Por Wilma Rejane
"No ano da morte do rei Uzias, eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono, e as abas de suas vestes enchiam o templo" (Isaías 6.1).
Quem era Uzias? Um rei que havia assumido o trono aos dezesseis anos de idade, permanecendo no poder até seus 68 anos de vida.
"Então todo o povo de Judá tomou a Uzias, que tinha dezesseis anos, e o fizeram rei em lugar de Amazias, seu pai." (II Crônicas 26:1).
Uzias fez o que era reto aos olhos de Deus, de modo que prosperou grandemente, foi maravilhosamente abençoado e sua fama foi muito longe. Esse rei era a esperança da nação, o que havia de mais concreto em segurança nacional. Sua morte deve ter gerado grande comoção.
No final de seus dias, Uzias viveu recluso e leproso porque assim como rei Saul, em tentativa de usurpar as prerrogativas dos sacerdotes, entrara no templo do Senhor para queimar incenso no altar. Esse ato externalizou o orgulho e a exaltação do rei, a vaidade e a total falta de reverência para com o Senhor.
E Isaías viveu no tempo do rei Uzias, presenciou toda a glória de seu reinado e também seu declínio e morte. Em um momento em que a expectativa por sucessores de Uzias era a pauta mais urgente, o profeta tem a gloriosa visão de um outro Rei. Notem que o capítulo começa dizendo que "morreu o rei Uzias e Isaías viu o Senhor..." e mais adiante se lê:
"Os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos" (Isaías 6:5).
A visão era luminosa, celeste, e a ela não me detenho, mas expresso aqui o que aprendi com essa passagem do livro de Isaías: o contraste entre a glória dos homens e a glória de Deus.
Nem mesmo o mais "poderoso" e digno rei em Israel, foi capaz de proporcionar a Isaías - e aos demais homens da nação- uma visão tão nítida da glória dos céus quanto a que Isaías viu em um momento de devoção.
A fama e o poder do rei terreno dependiam da graça Divina. Deus exalta e abate e assim de forma soberana Ele permanece sendo Deus a quem todos devem reconhecimento e dependência. Em Sua misericórdia e bondade, esse Deus se revela nos momentos de desesperança,comoções e mortes, inclusive. Esse Deus fala do que os homens são incapazes de falar e conforta de um modo muito particular.
Temos um rei morrendo e um profeta sendo elevado a glória, ao mais alto lugar:
"Então disse eu: ai de mim!Estou perdido! Porque sou homem de lábios impuros e habito no meio de um povo de impuros lábios, e os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos exércitos!Então, um dos serafins voou para mim, trazendo na mão uma brasa viva, que tirara do altar com uma tenaz" Isaías 6:5.
A glória do profeta consiste em sua humilhação, na consciência da condição de pecador. A queda de Uzias consistiu em sua exaltação a condição de santo.
Depois da visão,Isaías exerceu seu ministério e andou três anos nu e descalço. Ou seja, ele se despiu dos trajes de profeta, tirou as túnicas e as sandálias dos pés. (Isaías 20.3). Porque ele sabia que a glória não era dele, sua vida e seus caminhos estavam guardados em Deus, Senhor da glória!
A morte do rei Uzias e a visão de Isaías é para mim uma representação de que nenhum poder, governo ou liderança terrena é capaz de conferir paz e segurança, é capaz de revelar Deus.
Claro que Deus se interessa por assuntos terrenos por governos instituídos, eleitos, "Bendita é a nação cujo Deus é o Senhor" (Salmo 33.12). Porém, esse senhorio de Deus tem inicio no coração de cada homem que a exemplo de Isaías elevou os olhos e o coração em busca a Deus em um momento em que muitos à sua volta andavam cabisbaixos e desiludidos na nação.
Fonte: A Tenda na Rocha.
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