5 - O LIVRO DE DEUTERONÔMIO

               Vamos prosseguir com o nosso estudo sobre os livros da Bíblia Sagrada. Seguindo a seqüência de como os livros foram organizados, agora é a vez de Deuteronômio, o último livro do chamado Pentateuco. Utilizaremos informações de obras importantes para o estudante da Bíblia, tais como Comentário Bíblico Beacon e a Bíblia de Estudo das Profecias. Pegue a tua Bíblia para conferir os versículos e as referências. A minha oração, mais uma vez, é para que o Espírito Santo abra ainda mais o teu entendimento para os mistérios contidos na Palavra de Deus. Tenha um bom estudo!

               ¹"A. TEMPO E LUGAR, 1.1-5

               Estas são as palavras, ou 'discursos' (NTLH), que Moisés falou a todo o Israel (1). Deuteronômio era essencialmente um livro para o laicato, da mesma forma que Levítico era um manual para os sacerdotes e levitas. É improvável que todas as pessoas pudessem ouvir Moisés de uma vez só, mas os representantes  da nação estavam presentes.

               Além do Jordão é, literalmente, eber, 'a travessia' ou 'vale' do Jordão. É termo usado para se referir ao lado leste (4.41, 49) e ao lado oeste (3.20, 25; 11.30). Ainda que não haja expressão qualificativa para indicar de que lado se quer dizer, é surpreendente que possa ser entendido como alusão ao lado oposto do qual o autor escreveu. Neste caso, o palavreado mostraria que os versículos iniciais foram escritos na terra de Canaã como explicação editorial do lugar onde os discursos foram feitos. Adam Clarke sugere que as palavras poderiam ter sido adicionadas por Josué ou Esdras. Mas certos estudiosos consideram que a expressão hebraica eber Yorden é descrição técnica do lado leste do rio Jordão.


               Em hebraico, a palavra traduzida por deserto representa qualquer área de terra desabitada, não necessariamente um deserto. A planície é 'Arabá' (ARA), o vale profundo que vai de norte a sul do mar Morto. Há muito que a identificação dos outros lugares - Parã, Tofel, Labã, Hazerote e Di-Zaabe - é tema de discussão entre os estudiosos. Alguns os consideram indicações da rota desde Horebe (2, outro nome do monte Sinai) até à fronteira da terra de Canaã. Sendo assim, a menção desses locais é histórica e dramática, bem como geográfica. A depressão de Arabá, onde os discursos foram feitos, se estendia até o golfo de Áqaba (mar Vermelho...), e ao longo do seu lado oeste acha-se a rota para Sinai, onde a lei foi proclamada. Outros críticos esposam que a menção é a um lugar chamado Sufe (1) e não ao mar Vermelho (yam suph). Completam dizendo que os outros nomes são de lugares que não podem mais ser identificados no vale do Jordão, defronte de Bete-Peor, na terra de Moabe (cf. 4.46).

               O escritor acrescenta um comentário significativo: Onze jornadas há desde Horebe, caminho da montanha de Seir (a rota leste que margeia as fronteiras de Edom) até Cades-Barnéia (2). Só 11 dias de viagem, mas que levou quase 40 anos! Quantos se condenam a anos de peregrinação no deserto, vivendo uma vida abaixo do melhor, quando poderiam estar desfrutando a plenitude da bênção da santificação total de Deus (cf. Hb 4.1-11)!

               Como Jacó (Gn 49), Josué (Js 24), Samuel (1 Sm 12), Davi (1 Rs 2) o nosso Senhor (Jo 14-16), Moisés fez um discurso exortativo ao final da vida. Sua liderança terminou com uma marca de vitória obtida nas batalhas contra Seom (4; cf. 2.24-37) e Ogue (cf. 3.1-22).  

               Depois da indicação cuidadosa do tempo e lugar, o registro nos informa que Moisés falou aos filhos de Israel, conforme tudo o que o SENHOR lhe mandara acerca deles (3). A base do discurso final foi a revelação que Deus já lhe tinha dado, embora algumas leis sejam mencionadas aqui pela primeira vez e outras, já anteriormente entregues, tenham sido modificadas. Tratava-se essencialmente de sua exposição final da lei, pois este é o significado do verbo declarar (5).

