A VERDADEIRA HISTÓRIA DE SÃO JORGE


Em torno do século III D.C., quando Diocleciano era imperador de Roma, havia nos domínios do seu vasto Império um jovem soldado chamado Jorge de Anicii. Filho de pais cristãos, converteu-se a Cristo ainda na infância, quando passou a temer a Deus e a crer em Jesus como seu único e suficiente salvador pessoal. Nascido na antiga Capadócia, região que atualmente pertence à Turquia, Jorge mudou-se para a Palestina com sua mãe, após a morte de seu pai. Tendo ingressado para o serviço militar, distinguiu-se por sua inteligência, coragem, capacidade organizativa, força física e porte nobre. Foi promovido a capitão do exército romano devido a sua dedicação e habilidade.

Tantas qualidades chamaram a atenção do próprio Imperador, que decidiu lhe conferir o título de Conde. Com a idade de 23 anos passou a residir na corte imperial em Roma, exercendo altas funções. Nessa mesma época, o Imperador Diocleciano traçou planos para exterminar os cristãos. No dia marcado para o senado confirmar o decreto imperial, Jorge levantou-se no meio da reunião declarando-se espantado com aquela decisão, e afirmou que os os ídolos adorados nos templos pagãos eram falsos deuses. Todos ficaram atônitos ao ouvirem estas palavras de um membro da suprema corte romana, defendendo com grande coragem sua fé em Jesus Cristo como Senhor e salvador dos homens.

Indagado por um cônsul sobre a origem desta ousadia, Jorge prontamente respondeu-lhe que era por causa da VERDADE. O tal cônsul, não satisfeito, quis saber: "O QUE É A VERDADE?". Jorge respondeu: "A verdade é meu Senhor Jesus Cristo, a quem vós perseguis, e eu sou servo de meu redentor Jesus Cristo, e nEle confiado me pus no meio de vós para dar testemunho da Verdade." Como Jorge mantinha-se fiel a Jesus, o Imperador tentou fazê-lo desistir da fé torturando-o de vários modos. E, após cada tortura, era levado perante o Imperador, que lhe perguntava se renegaria a Jesus para adorar os ídolos. Porém, este santo homem de DEUS jamais abriu mão de suas convicções e de seu amor ao SENHOR Jesus. Todas as vezes em que foi interrogado, sempre declarou-se servo do DEUS Vivo, mantendo seu firme posicionamento de somente a Ele temer e adorar.

Em seu coração, Jorge de Capadócia discernia claramente o própósito de tudo o que lhe ocorria: “... vos hão de prender e perseguir, entregando-vos às sinagogas e aos cárceres, e conduzindo-vos à presença de reis e governadores, por causa do meu nome. Isso vos acontecerá para que deis testemunho”. (Lucas 21.12:13 – Grifo nosso). A fé deste servo de DEUS era tamanha que muitas pessoas passaram a crer em Jesus e confessa-lo como SENHOR por intermédio da pregação do jovem soldado romano. Durante seu martírio, Jorge mostrou-se tão confiante em Cristo Jesus e na obra redentora da cruz, que a própria Imperatriz alcançou a Graça da salvação eterna, ao entregar sua vida ao SENHOR. Seu testemunho de fidelidade e amor a DEUS arrebatou uma geração de incrédulos e idólatras romanos.

Por fim, Diocleciano mandou degolar o jovem e fiel discípulo de Jesus, em 23 de abril de 303. Logo a devoção a “São” Jorge tornou-se popular. Celebrações e petições a imagens que o representavam se espalharam pelo Oriente e, depois das Cruzadas, tiveram grande entrada no Ocidente. Além disso, muitas lendas foram se somando a sua história, inclusive aquela que diz que ele enfrentou e amansou um dragão que atormentava uma cidade...
 
Em 494, a idolatria era tamanha que a Igreja Católica o canonizou, estabelecendo cultos e rituais a serem prestados em homenagem a sua memória. Assim, confirmou-se a adoração a Jorge, até hoje largamente difundida, inclusive em grandes centros urbanos, como a cidade do Rio de Janeiro, onde desde 2002 faz-se feriado municipal na data comemorativa de sua morte.

Jorge é cultuado através de imagens produzidas em esculturas, medalhas e cartazes, onde se vê um homem vestindo uma capa vermelha, montado sobre um cavalo branco, atacando um dragão com uma lança. E ironicamente, o que motivou o martírio deste homem foi justamente sua batalha contra a adoração a ídolos...

Apesar dos engano e da cegueria espiritual das gerações seguintes, o fato é que Jorge de Capadócia obteve um testemunho reto e santo, que causou impacto e ganhou muitas almas para o SENHOR. Por amor ao Evangelho, ele não se preocupou em preservar a sua própria vida; em seu íntimo, guardava a Palavra: “ ...Cristo será, tanto agora como sempre, engrandecido no meu corpo, seja pela vida, seja pela morte” (Filipenses 1.20). Deste modo, cumpriu integralmente o propósito eterno para o qual havia nascido: manifestou o caráter do SENHOR e atraiu homens e mulheres para Cristo, estendendo a salvação a muitos perdidos.

Se você é devoto deste celebrado mártir da fé cristã, faça como ele e atribua toda honra, glória e louvor exclusivamente a Jesus Cristo, por quem Jorge de Capadócia viveu e morreu. Para além das lendas que envolvem seu nome, o grande dragão combatido por ele foi a idolatria que infelizmente hoje impera em torno de seu nome.


Fonte: Genizah


A questão contraditória da Reforma: Imputação ou Infusão?


Situação Político Social 

Desde Agostinho até Lutero havia passado quase mil anos. Todas as verdades que o bispo de Hipona havia proclamado, como: a soberania de Deus, a eleição, a predestinação e principalmente a graça de Deus, já haviam sido diluídas na confusão teológica da Idade Média. A situação político social no final dos séculos XIV e XV era de uma verdadeira babilônia; uma época de muita ansiedade. Os desmandos da Igreja proliferavam cada vez mais e, por outro lado, grupos ansiavam por uma reforma, como os Lombardos na Inglaterra, os Hussitas na Boêmia e os Valdenses na Itália e França. Muitos desses grupos, reagindo à situação presente da Igreja, foram a extremos. 

Politicamente falando, o mundo passava por mudanças radicais. Quando Lutero pregou suas 95 teses no portal da Igreja de Wittembeg, fazia apenas 25 anos que a América tinha sido descoberta; e 17 anos da descoberta do Brasil. Os portugueses e os espanhóis eram os donos dos mares e chegavam até dividir o novo mundo no famoso Tratado de Tordesilhas (1494). A Europa era dominada pelo grande Império Romano. Na Itália, surgia a Renascença desafiando os costumes da época e trazendo de volta os valores e as prioridades dos pensadores gregos.

Junto com esse contexto político social, estava o poder religioso, onde a Igreja Católica Romana já havia sofrido sua primeira cisão; a separação da igreja oriental, chamada ortodoxa. Mesmo assim, a Igreja Católica tentava manter o domínio através de muito misticismo e superstições, tais como veneração de santos, peregrinações a lugares sagrados e missa para mortos. Nesse período, vários movimentos culturais foram sufocados e muitas pessoas foram sacrificadas, como o caso de John Wycliffe na Inglaterra e João Huss, o grande reformador da Boêmia que foi queimado vivo depois de condenado pelo Concílio de Constança (1415). 

