O descaso com a pregação

Por Gutierres Fernandes Siqueira

O pentecostalismo tradicional em nada difere do neopentecostalismo no descaso com a pregação. Infelizmente, pregadores que honram a Jesus Cristo com uma boa interpretação bíblica são minoria. Há toda uma cultura de desvalorização do bom e velho sermão. Vejamos:

Exegese é extrair a mensagem do texto.
A perversa eisegese é colocar a sua própria ideia no texto.
a) O esboço é raro. É quase tudo na base do improviso. E o pior, ainda colocam o Espírito Santo para justificar a preguiça de preparar um sermão. Todos sabem que preparar uma mensagem estruturada é um baita trabalho. Além disso, Deus em nada ficará impedido de falar por uma mensagem previamente estudada, pois Ele fala pela Palavra e ela não volta vazia.

b) A tônica é a performance artística. Os gritos, gestos, histórias e danças com os braços trazem para o pregador pentecostal a performance de um artista. Mas, é claro, profeta não é artista e artista não é profeta. Infelizmente, muitos cultos se assemelham a um circo. Nunca leram I Coríntios 14?

c) O texto bíblico? Um mero detalhe. A pregação não é conduzida pelo texto bíblico, mas o texto bíblico é conduzido pela "mensagem" do pregador. É a famosa eisegese. Essa palavra vem do grego eisegesis e significa "ato de introduzir, propor, de dar conselho”. Ou seja, é alguém que quer introduzir uma mensagem no texto lido. E deveria ser justamente o contrário, pois a mensagem deveria surgir a partir do texto lido. Essa é a boa exegese.

Nada do que falei é novidade, mas parece que a mente dos pregadores pentecostais está cauterizada. Quando isso acontece é um caso sério para orações.


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