               No hebraico, o termo 'lei' é torah. 'A palavra torah se refere à orientação moral ou a um único ensino específico, como em Provérbios 1.8: 'Não deixes a doutrina [torah] de tua mãe'. É aplicada a um conjunto de preceitos ou ensinos religiosos - como a porção central do livro (Dt xii - xxvi). Denota a totalidade da doutrina e vida religiosa de Israel - a Torah de Moisés.'  A lei (Torah) veio a ser o nome hebraico para aludir ao Pentateuco (Ed 7.6) e, às vezes, a todo o Antigo Testamento (Rm 3.19).


               B. DE HOREBE A CADES-BARNÉIA, 1.6-46


               O primeiro discurso é primariamente uma revisão histórica dos procedimentos do Senhor com Israel. As investigações estabelecem que a estrutura de Deuteronômio corresponde estreitamente aos tratados redigidos pelas nações daqueles dias entre um estado suserano e seu vassalo. Estes começavam com uma narração histórica, e depois havia uma lista de cláusulas que delimitavam os termos do concerto. Concluíam com um pronunciamento  de bênção, na observância fiel das cláusulas, e anátemas, no caso de infidelidade (ver 'Introdução', subdivisão 'Autor e Data'). A forma de Deuteronômio é um testemunho de sua unidade e antigüidade.

               1. A Conclamação para Possuir a Terra (1.6-8)

               Revelação requer ação. Não era para Israel ficar acampado indefinidamente em Horebe. O Senhor chamou a nação para possuir a terra de Canaã, sobre a qual faz descrição minuciosa (7). A planície é a região norte da Arabá, o vale do Jordão, terminando no mar Morto. A montanha é a cadeia de montanhas central. O vale é o Sefelá, os contrafortes entre a cadeia de montanhas central e planície marítima. A ribeira do mar é a planície que se estende para dentro da costa do Mediterrâneo a uma distância de 6 a 24 quilômetros. O Sul é o Neguebe, região de estepe seca ao sul de Judá. A cadeia de montanhas do Líbano, ao norte, e o rio Eufrates, a leste, são fronteiras naturais ideais. 

               Duas nações importantes são identificadas com a terra. Os amorreus constituíam nação poderosa que entraram na Palestina pelo norte e se instalaram na região montanhosa. Os cananeus, que ocupavam a planície, eram provavelmente de origem fenícia.

               O versículo 8 introduz um tema que ocorre periodicamente ao longo do livro . Eis aqui esta terra, eu a dei diante de vós; entrai e possuí a terra que o SENHOR jurou a vossos pais, Abraão... que a daria a eles e à sua semente depois deles. A terra é um presente divino a ser possuído pela fé na promessa divina; esta é condição válida para todas as gerações de crentes.

               2. A Nomeação de Príncipes Assistentes (1.9-18)



               O crescimento traz seus problemas. Quem dera que todos os nossos problemas fossem deste tipo! Deus prometera a Abraão que tornaria sua semente tão numerosa como as estrelas dos céus (10), promessa que tem seu cumprimento aqui (cf. Gn 15.5). No versículo 12, Moisés menciona as dificuldades de governar um número tão grande de pessoas. As moléstias ('peso', ARA) e cargas se referem às responsabilidades gerais de liderança, e as diferenças ('contenda', ARA), às disputas entre grupos e indivíduos. Logo Moisés percebeu que precisava de assistentes. A sugestão foi feita primeiramente por Jetro, seu sogro (cf. Êx 18.13-27), mas é possível que certa solução semelhante já lhe tivesse ocorrido. adotou-a e a propôs às tribos. Primeiro, estipulou as qualificações para a liderança - homens sábios, inteligentes e experimentados (13; cf. NTLH). Depois, Moisés deu aos israelitas a oportunidade de apresentar candidatos que lhes fossem aceitáveis, e ele os nomeou para o ofício. O Novo Testamento descreve arranjo semelhante na escolha dos primeiros diáconos (At 6.1-6).


               Estes homens são chamados cabeças (15, rashim), capitães (sarim; 'chefes', ARA) e governadores (shoterim; 'oficiais', ARA). Os governadores eram aqueles que faziam  cumprir as ordens de um superior ou eram magistrados. A palavra juízes (16) diz respeito aos cabeças (13) em sua função judicial. A imparcialidade e a compaixão que são características de Deuteronômio, seriam mostradas quando julgassem justamente. Não atentareis para pessoa alguma em juízo, ou seja, os juízes tinham de ser imparciais ao lidar com o pequeno e com o grande (17), com o irmão israelita e com o estrangeiro (16). Os líderes não deviam temer os homens, porque eles eram os representantes  de Deus (17). Moisés deu orientações gerais (18) e era a autoridade última (17).

