 Reis 11.33: Porque me deixaram, e se encurvaram a Astarote, deusa dos sidônios, a Quemós, deus dos moabitas, e a Milcom, deus dos filhos de Amom; e não andaram pelos meus caminhos, para fazerem o que é reto aos meus olhos, a saber, os meus estatutos e os meus juízos, como Davi, seu pai). Salomão, entregue à idolatria, usou a estrela (astarote) como símbolo de seus deuses em Israel, levantou postes, altares e templos, não é à toa que é venerado na maçonaria e outras seitas de Satanás, prova que o conhecimento sem fé é inútil, até porque Deus apareceu duas vezes para salomão e ele ainda assim não perseverou (1 Reis 11.9: Pelo que o SENHOR se indignou contra Salomão; porquanto desviara o seu coração do SENHOR Deus de Israel, o qual duas vezes lhe aparecera).

Usar novamente a estrela “astarote” como símbolo em Israel foi proposta em em 1897 na primeira conferência sionista financiada pela linhagem dos Rothchilds, que são adoradores de Satanás e poderosos deste mundo, e firmada então em 1948, quando Israel renasceu como um país novamente em um dia, conforme profetizado na Bíblia. Porém, morta espiritualmente, eles não conhecem a Jesus Cristo, o Messias, tão aguardado por eles (Ez 37.8: E olhei, e eis que vieram nervos sobre eles, e cresceu a carne, e estendeu-se a pele sobre eles por cima; mas não havia neles espírito. Ez 37.11: Então me disse: Filho do homem, estes ossos são toda a casa de Israel…). Assim, a Israel de hoje é morta espiritualmente por não aceitarem o Messias, Jesus Cristo, e por consequência não tem o Espírito Santo de Deus; ao invés disso, usam como símbolo máximo de seu Estado o hexagrama (a estrela astarote), a idolatria, e por meio também deste símbolo e a Cabala abrem as portas para ascensão e aceitação do Anticristo vindouro.


Na introdução do seu livro “The Six-Pointed Star”, o Dr. O.J.Graham conclui: “A primeira menção a esse símbolo é de 992 a.C., quando Salomão envolveu-se com feitiçaria e magia (…) Este livro rastreia a adoração de Astarte (também chamada de Astarote — um nome que significa ‘estrela’) e Chiun e Renfã (também significa ‘estrela’) dos egípcios, antes do tempo de Salomão. Então mais tarde, na magia e feitiçaria árabe. Na Idade Média ele era usado pelos druidas durante o sabá mais importante dos bruxos, chamado Halloween. A família dos Rothschilds, sionistas e Hitler usaram o símbolo, como também o Knesset. Finalmente, ele aparece na bandeira de Israel.”

Então qual o verdadeiro símbolo bíblico de Israel?

MENORAH
O Menorá é um candelabro de sete hastes iluminado por azeite de oliva no Tabernáculo e no Templo em Jerusalém. O Menorá é um dos mais antigos símbolos do povo judeu. Considera-se que ele simboliza a sarça ardente vista por Moisés no Monte Sinai. 

“O Menorá serviu como um símbolo singularmente judaico desde a Antiguidade até os tempos contemporâneos. O Menorá pode ser encontrado em moedas antigas, lápides de túmulos e decorações em sinagogas. Hoje o Menorá serve como selo e emblema do Estado Judaico de Israel” (http://judaism.about.com).

“O Menorá era o símbolo mais importante do Templo depois da Arca da Aliança. A imagem do Menorá bíblico é o símbolo do moderno Estado de Israel.” “O Menorá é o símbolo oficial da nação judaica” (The history of the menorah”, Jewish-Art.org).

“A presença do Menorá de sete hastes no Templo Sagrado tinha sido ordenado na Torá (a Bíblia Hebraica, ou Antigo Testamento). Ao longo dos anos, o Menorá evoluiu para representar mais do que um candelabro. Ele se tornou um símbolo do judaísmo e também foi usado em algumas moedas de Israel” (Hanukkah: The Dedication of the Temple, the Meaning of the Menorah, the Whirling Wonder of the Dreidel”, Galleria Judaica: The Jewish Wedding Experts).



Fonte: site Bem-Aventurado.


A RENÚNCIA DO PAPA E A VINDA DO ANTICRISTO


Diante do anúncio da renúncia do Papa Bento XVI (Joseph Ratzinger), os escatologistas de plantão (confesso que sou um deles) direcionaram suas "lentes proféticas" para o Vaticano. Muitos já declaram enfaticamente que o próximo Papa é a Besta (ou o Anticristo) do capítulo 17 do livro do Apocalipse (nesse caso, eu não me arrisco a tanto). O certo é que devemos observar o contexto histórico hodierno, comparando todos os eventos que estão ocorrendo simultaneamente na atual pós-modernidade (ou era da informação) e, nesse caso, posso ousar dizer que estamos vivendo literalmente o tempo do fim.

Alguns, que tentam lançar os momentos finais da nossa era para um futuro distante, fundamentam tal tese no Evangelho de Mateus, que diz: "Mas daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos do céu, mas unicamente meu Pai" (Mt 24.36); e no Evangelho de Marcos, que diz: "Mas daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos que estão no céu, nem o Filho, senão o Pai" (Mc 13.32). Todavia, devemos lembrar do que está escrito no livro do profeta Amós 3.7: "Certamente o Senhor DEUS não fará coisa alguma, sem ter revelado o seu segredo aos seus servos, os profetas". Por outro lado, observe que tanto em Mateus 24.36 quanto em Marcos 13.32 está escrito: "...ninguém sabe (...)". O Senhor Jesus não disse "ninguém saberá" (futuro do indicativo), mas que "ninguém sabe" (presente do indicativo). Quanto a isso, o site Forum Gospel Brasil nos esclarece de forma muito eficiente, conforme abaixo se lê: 

"Este segredo será revelado pelo Espírito Santo àqueles que amam a Deus e guardam Seus mandamentos, porque está escrito... 'Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele' (João 14.21).

Como Jesus vai se manifestar aos que O amam? Revelando os segredos das Escrituras, inclusive dando entendimento da Sua vinda. Jesus chama de hipócrita todo aquele que não terá esse entendimento. 

'E dizia também à multidão: Quando vedes a nuvem que vem do ocidente, logo dizeis: Lá vem chuva, e assim sucede. E, quando assopra o sul, dizeis: Haverá calma; e assim sucede. Hipócritas, sabeis discernir a face da terra e do céu; como não sabeis então discernir este tempo?  E por que não julgais também por vós mesmos o que é justo?' (Lc 12.54-56).

