Uma palavra sobre os DDS (Desigrejadores, Desigrejados e Simpatizantes)


Um grande amigo, pastor, pregador, ensinador, escritor e editor de blog — ou seja, alguém com quem me identifico bastante — publicou um pequeno, mas excelente texto sobre a necessidade de o cristão fazer parte de uma igreja local. Meu Deus! Fiquei admirado da enxurrada de críticas que ele está recebendo. 

Entretanto, pelo que percebi, a maioria dos argumentos dos DDS (Desigrejadores, Desigrejados e Simpatizantes) se baseia em "teologias enlatadas". Isto é, os que se opuseram ao mencionado texto, a despeito de demonstrarem não conhecer o ABC da eclesiologia, pensam que sabem tudo em razão de, possivelmente, terem ouvido meia-hora de "desigrejação avançada" nos sites dos desigrejadores de plantão. 

Lembrei-me de que D. L. Moody, certa vez, foi visitar um irmão que se afastara da congregação por acreditar que não precisava de uma igreja local. O pregador que trazia fogo de Deus consigo, sem dizer uma única palavra ao irmão, foi até sua lareira, retirou uma brasa e a colocou sobre a mesa. Pouco a pouco, a brasa foi se apagando... E o irmão, em lágrimas, olhou para Moody e lhe disse: "Agora, entendi... É isso que acontece com quem pensa que não precisa de igreja local para servir a Cristo". 

Eis o triplamente falacioso lema do desigrejado: "Sou desvinculado de igrejas locais; sigo a Cristo; não dependo de uma instituição". Em primeiro lugar, a igreja local não é invenção humana. Cristo estabeleceu a sua Igreja (Mt 16.18), e esta é formada por pessoas que cultuam a Deus em vários locais e cidades (templos, galpões, salões, casas, tendas, etc.): "Na igreja que estava em Antioquia havia alguns profetas e doutores" (At 13.1). Eram esses homens de Deus desigrejados?

Segundo: seguir a Cristo pressupõe fazer parte de uma congregação; Ele mesmo iniciou a primeira igreja local (Mc 3.13-19). Terceiro: a Igreja existe como organismo e também como organização. O sistema de congregações ligadas a uma igreja-sede foi instituído desde o primeiro século (At 15), e a hierarquização de dons e ministérios foi estabelecida por Deus, como se lê em 1 Coríntios 12.28-31.

Mas Deus hierarquiza? Sim! Em 1 Coríntios 12.28 vemos que Ele pôs na Igreja primeiramente apóstolos, em segundo lugar, profetas, terceiro, doutores, depois, milagres, depois... Em Atos 15.22 está escrito: "Então, pareceu bem aos apóstolos e aos anciãos [presbíteros], com toda a igreja [...]". Em Neemias 8.4,5, lá no Antigo Testamento, “Esdras estava sobre um púlpito de madeira, [...] estava acima de todo o povo". Deus hierarquiza não para que pessoas sejam melhores do que as outras. Ele hierarquiza porque é um Deus de ordem. 

Diante do exposto, lembremo-nos do que dizem as Escrituras em 1 João 1.6,7: "Se dissermos que temos comunhão com ele, e andarmos em trevas, mentimos, e não praticamos a verdade. Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado". 


Fonte: Blog do Pastor Ciro Sanches Zibordi

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