As indulgências, ou a venda de perdão pela Igreja, foi a última gota em um copo cheio. Muito dinheiro foi arrecadado com essa prática corrupta. O comércio religioso chegou a níveis muito baixo, ao ponto de se garantir que tão logo o dinheiro fosse pago, as almas seriam libertadas do purgatório para o céu. Tudo isso gerava uma neurose religiosa, uma morbidez patológica no período que antecedeu a Reforma. O medo do inferno e da morte predominava na mente do povo. Timothy George, em seu livro “Teologia dos Reformadores” nos retrata com detalhes essa época. Diz ele que havia um pavor geral em relação ao sofrimento e a morte, a fome e a peste, e que a crise agrária chegou a níveis insuportáveis, que houve até canibalismo. Ele nos conta também que a peste negra atingiu a Europa (1349) e arrasou um terço da população. Os sermões e as gravuras da época retratavam essa situação caótica. 

A crise existencial em Martinho Lutero 

Foi nesse contexto que Lutero lutava para encontrar Deus. Procurava um pouco de paz e misericórdia. Certo dia durante uma tempestade com raios, ele teve sua grande crise de medo da morte e do inferno, e fez a sua decisão de tornar-se monge. No entanto, o mosteiro não resolveu o seu problema, antes pelo contrário, quanto mais se exercitava nas penitencias impostas, mais sentia desespero e medo. Lutero usava a palavra “anfechtung” (pavor, desespero, ansiedade) para descrever seus conflitos internos em busca do Deus misericordioso. 

Essa luta não foi apenas uma crise na vida de Lutero, mas o acompanhou por toda vida. É o que se pode apreender de sua afirmação: “Não aprendi minha teologia toda de uma vez, mas tive de buscá-la mais a fundo, onde minhas tentações “anfechtungen” me levavam..., não a compreensão, a leitura, ou a especulação, mas o viver, ou melhor, o morrer e o ser condenado fazem um teólogo”. [1] 

Lutero não concordava com o que muitos na sua época estavam concluindo; que “sola fide”, somente pela fé, fosse algo fácil. Ele dizia que a tentação e a experiência sem dúvida nos ensinam que a fé é uma arte difícil e, conforme Timothy George, página 63, “a fé genuína e a verdadeira teologia são forjadas sobre a bigorna da tentação, porque só a experiência faz um teólogo”. 

O texto de Rm 1.17, “a justiça de Deus”, enchia a alma de Lutero de traumas e nada adiantavam suas penitencias, jejuns, sacrifícios, boas obras, pois todas as suas tentativas em ser aceito diante de Deus, de ser reconciliado pelas obras, eram em vão. Sua consciência estava cada vez mais atormentada. Ele mesmo afirmou: “Eu não amava, na verdade odiava aquele Deus que punia os pecadores, e com um murmurar monstruoso, silencioso, senão blasfemo, enfureci-me contra Deus”. [2] 

Foi nesse contexto histórico e religioso que um dia a luz de Deus veio à mente de Lutero e, pela graça de Deus, ele pôde entender que a “Justiça de Deus”, de Romanos 1.17, se revela no Evangelho, e que o Evangelho na realidade não é mais motivo para gerar em nós medo, pavor; mas é as boas notícias de que toda a justiça de Deus foi satisfeita na cruz, na pessoa bendita de Seu Filho e nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Agora, todo aquele que pela graça de Deus crê nessa verdade eterna é justificado, é justo diante de Deus, e considerado como se nunca houvesse cometido pecado. Essa é a grande mensagem do Evangelho: o justificado pela fé tem a vida eterna. Agora Lutero estava consciente de que o perdão era dom de Deus e não resultado de esforço da mente humana. 

Conceito de justificação na Idade Média 

Não podemos esquecer que o conceito de justificação que dominou tanto a teologia da era Patrística como a Medieval, era uma mistura de doutrina cristã e filosofia grega da divinização do ser. A Enciclopédia Histórico Teológica nos informa que “Pelágio, no século V substituiu a ideia de imputação pelo conceito menos severo de imitação. Ele argumentou que, como agentes livres e responsáveis, nascidos com a capacidade de não pecar, todas as pessoas, todavia, pecam concretamente, seguindo o exemplo de Adão. Pelágio recebeu a oposição de Agostinho e desde então seu conceito da possibilidade humana tem sofrido frequentes rejeições pela igreja ortodoxa (embora a noção tenha se mostrado repetitiva no liberalismo protestante)”. [3] O próprio Agostinho, embora tenha sido o grande defensor da graça soberana de Deus nos seus conflitos com Pelágio, entretanto cria na infusão da justiça de Cristo no pecador, na infusão da graça pelo sistema sacramental e penitencial da Igreja; e que a justificação era um processo iniciado no batismo (regeneração batismal).

Embora Lutero e sua teologia tenham sido grandemente influenciados por Agostinho, como ele mesmo diz: “Nossa teologia e Santo Agostinho estão em bom andamento e, graças a Deus, eles predominam em nossa universidade”, mais tarde, revendo a doutrina de Agostinho com relação à justificação, disse que “Agostinho chegou mais perto do sentido paulino do que todos os estudiosos, mas não alcançou Paulo. No começo eu devorava Agostinho, mas quando a porta para Paulo abriu-se e entendi o que era realmente a justificação pela fé, descartei-o". [4]

Lutero se separou da teologia agostiniana quando teve a revelação de Rm 1.17, principalmente a expressão “A justiça de Deus é revelada”. Agora Lutero estava convicto de que a justificação não era algo progressivo, e afirmou categoricamente que “sola fide justificate”, isto é, só a fé justifica. Portanto, não mais cria em uma justificação infundida, mas sim imputada pela fé somente. Para Agostinho e a tradição escolástica o sentido era “tornar justo (infusão), mas agora para Lutero o sentido paulino é “declarar justo” (imputação), pois a justiça não é nossa, não é inerente a nós, mas é colocada em nossa conta. Não é possível aceitar a doutrina católica romana da infusão da justiça, pois se realmente a justiça de Cristo foi infundida em nós, e não somente imputada, também devemos crer que nossos pecados não foram imputados em Cristo, mas sim infundido; isto é, inerente a Cristo, o que equivale dizer que Cristo não foi feito a semelhança de carne pecaminosa, mas que realmente foi infundido nEle o nosso pecado. Isto geraria uma aberração teológica, pois, tornaria Cristo desqualificado para ser uma oferta totalmente aceitável a Deus pelo pecado. Como Deus iria aceitar um pecador morrer pelos pecadores? Isso jamais satisfaria a Sua justiça, e conseqüentemente levaria Deus a nos salvar de uma maneira ilegal e imoral, o que é totalmente contrário ao Seu caráter santo. Lutero descreveu essa transação como uma “doce troca” entre Cristo e o pecador, exclamando com admiração, “Oh! doce troca! Oh! operação inescrutável! Oh! benefícios que ultrapassam todas as expectativas! Que a impiedade de muitos fosse oculta em apenas um justo, e que a justiça de um justificasse a muitos transgressores”, e então ele conclama: “aprenda Cristo e o aprenda crucificado, aprenda a orar a Ele, perdendo toda esperança em si mesmo e diga: Tu Senhor Jesus, és a minha justiça, e eu sou o teu pecado; tomaste em Ti mesmo o que não eras e deste-me o que não sou”. [5]

Nossa crise e nossa salvação digna do caráter santo de Deus 

Essa foi a experiência de Lutero após a sua grande crise existencial; sendo ela também, ainda que em menor grau, uma realidade em nossas vidas. Queremos fazer a vontade de Deus, mas na realidade não conseguimos. É o que diz o apóstolo Paulo em Rm 7:19: “Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço”. Muitas pessoas mal orientadas, quando passam por essa luta caem no desespero, depressão, ou entram pelo caminho do fanatismo religioso, que os leva a uma vida irreal, farisaica; pois o fanático fariseu é aquele que, consciente ou inconscientemente, procura convencer-se que é capaz de ganhar o favor de Deus, conquistar a aceitação plena em Deus; justificando-se através de obras. Quando alguém entra pelo caminho da justificação própria, torna-se um hipócrita, e, como sabemos, não foram os publicanos e nem os pecadores que crucificaram a Cristo, mas sim os fariseus hipócritas.