Neste último verso, Jesus está dizendo claramente para praticarmos a justiça para que recebamos o entendimento de Sua vinda.

Todos os segredos das Escrituras estão reservados para aqueles que amam a Deus e praticam a justiça, estes terão a mente de Cristo e entenderão tudo, como está escrito. 

'Mas, como está escrito: As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, E não subiram ao coração do homem, São as que Deus preparou para os que o amam. Mas Deus no-las revelou pelo seu Espírito; porque o Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus. Porque, qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o espírito do homem, que nele está? Assim também ninguém sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de Deus. Mas nós não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito que provém de Deus, para que pudéssemos conhecer o que nos é dado gratuitamente por Deus. As quais também falamos, não com palavras de sabedoria humana, mas com as que o Espírito Santo ensina, comparando as coisas espirituais com as espirituais. Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido. Porque, quem conheceu a mente do SENHOR, para que possa instruí-lo? Mas nós temos a mente de Cristo' (1 Co 2.9-16).

Por isso sempre devemos pedir entendimento a Deus porque nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação, somente o Espírito Santo pode nos revelar este segredo porque ninguém sabe, nem seu pastor, nem os anjos, nem alguma outra pessoa.

'E temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia amanheça, e a estrela da alva apareça em vossos corações. Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação. Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo' (2 Pe 1.19-21)."

Apesar de algumas evidências que orbitam em torno da renúncia de Bento XVI, devemos tomar muito cuidado com certas afirmações, a fim de evitarmos um "calendário maia gospel", levando os incrédulos a mergulharem mais ainda na incredulidade e, ainda pior, fazendo desviar os fracos na fé. Só para se ter uma ideia, há interpretações divergentes quanto ao que está escrito no livro do Apocalipse, que diz: "E são também sete reis: cinco já caíram, e um existe; outro ainda não é vindo; e, quando vier, convém que dure um pouco de tempo. E a besta, que era e já não é, é ela também o oitavo, e é dos sete, e vai à perdição" (Ap 17.10 e 11). Alguns acreditam que esses reis citados nessa passagem da Bíblia são alguns líderes da Igreja Católica Apostólica Romana, como segue abaixo:


  • 1929 Á 1939 = PAPA PIO XI
  • 1939 Á 1958 = PAPA PIO XII
  • 1958 Á 1963 = PAPA JOÃO XXIII
  • 1963 Á 1978 = PAPA PAULO VI
  • 1978 PAPA JOÃO PAULO I : GOVERNOU 33 DIAS
  • 1978 Á 2005 = PAPA JOÃO PAULO II
  • 2005 ATUAL = PAPA BENTO XVI (“tem de durar pouco”)

O próximo Papa seria a Besta, o Anticristo. Contudo, existe uma outra interpretação para esse fato de cunho escatológico e, nesse caso, provém de um homem de Deus que muito respeito, o Pastor Severino Pedro da Silva, que em seu livro "APOCALIPSE, Versículo por Versículo" interpreta o capítulo 17 de Apocalipse da seguinte forma:

1. "E VEIO um dos sete anjos que tinham as sete taças, e falou comigo, dizendo-me: Vem, mostrar-te-ei a condenação da grande prostituta que está assentada sobre muitas águas".

I. "...grande prostituta". Nos capítulos 17 e 18 deste livro, nas sete visões da condenação da "grande Babilônia", são vistos dois "sistemas" se combinando entre si: Babilônia (política e religiosa) e (literal e comercial). A primeira sendo descrita no capítulo 17 e a segunda, no capítulo 18. As predições bíblicas têm cumprimento a curto ou a longo prazo. Portanto, nos "últimos dias", que sãos dias da ira tanto humana quanto divina , veremos o "aparecimento" tanto de um império político; a federação dos dez reis escatológicos, controlados pelo Anticristo (Ap 17.13), tendo como sede a cidade de Roma, como também veremos o "aparecimento" de "um falso culto" dedicado à Besta, o homem do pecado. Também veremos ainda, a condenação duma grande prostituta denominada "a grande Babilônia" envolvida em "mistérios". A Babilônia, a grande, cerca de 713 a.C. O profeta Naum chamou-a de "graciosa meretriz" (Na 3.4). De modo bem similar, e por razões idênticas, um outro profeta aplica o mesmo epíteto vergonhoso à cidade de Tiro, predizendo sua ruína (Is 23.15). Profeticamente falando, este "sistema misterioso" desta secção, representa o novo paganismo do tempo do Anticristo, e especialmente, o culto dele e suas formas de expressões.

2. "Com a qual se prostituíram os reis da terra; e os que habitam na terra se embebedaram com o vinho da sua prostituição".

I. "...se prostituíram os reis da terra". Os reis de tempo do antigo império romano tentaram de todas as formas influenciar, para seu benefício, no seu comércio, tudo que era de seus cidadãos. Profeticamente falando, isso se fará, em grau supremo, nos dias sombrios do Anticristo. Os "reis" farão também que os súditos da Besta aceitem não só este "sistema" de tributos sobre si, mas, de um modo especial, o seu próprio "culto", a ele dedicado. "Assim como Nínive e Tiro desviaram outros povos, forçando-os a corromper-se com a idolatria vigente naqueles dias, agora será Roma, a meretriz do Mediterrâneo, que seduzirá os 'reis', juntamente com os aliados da Besta, fazendo-os beber do vinho de sua fornicação (Ap 14.8). Isto é, ela os seduzirá à adoração idolátrica de si mesma e seu consorte, a Besta" (CHAMPRIN, Russel Norman, PhD. O Novo Testamento Interpretado "Versículo por Versículo", VI Volume, 1ª Edição - 3ª impressão, Janeiro de 1982).

3. "E levou-me em espírito a um deserto, e vi uma mulher assentada sobre uma besta de cor de escarlata, que estava cheia de nomes de blasfêmia, e tinha sete cabeças e dez chifres".




I. "...uma mulher assentada". A mulher e a Besta nesta secção simbolizam dois poderes: o religioso e o político. O fato de ela está "assentada sobre a Besta" indica que a grande prostituta reina e domina as nações religiosamente, assim como a Besta sobre a qual cavalga o faz politicamente. Isso também revela sua influência e, ao menos aparentemente, parece controlar e até dirigir a Besta. O presente texto nos mostra o primeiro poder (religioso) a cavalgar sobre o segundo (político).

