Clotilde de Vaux, a virgem-mãe intercessora de Comte.

            Isidore Auguste Marie François Xavier Comte, ou simplesmente Auguste Comte, foi um filósofo francês, fundador  da Sociologia e do Positivismo. Ele nasceu em Montpellier no dia 19 de janeiro de 1798, como filho de uma família pequeno-burguesa, católica e monarquista. Antes da idade legal, foi admitido na Escola Politécnica de Paris, de onde foi expulso mais tarde devido às suas ideias ultrademocráticas, retornando pra ela como examinador de admissão. Em 1825 casou-se com Caroline Massin, separando-se dela dezessete anos depois. Três anos após a sua separação, em 1845, conheceu Clotilde de Vaux, com quem manteve um forte relacionamento amoroso, embora platônico. Ela tornou-se a sua musa inspiradora, mas morreu no ano seguinte e, a partir daí, Auguste Comte considerou-se um messias com o objetivo de regenerar a humanidade. Assim, em 1847, é proclamada a religião da humanidade. Segundo João Ribeiro Júnior, "humanidade, ciência, síntese e fé constituem a essência do pensamento¹" de Auguste Comte.
 
Auguste Comte
             Tudo aquilo que o homem faz desassociado de Deus, confiando na sua própria razão e justiça,  só acaba em loucura. O Apóstolo Paulo, em sua epístola aos Romanos escreveu que alguns homens "dizendo-se sábios, tornaram-se loucos" (Rm 1.22). Auguste Comte enlouqueceu em sua dialética positivista, criando uma religião "puramente racional, científica e exclusivamente humana, que não admite mistérios, revelação, vontade sobrenatural e que não aceita nenhuma crença, cuja exatidão a sua razão não lhe tenha podido demonstrar²". A trindade para Comte é a humanidade que trabalhou, que trabalha e que trabalhará, composta pelos mortos, que adquiriram a vida subjetiva; dos vivos, que lutam para adquirí-la; e por aqueles que ainda não nasceram, que se supõe devam adquiri-la, como enfatiza João Ribeiro Júnior.

           
            O Grande Ser para Auguste Comte é nada mais nada menos que a humanidade e, segundo ele, é na própria humanidade que o homem irá satisfazer sua necessidade real de um Deus. Quanto a isso, João Ribeiro Júnior escreveu:

            "Comte concilia, assim, o fetichismo como o positivismo, o Estado teológico-fictício com o Estado positivo-científico, para explicar o Grande Ser, pois entende que é só fetichismo individual ou coletivo, onde há uma expansão ingênua do sentimento, que se realiza a verdadeira identificação entre o homem e a humanidade. Deste modo, tenta assegurar a plenitude da unidade religiosa.

Busto de Clotilde de Vaux
Paris
            Embora Auguste Comte, contrário à teologia e à metafísica, que considerava meras construções ilusórias, pregasse que o catolicismo era anti-social e que seria irrevogavelmente eliminado pelo positivismo, ele não esconde suas propensões simpáticas por esta religião, pois se lhe apresentava como a obra-prima da hierarquia e da compreensão das necessidades espirituais do homem. Assim, tomou-a como modelo, mas lhe negou o direito de pretender conduzir a humanidade.

            É assim que vemos no pisitivismo, como no catolicismo, a venerãção de 'santos padroeiros', isto é, os sábios do passado, os grandes religiosos, os heróis ilustres, cuja recordação e exemplo são sempre exaltados; a veneração de almas que são 'particularmente próximas', como a mãe, as irmãs, as filhas, que Comte chama de 'anjos da guarda'. O positivista religioso sente-se, assim, rodeado de 'almas amadas', algumas simplesmente protetoras, outras amantes e auxiliares. É a 'comunhão dos santos' positivista.

            Em torno desses "santos padroeiros', de 'anjos da guarda', de 'almas amigas', que são uma parte do Grande Ser, a religião da humanidade reservou um lugar à sua padroeira suprema, para a mulher-tipo, para a 'intercessora privilegiada entre os homens e a humanidade divinizada': Clotilde de Vaux, a Virgem-Mãe.

