QUEM FOI MELQUISEDEQUE?

A pergunta "QUEM FOI MELQUISEDEQUE?" divide opiniões. Há Algumas hipóteses, como a de alguns teólogos cristãos, que acreditam ter sido Melquisedeque uma aparição do próprio Senhor Jesus Cristo antes de Seu nascimento. Outros defendem que Melquisedeque foi, na verdade, Sem, um dos filhos de Noé. Vejamos algumas teses sobre quem foi Melquisedeque.


"E Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; e este era sacerdote do Deus Altíssimo. E abençoou e disse: Bendito seja Abrão do Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra; e bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos. E deu-lhe o dízimo de tudo" (Gn 14.18-20).
  

ENCICLOPÉDIA DE DIFICULDADES BÍBLICAS

Melquisedeque foi uma pessoa histórica, real, ou uma figura mitológica?

O relato de Gn 14.18-20 parece um episódio eminentemente histórico, da mesma forma que é real o resto do capítulo. A passagem nos fala da existência de um rei-sacerdote de Salém (i.e., Jerusalém, com toda probabilidade) chamado Melquisedeque, o qual se achou na obrigação de saudar Abraão que voltava da guerra do morticínio dos reis da Mesopotâmia, invasores entre Dã e Hobá (v.15) e suprir-lhe as provisões para seus soldados fatigados da guerra. Deu-lhe os parabéns pela vitória heróica e derramou uma bênção sobre ele, em nome do Deus Altíssimo (El Elyon) – título jamais aplicado nas Escrituras Sagradas a alguém, exceto ao próprio Iavé. É óbvio que Melquisedeque era um verdadeiro crente que havia permanecido fiel ao culto ao autêntico e único Deus (da mesma forma que Jó e seus conselheiros do norte da Arábia; Jetro, o sogro de Moisés; e Balaão, vindo de Petor no vale do Eufrates). O testemunho de Noé e de seus filhos evidentemente fora mantido em outras partes do Oriente Médio, além de Ur e Harã.

Houve, todavia, um aspecto de grande importância a respeito da maneira como Melquisedeque foi colocado dentro desta narrativa: seus pais não são mencionados, não havendo declaração alguma a respeito de seu nascimento e morte. A razão desta falta de informações se torna clara em Hebreus 7.3: “sem pai, sem mãe, sem genealogia; que não teve princípio de dias, nem fim de existência, entretanto, feito à semelhança do Filho de Deus, permanece sacerdote para sempre”. O contexto esclarece que Melquisedeque entrou em cena como um tipo do Messias, o Senhor Jesus. A fim de salientar esta característica típica deste sumo sacerdote, o registro bíblico de propósito omite a menção de seu nascimento, filiação, parentesco e linha genealógica. Isso não quer dizer que ele não teve pai (pois até o antítipo, Jesus de Nazaré, teve o Espírito Santo como seu Pai – e é certo que sua mãe, Maria, é mencionada nos Evangelhos), nem que ele jamais nascera (pois até Cristo, em sua forma humana, teve seu natal). É que o aparecimento dramático e repentino de Melquisedeque ficou mais saliente quando ele foi apresentado como porta-voz do Senhor a Abraão, servindo como arquétipo do futuro Cristo, que derramaria bênçãos sobre o povo de Deus.

Melquisedeque apresentou-se como precursor ou tipo do grande Sumo Sacerdote, Jesus Cristo, que desempenharia uma função sacerdotal muito mais elevada e eficaz do que Arão e os levitas. Isso foi ensinado nos dias de Davi, no salmo 110.4, referindo-se ao futuro Libertador de Israel: “O Senhor jurou e não se arrependerá: Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque”. Hebreus 7.1,2 salienta as características de Melquisedeque como tipo de Cristo:

1. Melchi-sedeq de fato significa “Rei de Justiça”.

2. Ele era rei de Salém, que vem da mesma raiz de shalom, “paz”.

3. É apresentado sem menção, filiação e genealogia, como convém ao tipo do Verbo, o Deus Eterno, que não tem começo nem fim de dias, que se encarnou em Jesus de Nazaré.

4. Como o Sumo Sacerdote eterno, segundo a “ordem de Melquisedeque” (Sl 110.4), Cristo desempenharia um sacerdócio que substituiria de modo total o de Arão, estabelecido sob a Lei de Moisés, o qual duraria para sempre por causa da eternidade do Sumo Sacerdote divino, e por isso imperecível (Hb 7.22-24).

A despeito das tradições fantasiosas mantidas e ensinadas por alguns rabinos (que aparecem bem cedo, ao surgir a seita de Qumran – cf. Fragmento de Melquisedeque da caverna 11), segundo a qual Melquisedeque teria sido uma espécie de anjo ou ser sobrenatural, os dados da própria Escritura apontam com clareza para a historicidade desse homem como sendo o rei de Jerusalém, nos dias de Abraão. Sua descrição em Hebreus 7.3 como apator, ametor, agenealogetos (“sem pai, sem mãe, sem genealogia”) não pode significar que Melquisedeque jamais teve pais, nem linha de ancestrais, visto que era um tipo de Jesus Cristo, a respeito de quem nenhuma destas palavras é literalmente verdadeira. Antes, esse versículo simplesmente significa que nenhum desses itens de informação foi incluído no registro de Gênesis 14, e foram omitidos, de propósito, a fim de enfatizar a natureza divina e a impossibilidade de o Messias, o antítipo, vir a perecer.