1. A mulher e a Besta são significativas especialmente em suas vestes e em seu poder, mas habitam no deserto. Isso indica claramente suas naturezas demoníacas (Lc 11.24). Ela é realmente vista onde deve ser vista: um lugar desolado, faminto, sedento, habitação apropriada para uma meretriz horrenda. A esse lugar o anjo levou o profeta. Há ainda neste versículo um fato curioso que chamou a atenção de João: a Besta estava coberta de nomes de blasfêmia. Isso indica que o sistema predominante da Besta é totalmente corrupto.

4. "E a mulher estava vestida de púrpura e de escarlata, e adornada com ouro, e pedras preciosas e pérolas; e tinha na sua mão um cálice de ouro cheio de abominações e da imundícia da sua prostituição".

I. "...a mulher estava vestida". Em muitos textos do Apocalipse emprega-se termos como "adultério", "prostituição", "meretriz", para simbolizar o afastamento dos povos da comunhão espiritual. Quando a palavra "mulher" é usada simbolicamente nas Escrituras, dependendo do contexto, significa religião. Uma mulher pura, como uma "noiva" ou a "Esposa", designa uma "religião pura e imaculada", como a verdadeira Igreja de Cristo (Ap 19.7 e 21.9). Portanto, quando o Apóstolo João emprega o termo "meretriz" na descrição de suas visões, sem dúvida alguma está se referindo a um sistema religioso que havia prostituído sua própria existência com algo que é totalmente contrário aos propósitos da Igreja do Senhor (LOCKYER, Herbert. Apocalipse, o Drama dos Séculos. Editora Vida, 1982). Nos tempos dos monarcas babilônicos, os súditos do imponente poder da grande Babilônia consideram-na como se fora "rainha" (Jr 51.7). O "cálice de ouro" em sua mão demonstra o seu desejo de implantar no mundo uma falsa "comunhão", e sua doutrina afermentada (ela embriaga). Mas um dia ela ouvirá a voz poderosa de Deus a lhe dizer: "Peso do deserto do mar... caída é Babilônia, caída é!" (Is 21.1,9).

5. "E na sua testa estava escrito o nome: MISTÉRIO, a grande Babilônia, a mãe das prostituições e abominações da terra".

I. "...Mistério: a grande Babilônia". A cidade denominada de Babilônia eé citada sete vezes no Apocalipse, nas seguintes passagens: Ap 14.8; 16.19; 17.5; 18.2, 10, 21. Alguns teólogos opinam que nos dias do reinado do Anticristo, será reconstruída a antiga cidade e torre de Babel, que posteriormente se tornará a grande Babilônia. Mas se considerarmos a sentença divina predita pelo profeta Isaías, ela jamais será reedificada: "E babilônia, o ornamento dos reinos, a glória e a soberba dos caldeus será como Sodoma e Gomorra, quando Deus as transtornou. Nunca mais será habitada, nem reedificada de geração em geração: nem tampouco os pastores ali farão deitar os seus rebanhos. Mas as feras do deserto repousarão ali..." (Is 13.20).

1. No que diz respeito a reconstrução da torre de Babel, as Escrituras guardam silêncio. Há, em nossos dias, projeto para a "reconstrução" da torre de Babel. Declara um boletim do serviço noticiário religioso do Iraque (1980): "A reconstrução da torre de Babel mencionada na Bíblia (Gn 11.1-11) está sendo estudada por uma equipe de acadêmicos da Universidade de Kioto, Japão. Uma porta-voz da equipe anunciou que o governo iraquiano solicitou auxílio de técnicos japoneses no sentido de criar uma "cidade-museu" no local da antiga cidade da Babilônia, para servir de atração turística na região do Eufrates, a cerca de 88 quilômetros ao sul de Bagdá" (GOETZ, William R. Apocalipse Já, Editora Betânia, 1982). 

6. "E vi que a mulher estava embriagada do sangue dos santos, e do sangue das testemunhas de Jesus. E, vendo-a eu, maravilhei-me com grande admiração".

I. "...a mulher estava embriagada". Sabemos pela história que Ninrode, "o poderoso caçador de almas em oposição a face do Senhor", foi o primeiro imperador. Fundou o primeiro governo e, além de ser caçador, "começou a ser poderoso na terra". A esposa deste monarca era Semíramis, figura bastante conhecida na história secular, uma prostituta. "Quando Ninrode foi assassinado, ela assumiu a posição de imperatriz do governo. Para manter-se no poder... ela criou um mito ao redor da figura de seu falecido marido, Ninrode, atribuindo-lhe o nome de Zoroastrita, que quer dizer 'A semente da mulher' (McALISTER, R. Apocalipse - Uma Interpretação, Editora Carisma, 1983). A partir deste princípio, tudo que está ligado direto ou indiretamente com a cidade de Babilônia, é sempre representada por uma figura feminina.

1. Nos dias do Anticristo, esse grande poder "político-religioso" estará ainda mais reforçado, e acrescentará a todas as suas maldades anteriores (cf. Lc 3.20). Ela é a única responsável (direta ou indiretamente) pelo sangue derramado das testemunha do Senhor, em qualquer tempo e em qualquer lugar. Eis a razão de ela agora se encontrar embriagada. As testemunhas a que João aludi, originalmente eram os cristãos que sofriam no primeiro século da Igreja cristã. Profeticamente falando, isso aponta para os cristãos que sofrerão sob o Anticristo: eles são os "santos" do Apocalipse (Cf. Ap 8.3, 4; 11.18; 13.7; 14.12; 15.3; 16.6; 17.6; 18.24; 19.8; 20.9; etc.).

7. "E o anjo me disse: Por que te admiras? Eu te direi o mistério da mulher, e da besta que a traz, a qual tem sete cabeças e dez chifres".

I. "...Por que te admiras?". Já tivemos ocasião de mencionar Babilônia como sendo um novo "sistema" a se levantar nos últimos dias. A cidade de Babilônia nasceu quando Ninrode (cujo nome significa "nós nos revoltaremos" ou "rebelde"), edificou a cidade na planície de Sinear, com o objetivo de construir seu império (Gn 10.8-10). Assim Babilônia se tornou a primeira potência mundial.

