O primeiro texto dessa postagem, de autoria do Pastor Ciro Sanches Zibordi, mostra a perplexidade desse pastor após ter assistido ao vídeo onde alguns irmãos fazem uma apresentação de Capoeira (isso mesmo, Capoeira) dentro de um templo da Igreja Evangélica Assembleia de Deus (isso mesmo, Assembleia de Deus). O Pastor Ciro intitulou o seu texto dessa forma: "Não acredito! Capoeira na Assembleia de Deus?!".
Ora, tal apresentação já teria sido um absurdo, caso a Capoeira fosse apenas uma luta e/ou dança da cultura afro-brasileira, tendo em vista que os seus rituais e suas canções fazem apologia a espíritos malignos. Mas não é apenas isso. A Capoeira está diretamente ligada ao Candomblé, conforme o segundo texto apresentado mais abaixo, escrito por Françoise Batista para o site Diário dos Orixás.
Diante do exposto, creio que o título desta minha postagem é mais pertinente que aquele dado pelo Pastor Ciro ao seu texto, pois não é apenas uma luta que está sendo trazida para dentro da igreja, mas uma das práticas do próprio Candomblé. E isso não passa de sincretismo religioso, praticado há séculos pela Igreja Católica Apostólica Romana e que tanto criticamos, pois vai frontalmente de encontro à Palavra de Deus.
Leia abaixo os textos do Pastor Ciro Sanches Zibordi e de Françoise Batista. Compare-os e deixe a sua opinião em um comentário.
¹"Sinceramente, estou pasmo. Acabei de assistir a um vídeo em que 'adoradores'
jogam ou dançam capoeira dentro de um templo da Assembleia de Deus, ao som de 'É
na paz de Deus, meu irmão' e 'Com muita alegria e gozo, assim se louva a Deus'.
Confesso que, se me tivessem contado, eu não acreditaria, porém reconheci o
templo, onde já preguei algumas vezes. Não me pergunte: 'Onde?', por
favor.
Surpreender-me-ia, se tal evento tivesse ocorrido em uma igreja
neopentecostal, onde não tem havido limite para invencionices e 'loucuras
gospel'? Não. Mas dentro da Assembleia de Deus?!
Como assembleiano,
considero esse episódio tão aberrante e infeliz quanto o da associação de alguns
líderes com a seita do 'reverendo' Moon. Verdadeiramente, está se cumprindo o
que a Palavra de Deus diz em 2 Timóteo 4.1-5. Mas não podemos nos conformar com
este mundo tenebroso (Rm 12.1,2; Fp 2.14,15).
A profanação, a
secularização e a dessacralização do culto a Deus precisam ser denunciadas e
combatidas, nesses últimos dias, por aqueles que amam a simplicidade e a pureza
do Evangelho (2 Co 11.3,4). Que Deus ajude os 'sete mil' defensores do Evangelho
(Fp 1.16) que não se prostraram diante de Baal a continuarem ensinando o povo de
Deus a andar pelo caminho estreito (Mt 7.13,14), não se prendendo a 'jugos
desiguais' com os infiéis (2 Co 6.14-18)."
Assista ao vídeo:
Os Sons dos atabaques unem cultura e religião.
Por Françoise Batista
²"Dos Quilombos surge a Capoeira. Brincadeira utilizada pelos escravos como uma forma de distração, mais tarde se tornou instrumento de luta e defesa e este jogo da Capoeira segue presente até os dias de hoje e é constantemente associado aos terreiros de Candomblé. Considerada pelos estudiosos com uma expressão cultural afro-brasileira, a Capoeira une elementos tradicionais originados dos negros da África e dos ritmos brasileiros como o Samba e axé. Os instrumentos de percussão como: o berimbau, agogô, atabaque, pandeiro e outros é que criam o ritmo que envolve a Capoeira, que se inicia primeiramente com a formação da “roda” a partir destes instrumentos. Os capoeiristas então iniciam um canto de louvação dos feitos e qualidades de capoeiristas famosos, conhecido entre eles como Ladainha. Ao término da Ladainha, vem o Canto de entrada, no qual os capoeiristas se benzem e dão início ao “Jogo”. Após o canto de entrada vem a chamada Corrida, que com seus toques e cânticos acelerados, animam o “Jogo”. Tudo na Capoeira tem um significado, seja no golpe, no toque dos instrumentos ou até mesmo nas cantigas. Algumas inclusive são usadas para provocar os participantes e são chamadas de Cantigas de Sotaque. Na capoeira existe um toque que era muito utilizado pelos escravos, o chamado Aviso, que servia de comunicação entre eles, para alertar a presença do capitão do mato ou da polícia. Tudo na capoeira tem um significado expressivo que é facilmente reconhecido pelos seus participantes. Desde o toque dos instrumentos aos golpes, tudo foi criado pelos escravos não só como forma de distração, mas também como uma maneira de comunicação entre eles.