               Há orientações para a 'A Liderança da Igreja': 1) A responsabilidade da liderança, 12; 2) O compartilhamento e qualificação para a liderança, 13, 15; 3) A execução da liderança, 16, 17.

               3. A Exploração da Terra (1.19-25)

               Recordações pungentes estão resumidas no versículo 19. O atual conflito entre Israel e as nações árabes exibiu ao mundo o calor e a desolação cruéis daquele grande e tremendo deserto - a península do Sinai. Mas nos dias acerca dos quais Moisés fala, a nação estava em marcha a uma terra que mana leite e mel. É impossível identificar com certeza Cades-Barnéia, mas sabemos que se situava próximo da fronteira sul de Canaã.

               Moisés falou com realismo e fé - ótima combinação. Levou em conta a montanha e os amorreus (20), mas viu a terra como presente e possessão.  Exortou o povo israelita: Sobe e possui-a... não temas e não te assustes (21). O verbo possuir (yarash) significa 'entrar na posse de uma terra ou propriedade expulsando ou tomando o lugar de seus ocupantes anteriores, quer pela conquista ou pelo processo de herança. Este verbo ocorre não menos que 52 vezes em Deuteronômio.'


               O versículo 22 fornece mais esclarecimento sobre a exploração que os espiões fizeram na terra. Em Números 13.1, 2, Deus manda Moisés enviar homens  para espiar a terra. Os rabinos  judeus enfatizam que o termo hebraico é leka, que quer dizer 'envia para ti mesmo', frase que interpretam como: "Se tu queres enviar os espiões, envia'. Em outras palavras, Deus permite sem aprovar. Esta pode ser indicação de que a iniciativa partiu do povo, como está expressamente declarado aqui. Moisés aprovou (23), confiante de que a inspeção não mostraria nada de errado com a terra. Repare no cuidado em verificar que cada tribo fosse representada na investigação (23). Foram os espiões que deram este nome ao vale de Escol ('cacho', 24). Ficava perto de Hebrom. Quando voltaram, os espiões fizeram um excelente relatório inicial. Mostraram o fruto da terra e atestaram sua boa qualidade (25). Mas desastrosamente fracassaram ao resvalar na linguagem da incredulidade.

               4. A Recusa em Entrar (1.26-33)

               A recusa dos israelitas em possuir a terra é declarada de modo enfático e condenada nos termos mais categóricos. Primeiramente, não quiseram subir (26). Em segundo lugar, murmuraram nas tendas (27). Ficaram em casa e se recusaram a tomar parte na marcha à frente. E, finalmente, acusaram Deus de ter raiva deles. E tudo aconteceu porque as pessoas que fizeram o relatório aumentaram as dificuldades e ignoraram as possibilidades (28). Quanto aos gigantes (28), ver comentários em 2.21. Era verdade que as cidades eram grandes e fortificadas, mas Deus podia derrubar as muralhas - como de fato fez mais tarde em Jericó (Js 6.20). Os cananeus eram mais fortes e maiores que Israel; mas, como Moisés corretamente lembrou os israelitas, o SENHOR já os livrara dos egípcios, nação muito mais poderosa que qualquer uma de Canaã, e Ele ia adiante (30) deles para lutar por eles.

               Em resposta à acusação absurda de que o Senhor os odiava, Moisés fala ternamente do cuidado paternal do Senhor no deserto (31). Ele imagina Deus indo à frente dels como um pastor a fim de achar o lugar para eles armarem as tendas, revelando sua presença de noite e de dia (33).

               5. O Julgamento do Senhor (1.34-40)

               O Senhor ficou descontente por terem os israelitas se recusado a entrar na Terra Prometida, do mesmo modo que ficou quando fizeram o bezerro de ouro (cf. Nm 14.11, 12). A recusa deliberada em receber as bênçãos de Deus pode ser tão desastrosas quanto a transgressão positiva.