1. Sete cabeças e dez chifres. Nos versículos 9 e 12 do capítulo 17 de Apocalipse, o anjo celestial faz a interpretação para o Apóstolo dizendo: "...As sete cabeças são sete montes, sobre os quais a mulher está assentada... e os dez chifres que viste são dez reis, que ainda não receberam o reino...". Isso significa, segundo se depreende da visão de Daniel (Dn 7.24) que durante o período da Grande Tribulação, "se levantarão dez reis" dentro dos limites do antigo império romano. São eles as "dez pontas" que João contempla na cabeça da Besta que subiu do mar (Ap 13.1). Eles serão dez agentes de Satanás que ajudarão o Anticristo em sua política sombria pela conquista do mundo (Ap 17.13). Alguns deles (três) receberão poder apenas por "uma hora"; depois cairão e só sete permanecerão (Dn 7.8; Ap 17.12).

8. "A besta que viste foi e já não é, e há de subir do abismo, e irá à perdição; e os que habitam na terra (cujos nomes não estão escritos no livro da vida, desde a fundação do mundo) se admirarão vendo a besta que era e já não é, mas que virá".

I. "...foi e já não é". Há uma corrente de comentaristas, tanto do passado como do presente, que baseados em Ap 11.7 e 13.3 e o versículo que temos nesta secção, defendem a posição de reencarnação de Nero. Para eles a expressão "foi e já não é", que se complementa na parte final com a frase "mas que virá", aludi à tradição de Nero redivivo. Nero "foi", mas morreu. Todavia, voltaria. Esta interpretação para nós não se harmoniza com a tese e argumento principal da Bíblia. Ela condena a reencarnação. Devemos ter em mente que João olhava para o futuro dos séculos (os dias do Anticristo) e depois lança retrospectivamente um olhar para traz, e contempla o império romano de 455 d.C. a 754 a.C. Assim temos o antigo império romano como existiu na forma imperial até os dias de João, e até sua destruição por Odoacro, rei dos Hérulos (LOCKYER, Herbert. Apocalipse, o Drama dos Séculos. Editora Vida, 1982). 

1. Mas que virá. Isso fala do novo ressurgimento do império romano na pessoa do Anticristo (Ap 13.3). Ele ressurgirá do "abismo" (literalmente falando: do caos político; e, espiritualmente falando: da inspiração de Satanás, o dragão); mas "irá à perdição". Seu destino final será a perdição: o lago de fogo (Ap 20.10). Essa "perdição" será física e terrena e também eterna. Judas Iscariotes foi chamado também um "filho da perdição". Tal expressão é empregada  em outras passagens do Novo Testamento, somente para indicar Judas e o Anticristo (Jo 17.12 e Ts 2.3). Ambos após serem derrotados (um já sendo passado) irão a seu próprio "lugar" (At 1.25; Ap 17.8; 19.20; 20.10).

9. "Aqui há sentido, que tem sabedoria. As sete cabeças são sete montes sobre os quais a mulher está assentada".


I. "...As sete cabeças são setes montes". Todos sabem a quem esta passagem se refere: geograficamente, é Roma. Simbolicamente, porém, ela diz respeito aos "sete sistemas de governo" que existiu neste império (v. 10). A cidade de Roma é das mais antigas da Península  Itálica e está edificada "sobre sete colinas", que o Apóstolo João chama de "sete montes". Nos dias do império estas montanhas eram denominadas de: Aventino, Palatino, Célio, Esquilino, Vidimal, Quirinal e Capitólio. A cidade ficava À margem esquerda do rio Tibre, a 24 quilômetros da sua desembocadura no mar Tirreno, na costa ocidental da península (RONIS, Osvaldo. Geografia Bíblica, 1978). O seu fundador foi um habitante do Lácio (donde vem a palavra latino) chamado Rômulo, que junto com Rêmo, seu irmão, fundou a cidade e o império em 754 a.C. ou, segundo os cálculos astronômicos, em 750 a.C. Mais tarde, Rômulo se desentendeu com Rêmo e o matou em combate. No capítulo 2 do profeta Daniel, esse poderoso império é contemplado nas "pernas de ferro" da estátua colossal do sonho do monarca Nabucodonosor.

10. "E são também sete reis: cinco já caíram, e um existe; outro ainda não é vindo; e, quando vier, convém que dure um pouco de tempo".

I. "...sete reis; cinco já caíram". Isso aponta para para cinco "sistemas" de governo que governaram esse império. O ponto de partida deve ter como base a fundação da realeza, que se deu em 754 (ou 750) a.C.

1. Como todos sabem através da história, o império romano, em seu apogeu e glória, teve "cinco dinastias" formidáveis que sucessivamente governaram este império, de 754 a.C. a 455 d.C.:

(a) REIS: compreende a dinastia dos sete primeiros reis: Rômulo, Numa Pompílio, Túlio Hostílio, Anco Márcio, Tarquino Prísco, Sérgio Túlio e Tarquino, o soberbo (de 754 a 510 a.C.).

(b) O SENADO: A realeza foi abolida e o governo foi conferido a dois cônsules, continuando o governo sob a regência do Senado (de 510 a 300 a.C.).

(c) A REPÚBLICA: Depois de 300 a.C. o Senado foi abolido e foi estabelecida a república romana (de 300 a 58 a.C.).

(d) O TRIUNVIRATO: Composto dos seguintes imperadores: Júlio César, Pompeu e Crasso (de 58 a 44 a.C.).

(e) TRIBUNAIS MILITARES: Composto por Lépido, Antônio e Otávio (de 44 a 31 a.C.). Estas cinco dinastias já "caíram", afirma a palavra divina.

2. Existem outras possíveis interpretações, como sejam: (a) De sete imperadores romanos, cinco já "caíram" (podendo significar morte violenta) antes dos dias de João. Os cinco geralmente são relacionados como Júlio César, Tibério, Calígula, Cláudio e Nero (COHEN, Armando Chaves. Estudos Sobre o Apocalipse, CPAD, 1982). O sexto, seguindo essa interpretação que reinava enquanto João escrevia o Apocalipse, era Domiciano; (b) Os cinco reinos que já "caíram" seriam: o Egito, a Assíria, a Babilônia, o Medo-Persa e a Grécia. E o sexto, seria o império romano.

3. Um existe. Refere-se ao sexto sistema de governo imperial, com sete dinastias, começando com Otávio (31 a.C.) até Rômulo Augusto, que reinou de 435 a 455 d.C., data em que Odroaco, rei dos Hérulos, apoderou-se de Roma, terminando assim o império.

