Em postagem anterior tratamos de uma questão que é vista com fé por alguns crentes e com desconfiança por outros: o caso dos gravetos brilhantes nos montes onde se reúnem grupos de oração (clique aqui para ver a postagem). Agora, deixando os "achismos" de lado, assim como as nossas emoções, partamos para uma explicação lógica e racional, tendo em vista que a fé não está desprovida da razão.
Único fungo bioluminescente da Amazônia ocorre ao longo da rodovia BR-319
Por Ricardo Braga-Neto [Fonte: ULE, União Local de Ecólogos, 20/01/2009]

Aristóteles (384-322 a.C.) fez o primeiro relato sobre madeiras em decomposição que emitiam uma luz tênue, mas o filósofo foi capaz de perceber que essa luz estava viva, ou seja, era produzida por algum organismo. Antigamente, o contato com a natureza permeava mais a humanidade, e muitas culturas diferentes conheciam a bioluminescência dos fungos e até faziam uso dela. Na Micronésia, alguns nativos usavam cogumelos bioluminescentes como ornamentos em rituais, e os esfregavam no rosto para assustar seus inimigos. Algumas espécies que emitem luz em maior intensidade eram usadas na Indonésia para iluminar o caminho na floresta. Na Europa, durante a Idade Média outras espécies eram usadas para sinalizar a localização de guerreiros durante ataques noturnos, pois ao colocar pedaços do fungo bioluminescente no capacete, eles podiam saber onde os companheiros estavam, sem precisar emitir sons, o que poderia denunciar suas intenções.

Panorama do conhecimento atual sobre evolução e diversidade

Todos os fungos bioluminescentes são saprófitos e pertencem à família Tricholomataceae sensu Singer. Análises filogenéticas moleculares evidenciaram que essa família é polifilética, sendo representada por algumas linhagens evolutivas diferentes. Os fungos bioluminescentes estão distribuídos em três linhagens (mas possivelmente são quatro), sugerindo que a bioluminescência evoluiu independentemente algumas vezes nos fungos. Aqui vou me ater às três que apresentam resultados consistentes. A linhagem do gênero Omphalotus abriga 12 espécies de fungos cujos cogumelos são bioluminescentes e bastante conspícuos. A segunda linhagem abriga cinco espécies do gênero Armillaria, mas cuja bioluminescência está restrita ao micélio. A emissão de luz pelas espécies de fungos dessas duas linhagens é conhecida há milênios pela humanidade, mas não se conhece nenhuma dessas no Brasil. Contudo, a maioria das espécies de fungos bioluminescentes são tropicais, sendo agrupadas numa terceira linhagem, que abriga 47 espécies, a maioria do gênero Mycena (35 espécies). Muitos desses fungos possuem o micélio e/ou o cogumelo bioluminescente. Atualmente, Dennis Desjardin está estudando a evolução da bioluminescência nessa última linhagem e Cassius Stevani os mecanismos bioquímicos responsáveis pela emissão de luz.

Brilho de fungos tem mecanismo unificado
MARIA GUIMARÃES | Edição Online 19:20 12 de abril de 2012.
No mundo dos cogumelos também há vaga-lumes. São os fungos bioluminescentes, que no escuro emitem um brilho verde (ver Pesquisa FAPESPnº 168). Mesmo em ramos muito distantes da árvore genealógica desses organismos, a luminosidade tem uma única origem química: a quebra da mesma substância luciferina pela enzima luciferase, segundo acaba de mostrar o grupo do químico Cassius Stevani, da Universidade de São Paulo (USP) em artigo que será a capa da edição de maio da Photochemical & Photobiological Sciences, mas já está disponível no site da revista.

O resultado é inesperado porque são apenas 71 espécies de fungos bioluminescentes em meio a quase 100 mil descritas. E com parentesco muitas vezes distante, distribuídas em quatro linhagens que divergiram no início da evolução desse grupo. Sendo a emissão de brilho uma característica rara, seria de se esperar que cada um dos casos tivesse surgido de forma independente. “É uma questão interessante do ponto de vista evolutivo”, resume Stevani.
Em termos químicos, foi um avanço recente – também pelo grupo da USP, em 2009 – provar que a bioluminescência dos fungos tem natureza enzimática, hipótese que andava desacreditada. Funciona, portanto, como o pisca-pisca dos vaga-lumes, por um sistema de luciferina e luciferase. Só que esses nomes são usados de maneira genérica: luciferina é qualquer substância que, quebrada por uma enzima específica, emite luz. Mas a luciferina dos insetos, por exemplo, é completamente diferente daquela dos fungos.
Para verificar se a substância é a mesma entre uma espécie e outra, a equipe de Stevani emprega, inicialmente, uma estratégia mais simples do que determinar a estrutura das moléculas. “Fazemos um extrato do fungo a frio, que contém a enzima, e outro a quente, onde fica o substrato”, explica. Anderson Oliveira, à época seu aluno de doutorado, levou esses extratos para a Califórnia, onde os analisou junto com os de espécies norte-americanas, no laboratório de Dennis Desjardin, da Universidade Estadual de San Francisco. Ao combinar o extrato frio e o quente num frasco em laboratório, um aparelho especializado consegue medir a emissão de luz, mesmo que se misture – e essa foi a grande descoberta – a luciferina de uma espécie à luciferase de outra. “Todas as combinações entre fungos diferentes geraram luz”, comemora Stevani.
Exceto quando entraram na combinação três espécies não bioluminescentes, sugerindo que a luciferina e a luciferase típicas dos fungos luminosos não estão presentes nelas. No que diz respeito à evolução, o resultado indica que o mecanismo enzimático emissor de brilho apareceu no início da diversificação dos fungos, e depois se perdeu em boa parte das espécies. “Deve ter surgido para lidar com a crescente emissão de oxigênio pelas plantas, uma forma de combate ao o estresse oxidativo”, propõe o químico. Para entender melhor o mecanismo e sua evolução, o grupo agora trabalha em descobrir a estrutura das proteínas envolvidas, assim como os genes que indicam a sua produção.
Nota: Não tem problema você subir monte para orar e adorar ao Senhor em espírito e em verdade. Você, inclusive, pode fazer isso dentro do teu próprio quarto. O problema começa quando o crente sobe o monte para ver gravetos brilhando, etc. E o pior é que alguns fraquejam na fé quando o fenômeno, na maioria das vezes de ordem natural, não acontece. Creia no Senhor Jesus Cristo, independente de qualquer manifestação visível!
Exceto quando entraram na combinação três espécies não bioluminescentes, sugerindo que a luciferina e a luciferase típicas dos fungos luminosos não estão presentes nelas. No que diz respeito à evolução, o resultado indica que o mecanismo enzimático emissor de brilho apareceu no início da diversificação dos fungos, e depois se perdeu em boa parte das espécies. “Deve ter surgido para lidar com a crescente emissão de oxigênio pelas plantas, uma forma de combate ao o estresse oxidativo”, propõe o químico. Para entender melhor o mecanismo e sua evolução, o grupo agora trabalha em descobrir a estrutura das proteínas envolvidas, assim como os genes que indicam a sua produção.
Nota: Não tem problema você subir monte para orar e adorar ao Senhor em espírito e em verdade. Você, inclusive, pode fazer isso dentro do teu próprio quarto. O problema começa quando o crente sobe o monte para ver gravetos brilhando, etc. E o pior é que alguns fraquejam na fé quando o fenômeno, na maioria das vezes de ordem natural, não acontece. Creia no Senhor Jesus Cristo, independente de qualquer manifestação visível!
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