Lutero havia descoberto pela graça de Deus a mensagem central do Evangelho: as boas novas, de que Deus em Cristo justifica pela fé o pecador e, para poder ser justo e justificador dos que têm fé em Jesus, Cristo teve que encarnar, viver uma vida de obediência total até a morte e perfeita santidade e estar disposto a tomar sobre si “o castigo que nos traz a paz”; e, lá na cruz, experimentar a ira de Deus quando foi imputado nEle o nosso pecado para que pudéssemos ter uma salvação digna do caráter santo de Deus.

Portanto, agora podemos dizer que Cristo tornou-se pecado por nós, isto é, foi imputado nEle o nosso pecado para que nós pecadores pudéssemos ser aceitos como justos. Agora em Cristo temos uma posição de justiça. A justificação é, portanto, uma questão posicional; fomos colocados nesta posição diante de Deus por causa de Cristo, isto é imputação; não é uma questão moral, pois nós ainda não somos justos em nós mesmos. Fica plenamente claro não se tratar de uma infusão. Vários irmãos do passado fizeram referência a essa troca graciosa entre Cristo e o pecador. Na era Patrística podemos ver na carta a Diogneto (Séc. II) “Oh! Imensa bondade e amor de Deus! Ele não nos odiou, não nos rejeitou, nem guardou ressentimento contra nós. Pelo contrário, mostrou-se paciente e nos suportou com misericórdia, tomou sobre si os nossos pecados e enviou Seu filho para nos resgatar. O santo pelos ímpios; o inocente pelos maus; o justo pelos injustos; o incorruptível pelos corruptíveis; o imortal pelo mortal. De fato, que outra coisa poderia cobrir nossos pecados senão a sua justiça? Por meio de quem poderíamos ter sido justificados, nós injustos e ímpios, a não ser unicamente pelo Filho de Deus?” [6]

A pergunta que atormenta qualquer pessoa é: “De que maneira posso ser colocado em posição correta com Deus? Ou ainda: Como poderia escapar da ira vindoura, ou ao juízo santo de Deus? Para Lutero a única resposta é a “JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ SOMENTE”, tendo como base unicamente a Palavra de Deus, pois uma fé cristã e real só pode existir com base na verdade bíblica. Como cristãos temos que acolher e crescer nessas verdades tendo a Bíblia como única base; mas também temos o dever de condenar qualquer doutrina que diminua a centralidade e a exclusividade de Cristo na salvação.

Questão com profundas e sérias implicações 

O ponto central e nevrálgico da Reforma foi a diferença entre “declarar a pessoa justa” (imputação), e “fazer a pessoa justa” (infusão). Essa não é meramente uma questão de semântica, mas de ponto de partida que vai definir nosso caminhar. Pela graça nos mantermos em Cristo, ou pelas obras em méritos humanos. Portanto, é uma questão de vida ou morte. Se o pecador é justificado através de uma declaração de Deus baseado nos méritos de Cristo e recebida pela fé somente, então esse pecador é declarado justo em Cristo. A justiça de Cristo, a vida de obediência perfeita até a morte e morte de cruz é creditada a seu favor; o resultado imediato é a paz com Deus como fruto da justificação. “Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo” (Rm 5.1).

Essa paz, essa reconciliação com Deus, leva-nos a comunhão e à intimidade no andar com Deus, e essa comunhão é transformadora, pois cada dia mais vamos sendo transformados a imagem de Jesus Cristo; isso é santificação. Somente os justificados pela fé podem ser santificados. Contrariamente, a teologia católica ensina a santificação como meio para a justificação. Isso seria como que “colocar os carros na frente dos bois”. O pecador é justificado por um processo de santificação durante toda a vida. Neste sentido, porém, nunca ninguém será justificado, pois ninguém terá uma vida de santificação perfeita que satisfaça o caráter santo, justo e perfeito de Deus. Deus em razão de Sua perfeita santidade exige obediência absoluta e perfeita santidade. Por isso Deus se fez homem na pessoa de Jesus, porque somente Deus poderia satisfazer a santidade de Deus.

O caráter santo e perfeito de Deus não permite que Ele exerça a misericórdia separada de Sua justiça, e nem a graça poderia reinar se a justiça de Deus não fosse satisfeita. Romanos 5:21 afirma esta verdade fazendo uma analogia entre o reino da morte e o reino da graça, pois assim como para que a morte entrasse na história do homem primeiro teve que haver pecado, assim também para que a graça pudesse ser dispensada a nós, primeiro teria que ser satisfeita a justiça de Deus. Portanto, Ele não poderia nos salvar sem satisfazer a Sua justiça. A Sua natureza santa não permitia passar por cima de nossos pecados; pois os nossos atos revelam o nosso caráter, e, para Deus, os fins não justificam os meios. Portanto, o ato de Deus nos salvar revelou o Seu caráter, e Ele não poderia nos salvar de uma maneira imoral, ou ilegal, mas teria que ser, como foi, uma maneira justa, santa e perfeita. Por isso em Romanos 3.26 diz que a cruz é a revelação da justiça de Deus. Foi o único meio de Deus demonstrar justiça e justificar o pecador, ser justo e justificador ao mesmo tempo.

A fé verdadeira que recebe a justificação é aquela que não olha para si mesmo, mas sim para a cruz de Cristo. Calvino com verdade afirma que “É somente a fé que justifica, mas a fé que justifica nunca está só”. Se as obras não justificam, também é verdade que a verdadeira justificação se manifesta em obras; é fato que o pecador justificado continua pecador, mas não escravo do pecado como antes. Agora, pela graça de Deus, tem poder de andar nas boas obras que Deus de antemão preparou para que andássemos nelas (Ef 2.10). Portanto, as obras não são as bases da justificação, mas sim as consequências, ou evidências delas, poderiamos dizer que a santificação é a justificação levada a sério.

Conclusão 

A história da humanidade parece oscilar como um pêndulo entre os extremos; muitas vezes o medo do legalismo nos leva ao antinomianismo (libertinagem) e o medo do antinomianismo nos leva ao legalismo. Parece ser impossível ter uma santidade livre e uma liberdade santa.

Para muitos, a justificação é uma mistura de fé e obras, como diz John F. Mac Artur Junior: “Onde o antinomianismo isola a justificação da santificação radicalmente, este erro mistura os dois aspectos da obra salvifica de Deus. O efeito é fazer da justificação um processo firmado na justiça defeituosa do crente, em vez de um ato declarativo de Deus baseado na justiça perfeita de Cristo”. [7]

Hoje vivemos dias semelhantes aos da Idade Média, onde a bíblia está sendo deixada de lado, onde não há ensinamento. Dias de verdadeira aversão a doutrina; onde nossa fé está baseada em experiências e tradições humanas. Por isso creio que somente uma reforma hoje, uma volta genuína e autêntica à Palavra de Deus, uma reciclagem na doutrina da graça, poderia nos salvar em uma hora de tanta confusão. Não podemos jogar 2.000 anos de história da Igreja pela janela, achando que Deus está começando algo novo conosco, pois ela é a história dos atos de Deus na história. Que Deus nos livre de tal pecado de presunção.