4. Outro ainda não é vindo. O contexto demonstrativo diz: "...e quando vier, convém que dure um pouco de tempo". Isso aponta diretamente para a figura do Anticristo; ele será o "oitavo", e é dos sete, isto é, ele dará forma a sétima dinastia começada por Honório, em 395 a 455 d.C. Assim o reino será o sétimo, mas o Anticristo será o "oitavo". Embora a Besta seja distinta em caráter e obra, entretanto, continuará na forma de reino da sétima cabeça (Ap 13.3).

11. "E a besta que era e já não é, é ela também o oitavo, e é dos sete, e vai à perdição".

I. "...é ela também o oitavo". O Anticristo e seu reino terão a mesma sorte de Babel, a torre da confusão. Foi ali na planície de Sinear que Ninrode erigiu a torre. O nome Babel ("Bab-el" = porta do céu ou de Deus), era o local de encontro para os pecadores sem lei. O Antigo Testamento mostra a queda tanto de Ninrode como da torre de Babel; como também de Babilônia, um estado de âmbito mundial. A Besta também cairá e também seu governo de trevas. Ela será o "oitavo", isto é, ela será a sucessora do antigo império caído, que será restaurado (curada); mas este império falido ressurgirá do abismo, e terá como seu governante a Besta que subiu do mar. Assim o reino será o sétimo, mas seu rei será o oitavo: o Anticristo. 

12. "E os dez chifres que viste são dez reis, que ainda não receberam o reino, mas receberão o poder como reis por uma hora, juntamente com a besta".

I. "...poder como reis por uma hora". Profeticamente falando, isso podia significar "um mês"  composto de trinta dias (cf. Nm 14.34; Ez 4.6). Historicamente, porém, isso quer dizer "pouco tempo". De acordo com historiadores antigos, os "sátrapas" só recebiam o poder por "uma hora"; depois, o transferiam para o imperador como sinal de obediência e respeito. Profeticamente falando, a federação do Anticristo não poderá durar por muito tempo, portanto a segunda vinda de Cristo logo porá fim a tudo. Os dez reis (dez chifres) farão uma "aliança" com a Besta, mas em seguida, a Besta afastará três destes monarcas (Dn 7.24). Na passagem de Daniel 7.7, o animal espantoso tinha "10 pontas" como tinha "10 dedos" os pés da estátua do capítulo 2. Isso, diz o profeta, "significa dez reis que se levantarão no tempo do fim (Dn 7.24). Eles não existiram nos dias do império romano. Observe bem a frase: "se levantarão". O fato de os mesmos estarem em alinhamento como em alinhamento estavam os dez dedos da estátua, quer dizer: que esses reis escatológicos governarão ao mesmo tempo (Ap 17.12,13).

13. "Estes têm um mesmo intento, e entregarão o seu poder e autoridade à besta".

I. "...têm um mesmo intento". O Anticristo e seus agentes, "sentarão" a uma mesma mesa como faziam-no Antíoco e Ptolomeu Filometor (Dn 11.27). Seja como for, a "meretriz", a "mulher", a saber , Babilônia (Roma), será alvo de ataque. Os dez reis confederados (depois três cairão) estarão em total acordo com o Anticristo, dando-lhe apoio em todas as suas aventuras. Eles seguirão o mesmo intento desta figura sombria, tanto na "destruição" das nações, como na "destruição" da grande Babilônia - a "prostituta que se assenta sobre muitas águas". A atitude deste versículofaz-nos lembrar de Ezequiel 16.37, que diz: "Eis também todos os que amaste, com todos que aborrecestes, e ajuntá-los-ei contra ti em redor, e descobrirei a tua nudez diante deles...". No relato de Ezequiel a sentença cai sobre Jerusalém; aqui, porém, sobre Babilônia. Todos eles agiriam impelidos por Deus, embora disso não tenham consciência. 

14. "Estes combaterão contra o Cordeiro, e o Cordeiro os vencerá, porque é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis; vencerão os que estão com ele, chamados, e eleitos, e fiéis".

I. "...o Cordeiro os vencerá". Naturalmente temos, neste ponto, ma alusão à batalha do Armagedom (amplamente comentada em Ap 14.19,20; 16.16), que é a manifestação da "parousia" de Cristo. "O Senhor Jesus na qualidade de Cordeiro vencerá todo e qualquer pecado (Jo 1.29); na qualidade de Senhor é o soberano de todos, o magneto central do universo, em redor de quem tudo, eventualmente, se centralizará. Ele é o Senhor moral e espiritual, o qual requer toda lealdade humana. A narrativa da batalha entre o mal e o bem se refere aos céus, e, outras vezes, à terra. Porém, em cada caso, sempre são vencidas as arrogantes forças da iniquidade. E agora, neste mundo, as forças do Cordeiro são vistas a vencer as forças da Besta" (CHAMPRIN, Russel Norman, PhD. O Novo Testamento Interpretado "Versículo por Versículo", VI Volume, 1ª Edição - 3ª impressão, Janeiro de 1982).

1. Eleitos e fiéis. O termo aparece em outras partes do Novo Testamento, mas neste livro do Apocalipse é a única ocorrência desta expressão; são os "escolhidos para eleição". Foram destacados dentre os homens, feitos fiéis pela eleição de Deus (Ef 1.4). Quanto à "eleição" eles são também os "fiéis", os que dão toda a lealdade a Cristo. Profeticamente falando, serão os que se recusarem a participar da adoração à Besta.

15. "E disse-me: As águas que viste, onde se assenta a prostituta, são povos, e multidões, e nações, e línguas". 

I. "...As águas que viste". Diz o anjo intérprete: "...significa "povos, e multidões, e nações, e línguas". Nisso pode existir uma paródia blasfêmia contra Deus, conforme depreendemos do Salmo 29.3 e 10: "A voz do Senhor ouve-se sobre as águas; o Deus da glória troveja; o Senhor está sobre as muitas águas" [...] "O Senhor se assentou sobre o dilúvio...". O simbolismo do presente texto é bastante usado no Antigo Testamento e em passagens do Novo Testamento (Sl 18.4, 16; 124.14; Is 8.7; Lc 21.25; Ap 17.15). Durante o reinado cruel da Besta, estas águas representam o estado de depressão e inquietação por que passarão os habitantes da terra (Lc 21.25; Tg 1.6). Portanto, é evidente que, num consenso geral, a extensão da autoridade da Besta, geograficamente, é grande - ela alcançará o mundo (Ap 13.16). O leitor deve observar que em vários lugres do Apocalipse há tais "enumerações", incluindo totalidade ou universalidade. O governo romano era universal. O governo do Anticristo também será universal (cf. Ap 13.4).