TODOS OS PERSONAGENS DA BÍBLIA DE A a Z 

MELQUISEDEQUE

Este homem é um tanto enigmático, já que alguns estudiosos questionam que tenha sido um personagem histórico, alegórico ou ambos. Ele é identificado como o rei de Salém no tempo de Abraão. Salém significa Jerusalém, que naquela época era uma cidade pagã chamada Sião. Ela recebeu o nome de Jerusalém quando foi governada pelos jebusitas, um pouco antes do rei Saul.

Quando Abraão derrotou a coalizão dos cinco reis que havia capturado Ló (Gn 14.13 em diante), Melquisedeque veio ao seu encontro carregando presentes, como pão e vinho. Ele é chamado de "sacerdote do Deus Altíssimo", presumivelmente Jeová, abençoando Abraão no nome de Deus (Gn 14.18 em diante). Abraão submeteu-se a Melquisedeque, pagando o tributo de um décimo de todos os espólios resultantes da sua guerra contra os cinco reis.

O fato de Melquisedeque ser chamado "sacerdote do Deus Altíssimo" suscita um dilema, porque antes da conquista de Canaã pelos judeus, Jerusalém era uma cidade cananéia e todos os cananeus eram pagãos. Além disso, Deus mal tinha começado a se revelar a Abraão, e nenhum sacerdócio de Jeová ainda havia sido estabelecido, o que aconteceria somente muitos séculos depois, ao tempo de Moisés e Arão. Desse modo, a fim de lidar com esse anacronismo, alguns estudiosos antigos identificaram Melquisedeque com o filho de Noé, Sem, que os eruditos acreditavam ainda estar vivo no tempo de Abraão.

É provável que haja uma raiz histórica entre Abraão e Melquisedeque, mas há lendas que podem ter se misturado com essa ligação. Alguns estudiosos acreditam que ele tenha sido um sacerdote do principal deus dos cananeus. Por conseqüência, ele podia ser amplamente reconhecido como um homem justo e bom, sendo que, ao longo dos anos, o preconceito de que somente seguidores de Jeová podiam ser justos teria provocado a adaptação dessa história para a forma atual.

Existe outra possibilidade. Entre os períodos vividos por Abraão e Moisés, o faraó egípcio Akhenaton pregou uma religião monoteísta que, por conseguinte, prestava culto somente a um deus, ou seja, o deus-sol Aton. Essa religião ensinou praticamente a mesma moralidade e o mesmo padrão de justiça que era defendido pelos antigos israelitas. Nesse caso, Deus não teria se revelado apenas a Abraão, ainda que a única revelação que sobreviveu e cresceu tenha sido essa. Se Deus revelou-se ao faraó Akhenaton, ele também pode ter se revelado a Melquisedeque.

Embora Melquisedeque apareça somente em três versículos de Gênesis (14.18-20), a reputação envolvendo o nome de Melquisedeque deve ter causado um grande impacto nas pessoas por meio da tradição oral ao longo dos séculos.

Melquisedeque, o rei-sacerdote, é lembrado em um salmo de Davi, que exalta o seu reinado e os aspectos santos de seu domínio pelo direito divino: "O Senhor estenderá o cetro de seu poder sobre os teus inimigos [...] O Senhor jurou e não se arrependerá: 'Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque'" (Salmo 110.2, 4).

Da mesma maneira, o escritor da epístola aos Hebreus faz inúmeras menções a ele, enfatizando, uma vez mais, que Jesus é o Rei-Sacerdote, governando com justiça por meio e para Deus (Hb 6.20). Ele também recapitula a história de Gênesis, indo de Melquisedeque a Abraão, indicando que o verdadeiro sacerdócio justo não é uma questão de hereditariedade, mas provém de uma "vida indestrutível" (Hb 7.15-16).

O nome de Melquisedeque aparece em muitos dos rolos encontrados no mar Morto, sendo que alguns documentos o equiparam ao arcanjo Miguel, o campeão universal da retidão. Tais documentos devem ter estabelecido o caminho para identificação de Melquisedeque com o papel de Jesus, como rei e sacerdote, feita pelos cristão primitivos. O próprio nome significa "justo governador" ou "rei da justiça".