Bibliografia 

[1] Timothy George – Teologia dos Reformadores, Ed. Vida Nova, pág. 62
[2] Ibid – pág. 64
[3] Enciclopédia Histórico da Igreja Cristã – Editora Vida Nova, pág. 324
[4] George, ibid – pág. 70
[5] John Stott – A Cruz de Cristo, pág. 179 
[6] Padres Apologistas – Carta a Diogneto  Patrística, Edições Paulinas, pág. 27
[7] John F. Mac Artur Junior – Justificação Pela Fé Somente – Ed. Cultura Cristã, pág. 12 


Fonte: Comunidade Cristã de Maringá.

PREGADOR DA PALAVRA DE DEUS OU ANIMADOR DE AUDITÓRIO?

Há quase 20 anos, fui convidado pela primeira vez para participar de uma agência nacional de pregadores. Um companheiro de púlpito me ofereceu um cartão e disse: “Seria um prazer tê-lo em nossa agência”. Então, lhe perguntei: “Como funciona essa agência?” E a sua resposta me deixou estarrecido: “As igrejas ligam para nós, especificam que tipo de pregador desejam ter em seu evento, e nós cuidamos de tudo. Negociamos um bom cachê”.

É impressionante como o pregador, nos últimos anos, se transformou em um produto. Há alguns meses, depois de eu ter pregado em uma igreja (não me pergunte onde), certo pastor me disse: “Gostei da sua pregação, mas o irmão conhece algum pregador de vigília?” Achei curiosa essa pergunta, pois eu gosto de oração, já preguei várias vezes em vigílias, porém, segundo aquele irmão sugeriu, eu não serviria para pregar em uma vigília!

Em nossos dias — para tristeza do Espírito Santo — pertencer a uma agência de pregadores tornou-se comum e corriqueiro. E os convites para ingressar nessas agências chegam principalmente pela Internet. Nos sites de relacionamento encontramos comunidades pelas quais os internautas mencionam quem é o seu pregador preferido e por quê. Certa jovem, num tópico denominado “O melhor pregador”, declarou: “Não existe ninguém melhor que ninguém; cada um tem a sua maneira de pregar, e cada pessoa avalia segundo o seu gosto”.

Ela tem razão. Ser pregador, hoje em dia, não basta. Você tem de atender às preferências do povo. Já ouvi irmãos conversando e dizendo: “Fulano é um ótimo pregador, mas não é pregador de congresso” ou “Fulano tem muito conhecimento, mas não gosta do reteté”.

Conheçamos alguns tipos de pregador e seus públicos-alvo:

Pregador humorista. Diverte muito o seu público-alvo. Tem habilidade para contar fatos anedóticos (ou piadas mesmo) e fazer imitações. Ele é como o famoso humorista do gênero stand-up comedy Chris Rock (que aparece na imagem acima). De vez em quando cita versículos. Mas os seus admiradores não estão interessados em ouvir citações bíblicas. Isso, para eles, é secundário.

Pregador “de vigília”Também é conhecido como pregador do reteté. Aparenta ter muita espiritualidade, mas em geral não gosta da Bíblia, principalmente por causa de 1 Coríntios 14, especialmente os versículos 37 e 40: “Se alguém cuida ser espiritual, reconheça que as coisas que vos escrevo são mandamentos do Senhor... faça-se tudo decentemente e com ordem”. Quando ele vê alguém manejando bem a Palavra da verdade (2 Tm 2.15), considera-o frio e sem unção. Ignora que o expoente que agrada a Deus precisa crescer na graça e no conhecimento (2 Pe 3.18; Jo 1.14; Mt 22.29). Seu público parece embriagado e é capaz de fazer tudo o que ele mandar.

Pregador “de congresso”. Entre aspas porque existe o pregador de congresso que faz jus ao título. Mas o pregador “de congresso” (note: entre aspas) anda de mãos dadas com o pregador “de vigília”, mas é mais famoso. Segundo os admiradores dessa modalidade, trata-se do pregador que tem presença de palco e muita “unção”. Também conhecido como pregador malabarista ou animador de auditórios, fica o tempo todo mandando o seu público repetir isso e aquilo, apertar a mão do irmão ao lado, beliscá-lo... Se for preciso, gira o paletó sobre a cabeça, joga-o no chão, esgoela-se, sopra o microfone, emite sons de metralhadora, faz gestos que lembram golpes de artes marciais... Exposição bíblica que é bom... quase nada!

Pregador “de congresso agressivo". É aquele que tem as mesmas características do pregador acima, mas com uma “qualidade” a mais. Quando percebe que há no púlpito alguém que não repete os seus bordões, passa a atacá-lo indiretamente. Suas principais provocações são: “Tem obreiro com cara de delegado”, “Hoje a sua máscara vai cair, fariseu”, “Você tem cara amarrada, mas você é minoria”. Estas frases levam o seu fanático público ao delírio, e ele se satisfaz em humilhar as pessoas que não concordam com a sua postura espalhafatosa.

Pregador popstar. Seu pregador-modelo é o show-man Benny Hinn, e não o Senhor Jesus. É um tipo de pregador admirado por milhares de pessoas. Já superou o pregador de congresso. É um verdadeiro artista. Veste-se como um astro; sua roupa é reluzente. Ele, em si, chama mais a atenção que a sua pregação. É hábil em fazer o seu público abrir a carteira. Seus admiradores, verdadeiros fãs, são capazes de dar a vida pelo seu pregador-ídolo. Eles não se importam com as heresias e modismos dele. Trata-se de um público que supervaloriza o carisma, em detrimento do caráter.

Pregador milagreiro. Também tem como paradigma Benny Hinn, mas consegue superar o seu ídolo. Sua exegese é sofrível. Baseia-se, por exemplo, em 1 Coríntios 1.25, para pregar sobre “a unção da loucura de Deus”. Cativa e domina o seu público, que, aliás, não está interessado em ouvir uma exposição bíblica. O que mais deseja é ver sinais, como pessoas lançadas ao chão supostamente pelo poder de Deus e fenômenos controversos. Em geral, o pregador milagreiro, além de ilusionista e “poderoso” (Dt 13.1-4), é aético e sem educação. Mesmo assim, ainda que xingue ou ameace os que se opõem às suas sandices e invencionices, o seu público é fiel e sempre diz “aleluia”.

Pregador contador de histórias. Conta histórias como ninguém, mas não respeita as narrativas bíblicas, acrescentando-lhes pormenores que comprometem a sã doutrina. Costuma contextualizar o texto sagrado ao extremo. Ouvi certa vez um famoso pregador dizendo: “Absalão, com os seus longos cabelos, montou na sua motoca e vruuum...” Seu público — diferentemente dos bereanos, que examinavam “cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim” (At 17.11) — recebe de bom grado histórias extrabíblicas e antibíblicas.

Pregador cantante. Indeciso quanto à sua chamada. Costuma cantar dois ou três hinos (hinos?) antes da pregação e outro no meio dela. Ao final, canta mais um. Seu público gosta dessa “versatilidade” e comemora: “Esse irmão é uma bênção! Prega e canta”. Na verdade, ele não faz nenhuma das duas coisas bem.