16. "E os dez chifres que viste na besta são os que aborrecerão a prostituta, e a porão desolada e nua, e comerão a sua carne, e a queimarão no fogo".

I. "...e a porão desolada e nua". A linguagem de João, diz o Dr. G. Eldon Ladd (Apocalipse - Introdução e Comentário, Edições Vida Nova, 1980), indica que a antes orgulhosa cidade fica totalmente destruída, em ruínas. Eles a deixarão "desolada e nua", isto é, as despirão dos seus adornos bonitos. "E comerão a sua carne": figura tirada da ferocidade de animais selvagens, simbolizado na linguagem do Antigo Testamento e destruição dos homens entre si (Sl 27.2; Jr 10.25; Mq 3.3; Sf 3.3). O intento do Anticristo e seus aliados no que diz respeito à "meretriz" é unicamente "despojá-la" de suas riquezas, e, consequentemente, deixá-la "desolada e nua". O Anticristo auxiliado pelos dez reis reduzirá a imponente cidade e o sistema a nada. Isso é o que ela representa diante dos olhos de Deus: "NADA" (Is 40.17).

1. Devemos ter em mente que não só a sua glória será aniquilada, mas sua carne será devorada. Essa é uma alusão aos "corvos". Os exércitos invasores eram acompanhados por corvos que participavam da carnificina. Metaforicamente, João indica que a destruição da prostituta será total. Será reduzida a nada. A expressão "comerão sua carne" também implica   a extensão da ira e brutalidade do Anticristo e seus aliados.. Hão de derrotar a prostituta, sem limitações e sem mitigarem a sua ira.

17. "Porque Deus tem posto em seus corações que cumpram o seu intento, e tenham uma mesma ideia, e que dêem à besta o seu reino, até que se cumpram as palavras de Deus".

I. "...Deus tem posto em seus corações". A presente passagem nos leva a pensar em 2 Ts 2.11, onde Paulo, o Apóstolo, escreve dizendo: "E por isso (por seus pecados) Deus lhes enviará a operação do erro, para que creiam a mentira". O erro da grande meretriz será retribuído por um erro maior - sua destruição partirá de dentro de seus próprio súditos. Ele sorverá o seu próprio veneno. Por permissão do próprio Deus, os dez reis, de acordo e conjuntamente, darão à Besta o reino que possuem. Então o Anticristo será o governador mundial, adorado (bem como sua imagem) como se fora Deus (2 Ts 2.4). É a forma final e mais grave da "religião", até que se cumpra a Palavra de Deus. Aqui se inicia, realmente, a grande Babilônia política, quando a Besta for o único deus, até que termine a era dos gentios, o que se dará com a vinda gloriosa de Cristo com poder e grande glória. A Babilônia do passado trouxe grande aflição sobre o povo de Deus, Israel. No devido tempo, sobre ela caiu a ira de Deus. Assim será com a Babilônia política e a Babilônia cidade do Anticristo.

18. "E a mulher que viste é a grande cidade que reina sobre os reis da terra".

I. "...a grande cidade". Jerusalém é também chamada, no campo profético, de "grande cidade" (Ap 11.8). Mas a do presente texto, que também se denomina de "grande cidade", é Roma. Ela é grande tanto em poder secular como em maldade. O Professor W. G. Moorehad diz dela o que segue: "A grande cidade cavalga ou procura cavalgar o poder universal para sujeitar a si toda a autoridade e governo. A mulher do deserto (v. 3) é intolerável perseguidora" (Comentário em Estudo Sobre o Apocalipse, 1982). O texto em foco diz: "A mulher que viste é a grande cidade". Uma cidade nunca domina só. Alguém o faz por ela. Depois de ter destruído a Babilônia religiosa (a mulher), o Anticristo, completamente possuído pelo dragão, voltar-se-á para a grande Babilônia comercial descrita no capítulo 18 de Apocalipse. Devemos observar que sempre esta cidade e seu sistema são chamados de "grande". Ela é assim chamada devido à sua autoridade sobre a terra inteira, devido aos seus poderosos exércitos. Grande por ser riquíssima. Grande nas suas abominações e maldades. Desta maneira, ela, através dos séculos, é vista dominando os "reis da terra", e reinando sobre eles.


REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

SILVA, Severino Pedro da. Apocalipse, Versículo por Versículo, Editora CPAD, 20ª edição, 2004, pp. 219, 220, 221, 222, 223, 224, 225, 226, 227, 228 e 229).



A CONSTITUIÇÃO POLÍTICA DA CONFEDERAÇÃO SUÍÇA


Este trabalho tem como finalidade apresentar a constituição política da Confederação Suíça, usando como base as descrições referentes ao Governo e ao Estado contidas na Constituição Federal, além dos valores e aspectos relevantes nesta apresentados.
 
1. Aspectos Gerais
 
A Suíça está situada na Europa Central, entre a cadeia montanhosa dos Alpes. O país faz fronteira com cinco países, sendo assim ao norte, com a Alemanha, a oeste, com a França, com a Itália ao sul e com a Áustria e Liechtenstein a leste. Apesar da localização, a Suíça não faz parte da União Européia.
 
A população suíça, aproximadamente 7.5 milhões de cidadãos, fala francês, alemão, romanche e italiano, sendo estas as línguas oficias. Costuma- se falar, também, o suíço, um dialeto da língua alemã.
 
2. Constituição Federal
 
Alemão: Die Bundesverfassung der Schweizerischen Eidgenossenschaft
Francês: Constitution Fédérale de la Confédération Suisse
Italiano: Costituzione Federale della Confederazione Svizzera
Romanche: Constituziun Federala da la Confederaziun Svizr

A Constituição atual da Suíça foi promulgada em 18 de abril de 1999 e entrou em vigor a partir de 1 de janeiro de 2000. Ela tem como raiz a Constituição de 12 de setembro de 1848, dia em que a Suíça passou de uma Confederação a uma Federação.
 
A Constituição suíça é composta por seis Títulos e um preâmbulo, o qual trata dos valores que motivaram a Assembléia Constituinte.
 
O Título primeiro, “Disposições Gerais”, contém determinações gerais do Estado, desde sua organização até seus valores e características específicas. É composto pelos seis primeiros artigos.
 
