Como anunciei anteriormente, daríamos início a vários estudos sobre os sessenta e seis livros da Bíblia Sagrada. Começamos com o Livro de Gênesis e, agora, seguindo a sequência dos livros bíblicos, vamos estudar sobre o Livro de Êxodo, cuja fonte de pesquisa foi a Bíblia de Estudo Pentecostal, da CPAD. Aproveite bem o conteúdo desta postagem e amplie seus conhecimentos acerca da Palavra de Deus.
"O livro de Êxodo foi escrito por Moisés, cerca de 1445-1405 a.C., e tem como tema A Redenção.
Considerações Preliminares
Êxodo dá continuidade à narrativa iniciada em Gênesis. O título do livro, deriva da palavra grega exodo (título empregado na Septuaginta, a tradução do Antigo Testamento em grego), que significa saída ou partida. Refere-se à poderosa libertação de Israel, efetuada por Deus, tirando-o da escravidão do Egito, e à sua partida daquela terra, como povo de Deus.
Dois pontos relacionados com o livro de Êxodo têm causado muita controvérsia: a data do êxodo de Israel ao sair do Egito e a autoria do dito livro. (1) Duas datas diferentes para o êxodo são propostas pelos eruditos. (a) Uma data recuada (também chamada a data bíblica), derivada de I Reis 6.1, onde está dito que o êxodo ocorreu 480 anos antes do quarto ano do reinado de Salomão. Esta declaração estabelece a data do êxodo em 1445 a.C. Por outro lado, em Juízes 11.26, Jefté (cerca de 1100 a.C.) afirma que Israel ocupara sua própria terra já a 300 anos, o que permite datar a conquista de Canaã, assim a conquista fica datada em aproximadamente 1400 a.C. Essa cronologia do êxodo, a da conquista de Canaã e a do período dos juízes encaixam-se bem nos eventos datáveis da história dos três primeiros reis de Israel (Saul, Davi e Salomão). (b) Os críticos liberais da Bíblia propõem uma data posterior para o êxodo, em cerca de 1290 a.C., com base em suposições a respeito dos governantes egípcios, bem como uma data arqueológica do século XIII a.C. sobre a destruição de cidades cananéias durante a conquista de Canaã.
(2) Há também discordância entre os eruditos bíblicos conservadores e liberais, no tocante à autoria mosaica do livro de Êxodo. (a) Intérpretes modernos geralmente consideram o livro como uma obra conjunta, preparada por vários escritores e completada num período da história de Israel muito posterior aos tempos de Moisés (a chamada teoria JEDP). (b) Por outro lado, a tradição judaica desde os tempos de Josué (Js 8.31-35), bem como o testemunho de Jesus (cf. Mc 12.26), do cristianismo primitivo, e da erudição conservadora contemporânea, todos atribuem a Moisés a origem do livro (...). Além disso, a evidência interna do livro apóia a autoria de Moisés. Pormenores numerosos em Êxodo indicam que o autor foi testemunha ocular dos eventos registrados no livro (e.g., 2.12; 9.31, 32; 15.27). Além disso, trechos do próprio livro dão testemunho da participação direta de Moisés na sua escrita (e.g., 17.14; 24.4; 34.27).
Propósito
Êxodo foi escrito para que tivéssemos um registro permanente dos atos históricos e redentores de Deus, pelos quais Israel foi liberto do Egito e organizado como a sua nação escolhida. Pelos mesmos atos divinos, Israel também recebeu a revelação escrita, do concerto entre Deus e aquela nação. Também foi escrito como um elo extremamente importante da auto-revelação geral e progressiva de Deus, que culminou na pessoa de Jesus Cristo e no Novo Testamento.