Pregador “massagista”. É hábil em dizer palavras que massageiam os egos e agradam os ouvidos (2 Tm 4.1-5). Procura agradar a todos porque a sua principal motivação é o dinheiro. Ele não tem outra mensagem, a não ser “vitória”, principalmente a financeira. Talvez seja o tipo de pregador com maior público, ao lado dos pregadores humorista, popstar e milagreiro.

Pregador sem graça. É aquele que não tem a graça de Deus (At 4.33). Sua pregação tem bastante conteúdo, mas é como uma espada: comprida e chata (maçante, enfadonha). Mas até esse tipo de pregador tem o seu público, formado pelos irmãos que gostam de dormir ou conversar durante a pregação.

Pregador chamado por Deus (1 Tm 2.7). Prega a Palavra de Deus com verdade. Estuda a Bíblia diariamente. Ora. Jejua. É verdadeiramente espiritual. Tem compromisso com o Deus da Palavra e com a Palavra de Deus. Seu paradigma é o Senhor Jesus Cristo, o maior pregador que já andou na terra. Ele não prega para agradar ou agredir pessoas, e sim para cumprir o seu chamado.Seu público — que não é a maioria, posto que são poucos os fiéis (Sl 12.1; 101.6) — sabe que ele é um profeta de Deus. Esse tipo de pregador está em falta em nossos dias, mas não chama muito a atenção das agências de pregadores. A bem da verdade, estas também sabem que nunca poderão contar com ele...


Qual é a sua modalidade preferida, prezado leitor? Você pertence a qual público? E você, pregador, qual dos perfis apresentados mais lhe agrada?


Ciro Sanches Zibordi

AS AVENTURAS DE PI E O PSEUDO-EVANGELHO ECUMÊNICO


O filme As Aventuras de Pi é muito bonito, divertido, cheio de emoção, efeitos especiais e belíssimas paisagens. A história, realmente muito cativante, gira em torno da inusitada convivência, em alto mar, de um jovem com um tigre-de-bengala! Não é por acaso que o livro já foi traduzido para 41 idiomas e esteve na lista dos mais vendidos do New York Times por mais de um ano.

Não vou contar a história de Pi, pois alguém pode estar interessado em assistir ao filme ou, pelo menos, ler o livro, publicado no Brasil pela Editora Nova Fronteira. Mas farei uma abordagem crítica sobre a mensagem central do autor do romance: o espanhol Yann Martel. Peço ao leitor que não me veja como um estraga-prazeres. Meu objetivo é apenas fazer um alerta, visto que não conformar-se com o mundo denota, também, não se deixar enganar pelas influências filosóficas maléficas prevalecentes no mundo (Rm 12.1,2).

Fica claro, especialmente no início e na conclusão da história do jovem indiano Pi, que o autor da obra tem como objetivo apresentar a mensagem de que todos os caminhos (ou religiões) levam a Deus. Martel advoga o ecumenismo. Para ele, o importante é estar em contato com Deus, que pode ser conhecido através do hinduísmo, do cristianismo, do islamismo, do budismo, etc.

No livro — e não no filme — o personagem de Martel, já adulto, afirma: "A primeira vez que topei com uma Bíblia na mesinha de cabeceira de um quarto de hotel no Canadá, caí em prantos. Logo no dia seguinte, mandei uma contribuição para os Gideões e incluí um bilhete insistindo para que eles ampliassem a sua rede de distribuição. Pedi que não se limitassem aos quartos de hotéis, mas incluíssem todo e qualquer lugar onde viajantes exaustos e esgotados pudessem deitar a cabeça, e disse ainda que não deviam deixar ali apenas Bíblias, mas também outros escritos sagrados".

A bem da verdade, o belíssimo filme Life of Pi (título original) incentiva a comunhão com Deus. Mas que Deus? Pode ser o Deus dos cristãos, ou o dos muçulmanos, ou os muitos deuses do hinduísmo. O importante é acreditar que existe uma força superior que rege o Universo. Essa mensagem é politicamente correta, agradável, pacificadora... Ao mesmo tempo, é falsa! Por quê? Porque só existe uma única porta para a salvação: Jesus Cristo (Jo 3.16; 14.6).

Mas, além de defender o pseudo-evangelho ecumênico, que contraria a verdade bíblica de que o Senhor Jesus é o único que pode conduzir o homem a Deus (Jo 10.9; 1 Tm 2.5), o personagem Pi opõe-se — acredite — à pregação tradicional do Evangelho, de cima do púlpito. Em outra parte do livro está escrito: "Nada de preleções tonitruantes lá do púlpito, ou condenação de igrejas ruins, nem olhares vigilantes, simplesmente um livro de textos sacros esperando calmamente para dizer olá, tão delicado e poderoso quanto o beijo de uma garotinha no nosso rosto". 

Como se costuma dizer nas redes sociais, fica a dica.


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ANTINOMIANISMO - PARTE 1


A palavra antinomianismo vem de duas palavras gregas, anti, que significa "contra", e nomos, que significa "lei". Sendo assim, antinomianismo significa “contra a lei.” Teologicamente, o antinomianismo é a crença de que não há leis morais que Deus espera que os cristãos obedeçam. O antinomianismo leva um ensinamento bíblico a uma conclusão antibíblica. O ensinamento bíblico é o de que os cristãos não são obrigados a observarem a lei do Antigo Testamento como um meio de salvação. Quando Jesus Cristo morreu na cruz, Ele cumpriu a Lei do Antigo Testamento (Romanos 10:4, Gálatas 3:23-25, Efésios 2:15). A conclusão antibíblica é a de que não há nenhuma lei moral que Deus espera que os cristãos obedeçam.

O apóstolo Paulo tratou da questão do antinomianismo em Romanos 6:1-2: "Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que abunde a graça? De modo nenhum. Nós, que já morremos para o pecado, como viveremos ainda nele?" O ataque mais frequente sobre a doutrina da salvação pela graça é que ela encoraja o pecado. As pessoas podem se perguntar: "Se sou salvo pela graça e todos os meus pecados são perdoados, por que não pecar o quanto quiser?" Esse pensamento não é o resultado de uma verdadeira conversão porque a verdadeira conversão produz um maior, não menor, desejo de obedecer. O desejo de Deus – e o nosso desejo quando somos regenerados por Seu Espírito - é que nos esforcemos a não pecar. Como gratidão por Sua graça e perdão, queremos agradá-Lo. Deus nos deu o Seu dom infinitamente misericordioso através da salvação em Jesus (João 3:16; Romanos 5:8). Nossa resposta é consagrar nossa vida a Ele como uma forma de amor, adoração e gratidão pelo que Ele fez por nós (Romanos 12:1-2). O antinomianismo é antibíblico por aplicar de forma errada o significado do favor gracioso de Deus.

A segunda razão por que o antinomianismo é antibíblico é que existe uma lei moral que Deus espera que obedeçamos. Primeiro João 5:3 nos diz: "Porque este é o amor de Deus, que guardemos os seus mandamentos; e os seus mandamentos não são penosos." O que é essa lei que Deus espera que obedeçamos? É a lei de Cristo - "Respondeu-lhe Jesus: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas" (Mateus 22:37-40). Não, não estamos sob a Lei do Antigo Testamento. Sim, estamos sob a lei de Cristo. A lei de Cristo não é uma extensa lista de códigos legais. É uma lei de amor. Se amarmos a Deus com todo nosso coração, alma, mente e força, não faremos nada que o desagrade. Se amarmos o nosso próximo como a nós mesmos, não faremos nada para prejudicá-los. A obediência à lei de Cristo não é um requisito para ganhar ou manter a salvação. A lei de Cristo é o que Deus espera de um cristão.