O Título segundo, “Direitos Fundamentais, Cidadania e Objetivos Sociais”, composto do artigo 7º ao 41º, descreve os direitos fundamentais dos cidadãos.
 
A distribuição dos poderes em Federação, cantões e municípios é regulada no Título terceiro “Confederação, Cantões e Municípios”, composto do artigo 43º ao 135º.
 
O Título quarto, “Povo e Cantões”, regula no artigo 136º ao 142º os direitos políticos do povo suíço e dos cantões.
 
A organização e a função das Autoridades Federais, da Assembléia Federal, da Administração Federal, do Conselho Federal e do Tribunal Federal são determinadas nos artigos de 143º ao 191º, dentro do Título quinto “Autoridades Federais”.
 
O Título sexto, “Revisão da Constituição Federal e de Disposições Transitórias”, prevê a possibilidade de revisão da Constituição suíça nos artigos 192º ao 197º. Para mudar a Constituição é preciso a maioria da aprovação do povo suíço e dos cantões.
 
3. O Estado Suíço
 
Palácio Federal da Suíça, em Berna
A Confederação Suíça é formada por vinte e seis estados, os chamados cantões, que são: Zurique, Berna, Lucerna, Uri, Schwyz, Obwalden e Nidwalden, Glaris, Zug, Friburgo, Soleure, Basileia-cidade e Basileia-região, Schaffhausen, Appenzell Ausserrhoden e Appenzell Innerrhoden, São Galo, Grisões, Argóvia, Turgóvia, Tessino, Vaud, Valais, Neuchâtel, Genebra e Jura.

Apesar de não haver uma capital oficial, a cidade de Berna é assim intitulada por ser a sede do Conselho Federal.
 
4. O Governo Suíço
 
Para entender a forma que o poder é exercido na Suíça, deve-se partir do princípio de que tal poder está dividido em três esferas [i]: o poder cantonal, que é soberano quanto às questões delegadas pela da Constituição Federal [ii], o poder municipal, submisso as leis do cantão, e o poder federal, responsável pelos assuntos internacionais e de interesse extra-cantonal. Tal poder federal parte do princípio de representatividade, caracterizando a Confederação Suíça como uma República Parlamentarista.
 
Sendo assim, existe um Conselho Federal, que ocupa o papel do Poder Executivo, além de um Parlamento bicameral, formado pelo Conselho Nacional e pelo Conselho dos Estados, exercendo o Poder Legislativo. Existe, ainda, um Tribunal Federal, representando o Poder Judiciário.
 
4.1. Conselho Federal
 
Na Suíça não há um representante único do Poder Executivo, mas sim um Conselho Federal formado por sete pessoas. Tais pessoas são eleitas pelo Parlamento a cada quatro anos, sem haver nenhum limite de mandato [iii].
 
Entretanto, há determinadas situações que requerem uma única pessoa para representar a Confederação, seja em nível internacional ou em pronunciamentos do Governo, até mesmo em casos de empate nas votações internas do Conselho. Por isso, a cada ano, o Conselho Federal elege um representante oficial, o que não implica em nenhuma questão hierárquica, já que cada membro do Conselho tem mais poder que o próprio representante.
 
4.2. O Parlamento
 
O Conselho Nacional é formado por duzentas pessoas, eleitas de quatro em quatro anos por um sistema de representatividade proporcional ao contingente populacional de cada cantão. Já o Conselho dos Estados é formado por quarenta e seis pessoas, sendo que cada cantão elege dois representantes e os semi-cantões, apenas um.
 
O sistema eleitoral é de competência de cada cantão, diferindo-se os métodos eleitorais entre eles.
 
A aprovação de uma lei depende de um consenso entre os dois Conselhos, havendo ainda medidas que solucionem possíveis divergências, como os referendos [iv].
 
4.2.1. Democracia Direta
 
Uma das características mais peculiares do Poder Legislativo suíço é o da consulta popular rotineira através de referendos, constituindo o conceito de democracia direta.
 
Seja em nível cantonal ou federal, é comum a consulta popular em assuntos que dizem respeito à população, como mudanças nas leis ou outro tipo de assunto interno. Mesmo havendo a representatividade através de um Parlamento eleito, este, quando não consegue chegar a um consenso em suas votações internas, permite que a população faça a escolha, sempre respeitando o princípio da representatividade proporcional ao contingente populacional de cada cantão.
 
A nível cantonal, os referendos são organizados pelo próprio cantão, mantendo sua soberania. Além disto, as medidas adotadas por um cantão através de referendos não precisam ser aplicadas aos outros cantões, desde que estas não violem os termos estabelecidos pela Constituição Federal.
 
Os referendos podem ser obrigatórios, quando dizem respeito a aprovar ou não medidas já adotadas pelo Parlamento, ou facultativos, quando se trata de uma iniciativa popular, respeitando o direito de livre iniciativa[v].
 
5. Relação Religião-Estado
 
O Estado suíço assegura a liberdade na escolha e no exercício da Religião. Cada cidadão ou residente no território suíço tem o direito de participar de organizações religiosas, tendo assim a livre escolha como base da adesão nesta comunidade[vi].
 
Entretanto, é de competência dos cantões definir sua própria religião oficial que, atualmente, divide-se entre o catolicismo, catolicismo suíço reformado e protestantismo. Tais definições só simbolizam a maioria do cantão, sem haver nenhum tipo de pressão para obrigar seguidores de outras denominações religiosas aderirem as crenças da maioria.
 
6. Valores do Estado
 
A maioria dos valores da Confederação Suíça é tratada ainda no preâmbulo da Constituição:
 
“O povo suíço e os cantões, conscientes de sua responsabilidade perante a criação, no esforço de reiterar a Confederação, para fortalecer a liberdade e a democracia, a independência e a paz, em solidariedade e sinceridade perante o mundo, no anseio de viver em unidade a sua pluralidade, com respeito mútuo e consideração, conscientes das conquistas comuns e da responsabilidade perante as gerações futuras, na certeza de que somente é livre aquele que faz uso de sua liberdade e que a força do povo se mede no bem-estar dos fracos”.
 
Nota-se, portanto, a preocupação em tentar fazer uma Constituição que atenda às necessidades de cada cantão, respeitando suas diferenças, sem perder a concepção de Estado, mas garantindo igualdade entre a sociedade. Percebem-se, também, reflexões a respeito da responsabilidade social dos suíços perante o mundo, as quais se refletem em toda a Constituição.
 