               A sentença irrevogável foi pronunciada: Nenhum dos homens desta maligna geração verá esta boa terra que jurei dar a vossos pais (35). Podemos arriscar nossa utilidade e felicidade futura em um momento de incredulidade e rebelião. As pessoas se deserdaram e atrasaram o propósito de Deus em abençoar uma geração inteira. Mas houve exceções. Calebe e Josué, sob risco de vida, não cederam diante do movimento de rebelião (Nm 14.10). Por esta causa, Deus os excluiu da sentença dos rebeldes e lhes prometeu um lugar na terra. Calebe é mencionado em primeiro lugar. que menção mais honrosa podemos receber do que o Senhor nos dizer que insistimos em segui-lo (36)? 'Só homens que acreditam cegamente no que Deus diz, como Josué e Calebe, e sabem que contra seu poder não há quem possa, perseveram em seguir a Deus e recebem a altura, o comprimento, a largura e a profundidade da salvação de Deus.'

               Calebe obteve, para sua descendência, a porção da terra que ele inspecionara (36; cf. Js 14.9, 12). Josué (38) recebeu o privilégio de conduzir toda a segunda geração à Terra Prometida. O que fazemos e somos não afeta somente a nós mesmos; afeta os outros também.

               Há uma nota de tragédia pessoal neste discurso  de Moisés: Também o SENHOR se indignou contra mim por causa de vós (37). Por causa de vós: 'A palavra hebraica (galal) é derivada de um radical que significa rolar, e tem sentido primário de reviravolta nos acontecimentos, numa circunstância, numa ocasião ou razão'.


               A sentença que Deus determinou ao povo rebelde lembrou Moisés da sentença de exclusão que há muitos anos ele mesmo incorrera em Cades. Provocado pelas reclamações dos israelitas, ele se comportara de modo a desagradar ao Senhor. O texto bíblico descreve que o deslize de Moisés foi: 1) Incredulidade que resultou em falha em santificar ao Senhor (Nm 20.10-12); 2) ruptura de fé no Senhor e falta de respeito a sua santidade (Dt 32.511, NTLH); e 3) espírito amargo e palavras irrefletidas (Sl 106.33). Em sentido muito real, este sofrimento foi vicário; pois se Moisés não tivesse se identificado tão inteiramente com os queixosos, ele teria consentido com a destruição deles e se tornado o progenitor de outra nação (Êx 32.10; Nm 14.12). 'Indignaram-no também junto às águas da contenda, de sorte que sucedeu mal a Moisés, por causa deles; porque irritaram o seu espírito, de modo que falou imprudentemente com seus lábios' (Sl 106.32, 33).

               Vemos indicação da estatura moral de Moisés quando Deus o comissionou com a tarefa de encorajar seu jovem assistente, Josué, a fazer o trabalho que lhe fora proibido de fazer. O amor de Moisés pelo rebanho ferido era tão grande que de boa vontade empreendeu a missão de preparar o homem que levaria os israelitas à terra à qual ele foi proibido de entrar. Não pe de admirar que ele seja um tipo do Messias (cf. 18.18, 19; At 3.22, 23)!

               Vossos meninos, de que dissestes: Por presa serão... eles a possuirão (39). Deus sempre está interessado no bem-estar de nossos filhos mais do que nós. Fazer as coisas do jeito de Deus talvez signifique impor sobre nossos filhos certas restrições, mas sempre é o melhor para eles e para nós. Note a incumbência que Deus coloca sobre quem não é moralmente responsável. Em hebraico, o termo traduzido por meninos (tappim) significa aqueles que caminham a passos curtos. Estas 'crianças' (NTLH; NVI) não tinham a capacidade de chegar a uma decisão certa em tal questão. Mesmo os jovens de até 20 anos de idade teriam dificuldade em discernir as questões  morais envolvidas, quando todas as pessoas mais velhas - exceto Moisés, Arão, Josué e Calebe - eram unânimes em recusar entrar na terra.

               A solidariedade da nação é proeminente nesta passagem. Moisés estava discursando essencialmente para os filhos dos atores principais na peça dramática que ele estava ensaiando. Mas estas crianças foram tratadas como parte da nação que passava por estas experiências. As crianças maiores de 12 anos e até as mais novas teriam certas lembranças pessoais dos eventos.