O antinomismo é contrário a tudo o que a Bíblia ensina. Deus espera que vivamos uma vida de moralidade, amor e integridade. Jesus Cristo nos libertou dos comandos pesados da Lei do Antigo Testamento, mas isso não é uma licença para pecar e sim um pacto de graça. Devemos lutar para vencer o pecado e cultivar a justiça, dependendo do Espírito Santo para nos ajudar. O fato de que somos graciosamente livres das exigências da Lei do Antigo Testamento deve resultar em nós vivendo em obediência à lei de Cristo. Primeiro João 2:3-6 declara: "E nisto sabemos que o conhecemos; se guardamos os seus mandamentos. Aquele que diz: Eu o conheço, e não guarda os seus mandamentos, é mentiroso, e nele não está a verdade; mas qualquer que guarda a sua palavra, nele realmente se tem aperfeiçoado o amor de Deus. E nisto sabemos que estamos nele; aquele que diz estar nele, também deve andar como ele andou."


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CALVINISMO x ARMINIANISMO - Parte 1


Estamos começando hoje uma série de quatro artigos que visam dar uma melhor compreensão sobre as duas principais linhas teológicas dentre os evangélicos. Não pretendemos que este estudo venha a ser completo ou definitivo. Um embate que já persiste por 400 anos não poderia ser totalmente resolvido numa única série de artigos para a internet. Nosso objetivo é que tomemos conhecimento do que são as duas principais correntes teológicas e consigamos compreender que, mesmo aquele que afirma não querer estudar teologia, sempre estará ligado a alguma corrente teológica.

Desta forma, este trabalho está dividido em:

Parte 1 – Histórico Geral – Visão Geral – publicado em 06 de Agosto de 2012
Parte 2 – Calvinismo
Parte 3 – Arminianismo
Parte 4 – Comparando 
As Perguntas comuns no cristianismo:
A) “Fui eu que escolhi a Deus ou foi Ele que me escolheu?”
B) “Posso resistir a vontade Deus?”
C) “Se eu já fui salvo, posso perder a salvação?”

Histórico Geral

Por mais inacreditável que possa parecer para os brasileiros, atualmente temos visto importantes sinais de que os jovens evangélicos estão cada vez mais interessados no estudo da Palavra de Deus. Ao menos através da INTERNET vemos um crescente número de blogs e vídeos apologistas, vemos inúmeros bem intencionados cristãos que publicam textos, fotos e artigos, quer seja nos seus blogs quer seja no Facebook. A verdade é que ao invés de preferirem a literatura mundana de seus pais, muitos jovens estão lendo hoje livros tais como “A Escravidão da Vontade“, de Martinho Lutero, e as “Institutas“, de João Calvino. Na medida em que lêem e comparam a Teologia dos Reformadores Protestantes com suas Bíblias, começam a perceber que muito da teologia do evangelismo contemporâneo tem negligenciado a graça, e tem dado ênfase às obras da carne.
Pode parecer estranho, mas na verdade muitos cristãos que afirmam crer na salvação pela GRAÇA continuam insistindo que o ser humano tem o poder de “tomar a decisão por Cristo”. Existem até igrejas que ressaltam a Graça em seus nomes e lemas, mas que na prática negam-na por seguirem correntes teológicas contrárias. Outros tantos afirmam que “Deus ama a todos igualmente” e se mantém certos de que Ele está mandando alguns para o inferno. Talvez isto já fosse motivo suficiente para que fizéssemos este estudo, mas muito mais temos a falar. Você talvez desconheça, mas, se és evangélico, sua Igreja, provavelmente, deve seguir a T.U.L.I.P. ou a Remonstrância. Talvez você possa desconhecer as Cinco Solas, mas isto é questão básica para que uma Igreja seja considerada Evangélica.
Nos Estados Unidos, por exemplo, está havendo uma marcante volta aos princípios Calvinistas e um abandono gradual do Arminianismo. Por outro lado, no Brasil ainda há maior preponderância dos que seguem os princípios arminianos em comparação com os Calvinistas. 
[...]
Engana-se quem afirma que o Calvinismo é uma teologia de pessoas mais estudadas e o Arminianismo é uma teologia de pessoas mais simples. Se a questão fosse esta não teríamos tantos embates há tanto tempo. Devemos afirmar que existem calvinistas com muito e pouco estudo e arminianos com muito e pouco estudo. Não desenvolva uma conclusão de forma tão simplista. Desta forma, quando vemos algum arminiano ou calvinista, devemos compreender que isto surgiu a partir dos estudos a que foi apresentado e que, ao final, levou-os a tomarem estas posições (mesmo desconhecendo-as).
Lembre-se que tanto Calvino quanto Armínio foram homens que se dedicaram exaustivamente ao estudo da Palavra de Deus. Ambos buscaram incessantemente encontrar qual seria a mais correta sistemática teológica a qual pudéssemos seguir. Calvino estudou na França, até a Universidade, Armínio estudo na Holanda, até a Universidade. Portanto, não há distinção com relação a estudos realizados.

Raízes Históricas:

Mesmo sabendo que este debate é interno das Igrejas Evangélicas, devemos ter conhecimento que as raízes são muito anteriores a Reforma Protestante de 1517.
Tudo começou com Pelágio, que foi um monge britânico que viajou a Roma por volta de 400 d.C. e ficou estarrecido com o comportamento mundano dentro das igrejas cristãs. Para combater esta falta de santidade, ele pregou um Evangelho que inicia com a justificação somente pela fé (na verdade foi Pelágio, e não Lutero, que foi o primeiro a acrescentar a palavra somente na frase de Paulo), mas terminava através do esforço humano e da moralidade. Pelágio tinha lido as Confissões de Agostinho e acreditava que ela representava uma visão fatalista e pessimista da natureza humana. Os seguidores de Pelágio, incluindo Celéstio, foram mais longe do que o seu professor e removeram a justificação por meio da fé, estabelecendo a salvação moral e baseada em obras conhecida como pelagianismo. Deve-se mencionar que a única evidência histórica dos ensinamentos de Pelágio ou de seus seguidores é encontrada nos escritos dos seus dois adversários mais fortes – Agostinho e Jerônimo.
Em resposta a Pelágio, Agostinho adotou um sistema teológico que incluía não apenas o pecado original (que Pelágio negou), mas também uma forma de predestinação. Alguns autores sustentam que Agostinho ensinou as doutrinas da expiação limitada e da graça irresistível, mais tarde associados com o calvinismo clássico. Os críticos afirmam que parte da filosofia de Agostinho poderia ter se originado a partir de sua perícia na filosofia grega, especialmente platonismo e maniqueísmo, que mantém uma visão muito elevada do espírito do homem e uma visão muito baixa do corpo do homem. Contra a noção pelagiana que o homem pode fazer tudo certo, Agostinho ensinou a noção de que o homem não pode fazer nada direito. Assim, ele raciocinou, o homem não pode sequer aceitar a oferta da salvação – deve ser Deus que age em Si mesmo e nos indivíduos para trazer salvação.