Outro princípio característico da Constituição suíça é o da boa- fé, que garante ao cidadão exigir que se cumpram acordos não escritos, além de ser um fator relevante em questões judiciais, onde o réu deve ser considerado inocente enquanto se declarar desta forma ou até que se possa provar o contrário. Este valor deve ser tratado com seriedade pelos suíços, já que agir com má- fé pode ser considerado um crime[vii].
 
Outros valores que compõem a Constituição Suíça são característicos das democracias atuais: dignidade humana; liberdade, que pode ser compreendida em várias óticas, desde o habeas corpus até o direito a escolha de ideologias e religião, além da liberdade de imprensa; e o direito a vida, que caracteriza a Suíça como um país terminantemente contra a pena de morte.
 
7. Aspectos Históricos
 
A tradição federalista da Suíça remonta a aproximadamente 700 anos de história. Dos 26 cantões que constituem a Suíça, os três mais antigos, Uri, Schwyz e Obwalden possuem um longo histórico de aliança e cooperação, e alguns dos documentos que selaram estes pactos são base para a Constituição Suíça moderna. Em 1291, estes três Estados se unem sob a Bundesbrief (Carta de Aliança) para combater os Habsburgos austríacos. Esta carta caracterizava o poder, independência e obrigações dos Cantões dentro da Waldstätte, nome que seria adotado para se referir à aliança. Em uma região onde os contratos eram e ainda são selados comumente na oralidade, valendo-se do princípio da boa- fé, o simples fato de ter havido a produção de um documento físico para registro desta união já revela a importância da autonomia federal para o Estado suíço. A Confederação passaria a estrategicamente adquirir novos Cantões até o início do século XIV, época em que a Waldstätte, agora contando com Lucerna, Zurique e Berna, derrotaria os exércitos de Habsburgos e seria vista como uma aliada pela Casa de Luxemburgo, que, durante boa parte do século XIV, governaria o Sacro Império Romano.
 
Porém, a Reforma Protestante chegou à Confederação por volta de 1520 e se espalhou rapidamente a partir de Zurique. No entanto, alguns Cantões permaneceram católicos, o que levou a Confederação a ser palco de guerras inter-cantonais, conhecidas como As Guerras de Kappel. Ainda assim, a população suíça cresceu de 800.000 para 1.1 milhões ao longo do século XVI, o que gerou diversos problemas na administração dos cantões. A dependência da Suíça em importações cresceu muito, já não havia mais possibilidade de expansão territorial e, ainda que os Cantões tentassem resolver os problemas decorrentes da falta de terras para subsistência da população, a tendência ao absolutismo se desenvolvia mais e mais, com os cantões outrora democráticos se transformando em oligarquias absolutistas.
 
A Suíça se manteve neutra durante a Guerra dos Trinta Anos, mas uma crise financeira agravada pelo sistema autoritário levou a uma guerra civil em 1653, seguida por guerras de cunho religioso em 1656 e 1712. Os anos seguintes se seguiram em relativa paz, até 1798, data em que a o Regime Revolucionário Francês conquistaria a Confederação, transformando-a no que se conhece por República Helvética, um território oficialmente francês, porém com uma constituição distinta, que nunca obteve apoio popular.
 
Este período, no entanto, durou apenas 5 anos. Em 1803, Napoleão restaura a maior parte da autonomia Suíça e reconhece 19 de seus Cantões como parte de uma Confederação.
 
Em 1815, o Congresso de Viena restabelece a independência Suíça e reconhece permanentemente a soberania dos Cantões, bem como sua neutralidade.
 
A partir deste período, dá-se início à construção de constituições na Suíça. A mais antiga constituição moderna é redigida em 1848 e conta com um artigo que permite que ela seja revista e completamente modificada se necessário, o que levou a quatro revisões, nas datas de: 1866, 1874, 1891 e 1999.
 
Conclusão
 
Apesar de sua estrutura parecer complexa, a Confederação Suíça é, portanto, um dos poucos Estados que conseguem manter-se fiéis às disposições previstas na Constituição. Costuma-se, inclusive, utilizá-la como exemplo de um país que conseguiu reunir povos diferentes sob uma mesma Constituição sem interferir na soberania destes. A Suíça é lembrada também no que diz respeito ao seu regime democrático semi-direto que, mesmo mantendo um sistema de representatividade, não exclui a opinião popular sobre decisões importantes.
 
Diz-se que, apesar das diferenças evidentes entre os cantões, os laços culturais helvéticos, que privilegiam valores importantes como o da boa-fé e o da livre iniciativa popular são capazes de manter a Confederação unida.

Escrito por Thiago Abreu, Igor Zaniboni, Talita Ferrari, Manuel Pfeuffer, Marina Morato e Erick Holowka para a disciplina de Princípios de Direito da Universidade Anhembi Morumbi ministrada pelo Professor Me.David Magalhães.






[i] SUÍÇA. Constituição (1999). Constituição da Confederação Suíça. Título III.

[ii] SUÍÇA. Constituição (1999). Constituição da Confederação Suíça. Título I, Artigo 3º.

[iii] SUÍÇA. Constituição (1999). Constituição da Confederação Suíça. Título V, Capítulo III, Secção 1ª.

[iv] SUÍÇA. Constituição (1999). Constituição da Confederação Suíça. Título V, Capítulo II, Secção 1ª.

[v] SUÍÇA. Constituição (1999). Constituição da Confederação Suíça. Título IV, Capítulo II.

[vi] SUÍÇA. Constituição (1999). Constituição da Confederação Suíça. Título II, Capítulo I, Artigo 15º.

[vii] SUÍÇA. Constituição (1999). Constituição da Confederação Suíça. Título II, Capítulo I, Artigo 9º.

Referências:

SWISSINFO.CH. Sistema Político Suíço. Disponível em <http://www.swissinfo.ch/por/sobre_a_suica/political_system/index.html?cid=844320>. Acesso em: 30 abr. 2011, 14:30:22.

SUÍÇA. Constituição (1999). Constituição da Confederação Suíça. Disponível em <http://www.admin.ch/org/polit/00083/index.html?lang=de&download=M3wBPgDB_8ull6Du36WenojQ1NTTjaXZnqWfVpzLhmfhnapmmc7Zi6rZnqCkkIN0f35,bKbXrZ6lhuDZz8mMps2gpKfo>. Acesso em: 28 abr. 2011, 02:10:27.

Fonte: site ENCLAVE.