            Destarte, Clotilde - que não era virgem e nem se tornou mãe - passou a concretizar a figura perfeita da humanidade.

            No positivismo, portanto, a humanidade, filha dos homens, que nasceram eles próprios dela, representa exatamente a Virgem-Mãe, que é personificada pela figura de Clotilde de Vaux."

(JÚNIOR, João Ribeiro. O que é Positivismo, Editora Brasiliense S.A., 1995, pp. 30 e 31).  

  
Clotilde de Vaux
             A ascensão apoteótica de Clotilde de Vaux à condição de Virgem-Mãe intercessora entre os homens e a humanidade divinizada, concretizando a figura perfeita da humanidade, mostra-nos não apenas o estado de loucura de Auguste Comte, mas a sua rebeldia contra Deus, pois o Apóstolo Paulo escrevendo aos romanos, após afirmar que alguns homens "dizendo-se sábios tornaram-se loucos", acrescenta: "(...) e mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível..." (Rm 1.23). É mais uma estratégia de Satanás, que usa homens inteligentes, porém loucos e arrogantes, para tentar desfazer a Obra de Deus e usurpar a Sua glória - e essa é uma missão impossível. 

            Outro exemplo está claro no livro O Código da Vinci, do escritor e historiador americano Dan Brown, onde Maria Madalena também é declarada uma divina intercessora. Isso tudo, na verdade, só faz engrossar o caldo da sopa de demônios que já vem atuando desde o princípio e que recebem muitos nomes de deusas, tais como: Adit (hindu), Afrodite (grega), Amaterasu (japonesa), Anu (celta), Hator (egípcia), Inanna (sumeriana), Luna (romana), Iemanjá (brasileira) e milhares de outras criadas pelos homens sob a inspiração do diabo, para dar legalidade à manifestação de espíritos malignos na vida daqueles que não servem ao verdadeiro Deus de Israel, o Todo-Poderoso criador dos céus e da terra. 

            Maria Madalena tem os seus galardões no céu por ter aceitado a Jesus Cristo como seu Senhor e Salvador. Nunca teve envolvimento algum com Ele, a não ser de forma espiritual e de respeito de criatura para com seu Criador, de serva para com seu Senhor, de humana para com Deus, adorando-O na beleza da Sua santidade. Ela não intercede por ninguém, pois não tem contato com este mundo e, mesmo que tivesse, não tem poder para resolver nada.  Quanto a Clotilde de Vaux, não posso dizer o mesmo pois, se morreu sem salvação em Cristo, está aguardando a condenação eterna junto com aquele que imprudentemente a declarou divina e que agora sabe que Mediador entre Deus e os homens só há um: Jesus Cristo, homem!  (1 Tm 2.5).

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¹JÚNIOR, João Ribeiro. O que é Positivismo, Editora Brasiliense S.A., 1995, p. 10.
²Idem. O que é Positivismo, Editora Brasiliense S.A., 1995, p. 29.

  
Pastor Hafner
Chavannes - Suíça

2 comentários:

  1. A maior loucura é ver em pleno século XXI alguém popagando as supertições e fantasias teológicas pois ainda não percebeu que tudo isso faz parte do passado e já morreu. Lamento informar, mas o senhor encontra-se alguns séculos atrasado e ainda não se deu conta que esse deus que o senhor prega já morreu pois sua mensagem não faz mais sentido no mundo contemporâneo.

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  2. Missão Anglicana,

    Agradeço a vossa visita ao meu Blog. Porém, com relação ao vosso comentário, quero afirmar que fico feliz por me encontrar no caminho certo, ou seja, andando na contramão do "mundo contemporâneo". O DEUS que eu prego não apenas está vivo, como Ele é a própria vida e o sustentador de tudo o que existe. Eu, sim, estou inserido nessa cronologia apresentada em vosso comentário; estou limitado pelo tempo e pelo espaço. Todavia, o DEUS que eu prego é "...o Pai das luzes, em quem não há mudança, nem sombra de variação" (Tg 1.17); Ele "é o mesmo ontem, e hoje, e eternamente" (Hb 13.8); "Porque Dele, e por Ele, e para Ele são todas as coisas; glória, pois, a Ele eternamente. Amém!

    Um abraço!

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