Graças a uma enxurrada de escritos de Agostinho (Graça e Livre Arbítrio, Correção e Graça, A Predestinação dos Santos e O Dom da Perseverança) o Catolicismo acabou por não entrar mais nos embates, se definindo pela sistematologia teológica de Agostinho. Desta forma, a Igreja Católica, e ainda mais a Igreja Ortodoxa, mantiveram-se fora do debate condenando de forma definitiva os ensinos de Pelágio.

Anos mais tarde, a agora Igreja Católica Apostólica Romana já possuía duas correntes do pensamento sobre a teologia da salvação, que são o Tomismo (teologia desenvolvida por São Tomás de Aquino) e o Molinismo (teologia desenvolvida pelo teólogo jesuíta Luis Molina – também utilizada hoje por alguns protestantes, tais como William Lane Craig e Alvin Plantinga). Estas duas correntes ainda são as atuais dentro do Catolicismo com uma clara maioria dos adeptos do Tomismo.
Nas décadas anteriores a Reforma Protestante, a Igreja Católica já havia adotado, em sua grande maioria, os princípios do Tomismo (teologia de Tomás de Aquino) que creem na fé formada pela caridade (fides caritate formata). Ou seja, com o livre-arbítrio do homem restaurado após o batismo, o homem deve agora dar o seu melhor para fazer boas obras, a fim de ter uma fé formada pela caridade; e, então galgar o Mérito de condigno (meritum de condigno) onde Deus, então, banca e concede a vida eterna com base nestas boas obras que Aquino chama de mérito do homem digno.
As cinco Solas:
Uma das principais características do movimento reformador, ou protestante, foi a condenação feita por Martinho Lutero da “justificação pelas obras”. É importante notar que as “vendas de indulgências” surgiram exatamente deste princípio de que “boas-obras podem salvar alguém”.
Deste movimento surgiu então as cinco Solas, que são: Sola Scriptura (Somente a Bíblia); Sola Gratia (Somente a Graça); Solus Christus (Somente Cristo); Sola Fide (Somente a Fé); Soli Deo Gloria (Somente a Deus a Glória).

Sola Scriptura (Somente a Escritura) – Centralidade na Bíblia


"Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça; | Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra" (2ª Timóteo 3:16-17) 
É o principio no qual a Bíblia tem primazia em relação à Tradição legada pelo magistério da Igreja, quando, os princípios doutrinários entre esta e aquela forem conflitantes. Como Martinho Lutero afirmou quando a ele foi pedido para que voltasse atrás em seus ensinamentos:
“Portanto, a menos que eu seja convencido pelo testemunho das Escrituras ou pelo mais claro raciocínio; a menos que eu seja persuadido por meio das passagens que citei; a menos que assim submetam minha consciência pela Palavra de Deus, não posso retratar-me e não me retratarei, pois é perigoso a um cristão falar contra a consciência. Aqui permaneço, não posso fazer outra coisa; Deus queira ajudar-me. Amém.”
O historiador William Sweet sugeriu que isso posteriormente originou o direito fundamental de liberdade religiosa, bem como a própria ideia de democracia.

Sola Gratia (Somente a Graça ou Salvação Somente pela Graça) – Centralidade na Graça


"Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. | Não vem das obras, para que ninguém se glorie" (Efésios 2:8-9)
Afirma que a salvação é pela graça de Deus apenas, e que nós somos resgatados de Sua ira apenas por Sua graça. A graça de Deus em Cristo é a única causa eficiente da salvação. Esta graça é a obra sobrenatural do Espírito Santo que nos traz a Cristo por nos soltar da servidão do pecado e nos levantar da morte espiritual para a vida espiritual.

Sola fide (Somente a Fé ou Salvação Somente pela Fé) – Centralidade na Fé


"Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. | Não vem das obras, para que ninguém se glorie" (Efésios 2:8-9)
A justificação é pela graça somente, através da fé somente, por causa somente de Cristo. É pela fé em Cristo que Sua justiça é imputada a nós como a única satisfação possível da perfeita justiça de Deus.

Solus Christus (Somente Cristo) – Centralidade em Cristo



"Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim" (João 14:6)
Afirma que a salvação é encontrada somente em Cristo e que unicamente Sua vida sem pecado e expiação substitutiva são suficientes para nossa justificação e reconciliação com Deus o Pai. O evangelho não foi pregado se a obra substitutiva de Cristo não é declarada, e a fé em Cristo e Sua obra não é proposta.


Soli Deo gloria (Glória somente a Deus) – Centralidade em Deus


"Depois destas coisas olhei, e eis aqui uma multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas, que estavam diante do trono, e perante o Cordeiro, trajando vestes brancas e com palmas nas suas mãos; | E clamavam com grande voz, dizendo: Salvação ao nosso Deus, que está assentado no trono, e ao Cordeiro. | E todos os anjos estavam ao redor do trono, e dos anciãos, e dos quatro animais; e prostraram-se diante do trono sobre seus rostos, e adoraram a Deus, | Dizendo: Amém. Louvor, e glória, e sabedoria, e ação de graças, e honra, e poder, e força ao nosso Deus, para todo o sempre. Amém" (Apocalipse 7:9-12).
Afirma que a salvação é dom de Deus, e foi alcançada a nós por Deus apenas para Sua glória. Não deve-se dividir a glória de Deus com nenhum homem, com nenhuma instituição e com nenhuma outra entidade. Deus não divide sua glória e para servirmos a Deus, devemos nos humilhar diante d’Ele e reconhecer que foi Ele e não nós quem fez a obra.
A partir deste ponto os Luteranos e os batistas primitivos, em suas doutrinas, não são totalmente compatíveis com ambos os grupos (Calvinistas e Arminianos), desta forma, estes grupos preferem em vez de se envolver nos debates, seguirem as suas próprias formulações doutrinárias sobre a relação da liberdade humana com a soberania divina.

João Calvino


Jehan Cauvin, nascido em 10 de Julho de 1509 e morto em 27 de Maio de 1564 ficou conhecido nos países de língua portuguesa como João Calvino. Considerado um dos pais da Reforma Protestante, este teólogo francês desenvolveu um sistema teológico cristão que, posteriormente, ficou conhecido como Calvinismo.
Ainda com 12 anos de idade, Calvino foi admitido no Collège Montaigu, uma escola de dura reputação, conhecida pela sua rigidez, pelas constantes palmatórias e outras técnicas de educação punitivas. A lista de professores em Montaigu, nesta época, incluía o espanhol Antonio Coronel e o escocês John Mair (que foi professor de Inácio de Loyola).
Perto de completar 20 anos de idade, foi enviado a Paris, com uma renda anual concedida pela Igreja Católica, com o fim de estudar Teologia, no entanto, por decisão de seu pai, ele foi enviado para Orleans para estudar Direito, apesar de Calvino preferir Teologia. O biógrafo francês de Calvino, Bernard Cottret, escreve:
“Direito e leis: Calvino, o teólogo, é no fim, também, Calvino, o jurista. O seu pensamento fica marcado pela austeridade, a adstringência e a geometria da lei, pelo seu fascínio ou aspiração a ela. No início do século XVI assiste-se no Direito a uma verdadeira revolução. A retórica de Cícero toma a primazia sobre a filosofia medieval, que se sustenta nos seus silogismos. Com a interpretação de textos jurídicos, Calvino toma contacto pela primeira vez com a Filologia humanista”. O humanismo e o renascimento são, pois, os movimentos culturais que o vão influenciar em primeiro lugar”.