Expressão cultural ligada à cultura afro-brasileira a Capoeira possui uma relação muito íntima e intensa com o Candomblé, pois sua visão de mundo se expressa através dos Orixás cultuados nos rituais de Candomblé. Em algumas regiões do Brasil, muitos capoeiristas famosos ocupam lugares de destaque nestes rituais como “filhos” de entidades ou como “incorporadores” das mesmas. A semelhança que há entre a Capoeira e o Candomblé é algo impressionante e que pode ser claramente observado, pois ambos contemplam um ritual de consagração a liberdade, camaradagem e alegria e suas raízes expressam religiosidade, sensualidade, dança e cultura, elementos típicos da cultura afro-brasileira que muito enriquece a cultura do nosso país.
Presente nos terreiros de Candomblé de todo o país, a Capoeira tornou-se para muitos deles uma ferramenta de resgate da cultura africana. Em Belo Horizonte, O Projeto de Capoeira – Kizomba, ligado a Associação Quilombola Manzo Ngunzo Kaiango, conhecido popularmente como (Terreiro do Pai Benedito), atende atualmente 90 crianças e jovens do entorno da comunidade e foi criado a partir da necessidade de se preservar a juventude negra através dos ensinamentos da Capoeira. O Projeto é coordenado por um dos filhos do Terreiro que é Mestre de Capoeira e as aulas são realizadas no próprio terreiro situado no Bairro Santa Efigênia. Sem ajuda ou incentivo de órgãos governamentais ou empresarias o Projeto segue seu percurso visando contribuir com a formação de jovens e criança, através do resgate de sua identidade, auto-estima e ao mesmo tempo procura educá-los para o pleno exercício da cidadania e solidariedade."
Nota: Vale salientar que essa apresentação de Capoeira foi efetuada em um dos templos da Igreja Assembleia de Deus Ministério do Belém, na cidade de Sorocaba - São Paulo.
Creio (e gostaria de continuar crendo) que o evento em questão foi uma decisão da liderança local, e não da liderança do campo ou de outras congregações. Dessa forma, mesmo não fazendo parte do Ministério do Belém, acredito, ainda, que a maioria dos líderes desse ministério zelam pela sã doutrina e não admitem práticas contrárias à Palavra de Deus.
Fontes dos Textos:
²Diário dos Orixás. Os grifos no texto são meus.
¹Fonte do Vídeo: Youtube.
²Fonte da Imagem: Blog Afinsophia.
O "templo" da Assembléia de Deus (edifício construído por mãos humanas) é da Assembléia de "deus" e, portanto, eles podem fazer qualquer coisa dentro dele. O Templo do Espírito Santo que é o Corpo de Cristo, não tem nada a ver com um "salão comercial", mas com homens e mulheres que foram salvos, lavados e remidos pelo sangue de Jesus, que nasceram de novo, e por isso são zelosos de boas obras e da santidade pela fé.
ResponderExcluir"Acredito que com a mesma santidade em que Deus requeria que o povo dele (Israel) tivesse como o Templo e utensílios em Geral, e não aceitava misticismo dentro de seus altares, assim posso dizer que da mesma forma deve-se prezar pelo bom trato e reverência dentro do "Templo" construído pelas mãos dos homens, Afinal é lá que se invoca e presta culto ao "Grande e Soberano Deus".
ResponderExcluir"Guarda o teu pé quando estrares na casa de Deus; e inclina-te maias a ouvir do que a oferecer sacrifícios de tolos, pois não sabem que fazem mal" - Eclesiastes 5.1