Visão Panorâmica
O livro de Êxodo começa com a descrição do sofrimento dos descendentes de Jacó no Egito, a saber: opressão, escravidão e infanticídio, e termina com a presença, o poder e a glória de Deus manifestos no Tabernáculo, no meio do seu povo já liberto, no deserto. Êxodo dividi-se em três seções principais. (A) Os capítulos 1 a 14 revelam Israel no Egito, oprimido por um faraó que não conhecia José, e Deus então redimiu Israel com braço estendido e com juízos grandes (6.6). Entre os eventos portentosos dessa parte da história de Israel, estão: (1) o nascimento de Moisés, sua preservação e preparação (cap. 2); (2) a chamada de Moisés na sarça ardente (3 - 4); (3) as dez pragas (7 - 12); (4) a Páscoa (cap. 12) e (5) a travessia do mar Vermelho (13 - 14).
O Êxodo de Israel para fora do Egito é declarado em todo o Antigo Testamento como a mais grandiosa experiência de redenção do velho concerto. (B) Os capítulos 16 a 18 descrevem Israel no Deserto, a caminho do monte Sinai. Deus guiou seu povo redimido por meio de uma nuvem e uma coluna de fogo e proveu maná, cordonizes e água, exercitando assim seus redimidos a andar pela fé e pela obediência. (C) Os capítulos 19 a 40 registram Israel no monte Sinai, recebendo de Deus a revelação que abarcou (1) o Concerto (cap. 19), (2) o Decálogo (cap. 20) e (3) o Tabernáculo e o sacerdócio (25 - 31). O livro termina com o Tabernáculo inaugurado e transbordante da glória de Deus (cap. 40).
Características Especiais
Cinco características distinguem Êxodo. (1) As circunstâncias históricas do nascimento de Israel como nação. (2) O Decálogo, isto é, os dez mandamentos (cap. 20), que é a suma feita por Deus da sua lei moral e das suas justas exigências para o seu povo. Nela, temos o fundamento da ética e da moralidade bíblicas. (3) É o livro do Antigo Testamento que mais destaca a graça redentora e o poder de Deus em ação. Em termos do Antigo Testamento, Êxodo descreve o caráter sobrenatural da libertação que Deus efetuou do seu povo livrando-o do perigo e da escravidão do pecado, de Satanás e do mundo. (4) O livro inteiro está repleto da revelação majestosa de Deus, como (a) glorioso nos seus atributos (veraz, misericordioso, fiel, santo e onipotente); (b) Senhor da história e dos reis poderosos; (c) o Redentor que faz um concerto com os seus redimidos; (d) justo e reto, assim revelado na sua lei moral e nos seus juízos e (e) digno de adoração reverente, como o Deus transcendente que desce para 'tabernacular' com o seu povo, isto é, habitar com o seu povo (cf. Jo 1.14 no grego). (5) Êxodo enfatiza o como?, o que? e o por quê? do verdadeiro culto que deve seguir-se à redenção que Deus efetua dos seus.
O Livro de Êxodo e Seu Cumprimento no NT
A prefiguração da redenção que temos no novo pacto, é evidente em todo o livro de Êxodo. A primeira Páscoa, a travessia do mar Vermelho e a outorga da lei no monte Sinai são, para o velho concerto, aquilo que a vida, morte e ressurreição de Jesus, e a outorga do Espírito Santo no Pentecoste, são para o novo concerto. Os tipos de Êxodo que prenunciam Cristo e a redenção no Novo Testamento são: (1) Moisés, (2) a Páscoa, (3) a travessia do mar Vermelho, (4) o maná, (5) a rocha e a água, (6) o Tabernáculo, e (7) o sumo sacerdote. As exigências morais absolutas dos dez mandamentos são repetidas no Novo Testamento, para os crentes do novo concerto."
Observação: para ler o estudo sobre o Livro de Gênesis clique aqui.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
STAMPS, Donald C. Êxodo: Introdução. Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD, 2002, pp. 114, 115 e 116 (os grifos no texto são meus).
Pastor Hafner
Chavannes - Suíça
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