Entretanto nesta época o papa Clemente VII pressionava o rei de França a reprimir os protestantes franceses. Em bulas de 30 de Agosto de 1533 e de 10 de Novembro do mesmo ano, o papa exortava que a qualquer custo financeiro ou de vidas fosse realizada a “aniquilação da heresia Luterana e de outras seitas que ganham influência neste reino“.
Após alguma tensão por seu rompimento com o Catolicismo, Calvino acabou se mudando para Basel na Suíça onde ele publicou sua principal obra: “As Institutas da Religião Cristã” em 1536.
Calvino era um incansável polemista e apologista que gerou muita controvérsia. Ele não aceitava, em hipótese alguma, as teologias reinantes de Tomás de Aquino que se afastavam dos princípios da Graça propostos por Paulo em suas cartas e defendidas por Agostinho no início da Igreja.
A influência de Agostinho sobre Calvino é notória, princípios como a predestinação e dependência total de Deus para servos salvos do inferno são princípios Agostinianos compartilhados por Calvino.

Jacó Armínio


Jakob Hermanszoon, nascido em 10 de Outubro de 1560 e que morreu em 19 de Outubro de 1609 foi um teólogo holandes da reforma protestante. Hermanszoon ficou conhecido pela tradução latina de seu nome: Armínio e foi professor de teologia na Universidade de Leiden.
Órfão ainda na infância, foi adotado pelo pastor Theodorus Aemilius que o pôs na escola de Utrecht. Contudo, esse pastor também veio a falecer em 1574. Subsequentemente Rudolph Snellius levou-o à Marburgo, o que possibilitou Armínio poder chegar a Universidade de Leiden como estudante de Teologia e posteriormente se tornar professor da renomada instituição.
Jacó estudou com dedicação e teve ali sementes plantadas que começariam a se desenvolver em uma teologia que posteriormente competiria com a dominante teologia reformada de João Calvino. Ele foi ordenado Pastor em Amsterdam em 1588 e ganhou reputação com uma série de sermões sobre a Epístola de Romanos que desenvolveu gradualmente suas opiniões sobre a graça, predestinação e livre-arbítrio, que se mostraram incompatíveis com as doutrinas de Calvino.
Armínio começou a formular sua base teológica ao defrontar os ensinamentos Calvinistas com os de Dirck Volcketszoon Coomhert. Neste momento Armínio começou a duvidar de alguns aspéctos do calvinismo e a modificar algumas partes a partir de sua própria visão. Ele tentou reformar o calvinismo, e emprestou seu nome a um movimento — Arminianismo — que resistiria a alguns dos princípios calvinistas (predestinação incondicional, expiação limitada). Os primeiros seguidores holandeses de seu ensinamento ficaram conhecidos como Remonstrantes depois de terem emitido um documento, intitulado Remonstrantiæ(1610), contendo cinco pontos de desacordo com a corrente principal do calvinismo.
A teologia arminiana não se tornou totalmente desenvolvida durante a vida de Armínio, só após a sua morte (1609) os cinco artigos da remonstrância (1610) sistematizaram e formalizaram as suas ideias.
A influência de Tomás de Aquino sobre Armínio é notória, princípios como as boas obras e livre-arbítrio são princípios do Tomismo  (teologia de Tomás de Aquino) compartilhados por Armínio.
Fonte: (clique aqui).

Cantora Lu Bertolutti morre em São Paulo aos 32 anos


Morreu na madrugada (de ontem, dia 12), em São Paulo, a cantora gospel Lu Bertolutti. Ela foi internada emergencialmente após ter uma embolia pulmonar, seguida de diversas paradas cardiorrespiratórias. Ela recebeu o atendimento médico, porém não resistiu. A cantora estaria em Descalvado nesse final de semana para fazer o lançamento de mais um de seus trabalhos.

A embolia pulmonar é definida como a obstrução das artérias dos pulmões por coágulos (trombos) que se desprendem das veias com trombose venosa. Com isso os pulmões perdem grandes áreas de oxigenação do sangue, levando a graves alterações do funcionamento do organismo por falta de oxigênio, chegando mesmo até a morte.
Sobre Lu Bertolutti
Natural de Descalvado, Lu Bertolutti começou a demonstrar interesse pela música já na infância, quando tinha apenas nove anos de idade. Cresceu em cima dos palcos, se apresentando em shows de calouros, em programas de televisão e em caravanas regionais.
Já adolescente, fez parte de alguns grupos musicais, até decidir seguir em carreira-solo. A partir daí, o desejo de louvar a Deus e transmitir mensagens de fé só foi aumentando. Seu primeiro CD – intitulado Para o Seu Coração foi lançado em 2004 e repercutiu bastante dentro da comunidade cristã. Tanto que, pouco tempo depois, a cantora lançou Tome Posse, seu segundo álbum.
Em 2009, Lu foi convidada para participar, ao lado de cantores renomados do seguimento gospel como André Valadão e Rose Nascimento, do primeiro CD e DVD ao vivo do cantor Mattos Nascimento, com quem seguiu como atração de abertura da turnê Eu Quero é Deus.
Sempre envolvida com causas sociais, neste mesmo ano (2009), Lu foi apresentadora do programa Direito de Viver, transmitido pela Rede Vida; tal programa tinha como objetivo arrecadar fundos para o Hospital de Câncer de Barretos.

Em 2012, a cantora fechou contrato com a produtora SDR Produções Artísticas e um novo álbum começou a ser produzido, sob direção dos produtores musicais Cesar Ribeiro e Jefferson Pinas. O repertório deste disco é composto por músicas inéditas e algumas regravações, totalizando 15 faixas.
Fonte: Descalvado Agora
O G1 também publicou a notícia. Leia abaixo:


A cantora gospel de Descalvado (SP) Lu Bertolutti de 32 anos morreu na noite de quarta-feira (11), em São Paulo, vítima de embolia pulmonar. Internada no Hospital das Clínicas, ela teve seis paradas cardiorrespiratórias em menos de três horas e não resistiu. Ela lançaria seu segundo CD no próximo domingo (15) na cidade natal.

Segundo o tio e empresário da cantora, Silvio Rodrigues, Lu estava na empresa dele quando passou mal por volta das 17h. “Planejávamos como seria o show quando ela desmaiou. Ela voltou a si durante cinco minutos, mas sentiu falta de ar e desmaiou novamente. Só deu tempo de socorrê-la rapidamente, foi muito desespero”, relatou o tio. Por volta das 22h ela morreu.
Carreira

A cantora começou a carreira ainda na infância. Aos 12 anos, ela passou a integrar um trio chamado The Country Girls. Quatro anos depois ela largou o sertanejo para se dedicar à música gospel.

O primeiro CD da jovem, intitulado “Para o Seu Coração” foi lançado em 2004. Agora ela se preparava para apresentar o seu novo trabalho "Com Meu Louvor". “Nesse álbum ela amadureceu mais a voz e conseguiu estabilizar o nome dela no Brasil. Devido a essa fatalidade, acho que a música mais marcante é a que leva o nome do álbum, cuja letra diz ‘com meu louvor eu vou tocar o céu’”, disse o empresário.

Sonho

Filha única, Lu era solteira e mãe de uma menina de 10 anos e de um adolescente de 15. Segundo o tio, a cantora sempre foi uma pessoa saudável e batalhadora. “O sonho dela era viver da música e alcançar uma carreira de sucesso. Com isso, queria comprar uma casa para os pais. A cidade está comovida com essa perda. É uma sensação de importância total”, relatou o empresário.


Cantora lançaria novo CD no próximo domingo (15) em Descalvado (Foto: Lu Bertolutti/Arquivo pessoal)