O senador Magno Malta (PR-ES) disse, nesta quarta-feira, 28, no Senado Federal, em Brasília, que dois missionários brasileiros presos no Senegal devem ser soltos em, no máximo, 10 dias. O pastor mineiro José Dilson, líder do projeto Obadias, e a missionária baiana de Itapetinga Zenaide Moreira Novaes estão presos acusados de acolher e evangelizar crianças que frequentam escolas islâmicas naquele país do continente africano.
Segundo informou o pastor José Sanches, do projeto Fronteiras África, os
missionários foram enviados à região de Mbur, no Senegal, pela Agência
Presbiteriana de Missões Transculturais (APMT). Ambos permanecem retidos e foram
transferidos para a cidade de Thiés, vizinha ao local onde foram detidos, para
prestarem novos depoimentos.
O senador Magno Malta visitou os brasileiros presos em companhia dos
deputados Paulo Freire e Ronaldo Fonseca. Antes da viagem, os congressistas
visitaram a embaixada do Senegal, em Brasília, onde ficaram sabendo que aquele
país é laico, embora o Senegal tenha 94% de pessoas de confissão islâmica. “Há
quase 400 mil crianças, quase meio milhão de crianças, abandonadas na rua. E lá
nós temos um pouco mais de 250 brasileiros, missionários, que deixaram um país
que esta com a economia estabilizada”, discursou o senador.
“Ao descer naquele país fomos ao chamado Orfanato-Escola, um lugar limpo,
cheio de crianças chorando, por conta da missionária Zeneida que, aliás, é uma
baiana do interior, lá de Itapetinga, também de onde eu fui criado”. O senador
disse que o pai da missionária, Zacarias, congregava na mesma igreja que a mãe
dele, conhecida como Dadá.
Magno reforça que as crianças estão chorando pela volta de Zeneida.
“Chorando sabem por quê? Com medo de ela não voltar, com medo de as autoridades
fecharem o Orfanato-Escola e com medo de voltarem para a rua”, narrou o
senador.
A comitiva de parlamentares brasileiros se reuniu com o chefe tribal da
região onde atuam os brasileiros que disse serem os missionários e pastores como
filhos para ele. Depois, foram ao Ministério das Relações Exteriores do Senegal
e ao presídio ver os prisioneiros.
“Nós encontramos com um coronel que serviu 33 anos na ONU. Ele nos recebeu
educadamente, um homem sensível, um homem que conhece a necessidade do seu país
e a necessidade de que países irmãos mandem missões para poder ajudá-los. Ele
disse a mim e ao deputado Ronaldo Fonseca: ‘Vou mandar chamar os prisioneiros’.
E nós preparamos o nosso espírito para consolá-los”.
Ao receber a visita dos congressistas brasileiros, o pastor brasileiro
mostrou-se resignado. ““Fiquem em paz, que nós somos prisioneiros de Cristo”.
Aliás, dizia o coronel do presídio, se depender do meu relatório, eles já
estarão na rua. E diziam os advogados: nos próximos 10, 15 dias, eles irão para
a rua”.
O Itamaraty e a Embaixada do Brasil no Senegal contrataram advogados para
atuar na causa, com a entrada de Habeas Corpus. O senador capixaba destacou o
profissionalismo dos funcionários do governo brasileiro. Também a APMT contratou
advogados e pede orações pela soltura dos missionários.
Fonte: Blog Pimenta na Muqueca.
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