               6. O Preço da Arrogância (1.41-46)

               É característico da natureza humana, sobretudo da natureza humana caída, não apreciar algo bom até que seja perdido. Esta é uma das principais dores angustiantes do inferno. Quando os israelitas ficaram sabendo que não deveriam fazer o que tinham recusado fazer, resolveram imediatamente fazer. Provavelmente se deram conta de que não havia alternativa à terrível experiência de 40 anos em 'todo aquele grande e tremendo deserto' (19). Qualquer coisa era melhor que isso.

               Há um elemento de desatenção moral na atitude das pessoas. 'É freqüente tentarmos compensar o fracasso moral de não fazer a coisa certa, no momento certo, procurando afoitamente fazer agora, no momento errado, o que deveríamos ter feito antes.'

               Teimar em fazer a coisa certa, no momento errado, é tanta rebelião quanto fazer a coisa errada, no momento certo (43). Apesar do aviso de que o Senhor não estava no meio de vós (42) eles insistiram em subir. O termo vos ensoberbecestes (43) é palavra muito forte no original hebraico. Significa 'agir com insolência, impetuosidade, perniciosidade'. Só poderia haver um resultado. Os amorreus os perseguiram como fazem as abelhas (44). O texto de Números 14.45 menciona os amalequitas  e os cananeus. Este é exemplo de como os termos 'amorreu' e 'cananeu' eram, às vezes, usados intercambiavelmente. Os amalequitas não pensaram duas vezes em aproveitar a oportunidade de vitória (cf. 25.17, 18). Horma ("destruição") se situava no extremo sul, provavelmente pouco ao norte de Cades-Barnéia. Os israelitas foram perseguidos até quase ao acampamento. Não é de admirar que chorassem! Mas, pelo que deduzimos, era mais remorso que arrependimento, pois o SENHOR não os ouviu (45). 

               O versículo 46 é exemplo de expressão idiomática semítica empregada por um escritor que ou não sabe ou não tem motivo para falar explicitamente: Assim, em Cades estivestes muitos dias, segundo os dias que ali estivestes.

               Na história de Israel em Cades-Barnéia, vemos que 'Obediência Significa Progresso'. A idéia fundamental está em 2.3. 1) A desobediência ocasionou atraso: 38 anos de frustração e futilidade. a obediência os teria levado à Terra Prometida em apenas 11 dias, 1.2, 26-28; 2) a desobediência sempre resulta em atividade impaciente e cansativa, sem progresso, 2.1ss.; 1.34, 35; 3) A obediência é resultado de um senso de direção certa no cumprimento, 2.3, 4 (G. B. Williamson)..."

               Observação: o complemento das informações acima pode ser visto no livro 1 da Enciclopédia BEACON, página 420 a 493.

               ²"Deuteronômio, o 'discurso do deserto' de Moisés, consiste de uma série de mensagens proferidas pelo líder israelita quando este já estava na casa dos 120 anos. Eles são endereçados à nova geração, a qual sobrevivera aos 40 anos de peregrinação no deserto e estava destinada a possuir a terra da promessa.

              Tal como o Livro de Levítico, Deuteronômio está repleto de detalhes sobre leis, mas a ênfase está mais ligada ao povo do que aos sacerdotes. Moisés lembra à nova geração a importância da obediência, a fim de que eles aprendam com o triste exemplo deixado por seus pais.

               O titulo hebraico de Deuteronômio é Haddebharim, que quer dizer 'as palavras' e que foi extraído de 1.1, onde se lê: 'Estas são as palavras que Moisés falou a todo o Israel'. As palavras de despedida de Moisés são transmitidas à nova geração tanto na forma oral quanto escrita, garantindo assim que elas permanecessem por todas as gerações. Deuteronômio também tem sido chamado de 'o último um quinto da lei', visto que ele completa os cinco livros de Moisés. O povo judeu também o chama de Mishneh Hattorah, ou 'repetição da lei', o que foi traduzido pela Septuaginta como To Deuterononomion Touto, 'esta segunda lei'. Deuteronômio, porém, não é uma segunda lei, mas uma adaptação e uma expansão da lei original entregue no monte Sinai. O título em português vem do título grego, Deuteronomion, que quer dizer 'segunda lei'. Este livro também tem sido adequadamente chamado de O Livro da Lembrança."


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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

¹BEACON, Comentário Bíblico, Deuteronômio, CPAD, 3ª edição, 2009, p. 415 a 420.
²BÍBLIA, Estudo das Profecias, Editora Atos, 2ª edição, 2005, pp. 190 e 191.

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