COMENTÁRIO BÍBLICO BEACON


Melquisedeque (Gn 14.18), o honorável sacerdote-rei de Salém (Jerusalém), deu comida e bebida aos vencedores e pronunciou uma bênção a Abrão (Gn 14.19). O nome Deus Altíssimo (Gn 14.18) era, naqueles dias, designação comum da divindade no país da Palestina. Em atenção aos atos do sacerdote-rei, Abrão deu o dízimo de tudo (Gn 14.20) a Melquisedeque. O rei de Sodoma (Gn 14.21) tinha menos inclinação religiosa. Pediu seu povo de volta, contudo foi bastante generoso em oferecer a Abrão todo saque procedente do combate. Abrão tinha pouco respeito por este homem e respondeu que fizera o voto de não ficar com nenhum bem que pertencesse ao rei de Sodoma, para que, depois, isso não fosse usado contra ele por aquele indivíduo repulsivo. Abrão também deixou claro que o seu Deus tinha o título de SENHOR (Gn 14.22) e não era apenas outra deidade cananéia. A única coisa que Abrão pediu foi que os soldados fossem recompensados pelos serviços prestados e que seus aliados, Aner, Escol e Manre (Gn 14.24), tivessem participação no saque.

O caráter robusto de Melquisedeque e seu status como respeitado sacerdote-rei tornaram-se significativo em posteriores pronunciamentos sobre o esperado Messias. O Salmo 110.4 relaciona o Messias na "ordem de Melquisedeque" e o escritor da Epístola aos Hebreus cita esta porção dos Salmos para mostrar que Cristo é este tipo de ordem sacerdotal no lugar da ordem arônica (Hb 5.6,10; 6.20; 7.1-21).

O escritor de Hebreus enfatiza o significado do nome e status de Melquisedeque para sinalar que ele e Cristo eram homens de justiça e paz (Hb 7.1,2). A próxima correlação é um destaque na força e valor pessoal e não na linhagem. Seu ofício não passou automaticamente a outro. Cristo é o Sumo Sacerdote e não somente sacerdote, e em vez de dar somente uma bênção, Cristo salva "perfeitamente" (Hb 7.25,26).


BÍBLIA DE ESTUDO APLICAÇÃO PESSOAL

Nota (Gn 14.18) - Quem foi Melquisedeque? Certamente tratava-se de um homem temente a Deus, pois seu nome significa "rei justo", e "rei de Salém" significa "rei da paz". Melquisedeque foi chamado de "sacerdote do Deus Altíssimo" (Hb 7.1,2). Ele reconhecia que Deus era o Criador dos céus e da terra. O que mais se sabe sobre ele? Quatro principais teorias foram sugeridas: (1) Melquisedeque era respeitado como rei da região. Abrão apenas demonstrou-lhe o respeito devido; (2) O nome Melquisedeque poderia ser um título dado a todos os reis de Salém; (3) Melquisedeque era um tipo de Cristo (Hb 7.13). Um tipo é um acontecimento ou ensinamento do Antigo Testamento tão proximamente relacionado às realizações de Jesus que ilustra uma lição sobre Cristo; (4) Melquisedeque era o aspecto terreno da pré-encarnação de Cristo em uma forma corpórea temporária.

(...) Certo dia [Melquisedeque] apareceu na vida de Abrão e depois nunca mais se ouviu falar dele. Entretanto, o que ocorreu naquele dia seria lembrado por toda a história e viria a tornar-se um assunto de uma das cartas do Novo Testamento (Hebreus).

Este encontro entre Abrão e Melquisedeque foi muito incomum. Embora os dois homens não se conhecessem e fossem estranho um ao outro, ambos partilhavam uma característica essencial: adoravam e serviam ao Deus que fez os céus e a terra. Este foi um grande momento de triunfo para Abrão. Ele acabara de derrotar um exército e recobrar a liberdade de um grande número de cativos. Se houve em sua mente qualquer dúvida sobre o responsável pela vitória, Melquisedeque  fez claro: "... bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos" (Gn 14.20). Abrão reconheceu que ele e Melquisedeque adoravam ao mesmo Deus.

Melquisedeque fazia parte de um pequeno grupo de pessoas no Antigo Testamento que adoravam a Deus, tinham contato  com os judeus (israelitas), porém não eram judias. Isto mostra que o requisito para seguir a Deus não é genético, mas está baseado na obediência fiel aos seus ensinamentos e no reconhecimento da sua grandeza.

Pontos fortes e êxitos: (a) Primeiro sacerdote/rei das Escrituras - um líder com o coração voltado para Deus; (b) Hábil para encorajar as pessoas a servir a Deus de todo o coração; (c) Um homem cujo caráter refletia seu amor por Deus; e (d) Uma pessoa no Antigo Testamento que nos lembra Jesus, e a qual alguns realmente acreditam que era Jesus.


WIKIPÉDIA - A ENCICLOPÉDIA LIVRE

A hipótese de Sem ter sido apresentado
com o nome de Melquisedeque

Falando das gerações de Noé, a Bíblia relata em Gênesis 6:9-10 que o patriarca gerou três filhos varões chamados: Sem, Cam e Jafé. Se esta ordem respeitar a cronologia dos nascimentos, teremos que Sem foi o filho mais velho.

Sabe-se que Sem era mais velho que Jafé, conforme está descrito em Gn 10:21, e que Cam era o filho caçula de Noé (Gênesis 9:24), sendo que, nos países orientais, principalmente nos tempos antigos, a primogenitura era um posição altamente valorizada e, portanto, Sem já era de fato aquele que receberia a bênção de seu pai (Gn 9:26-27).

Como se não bastasse, Sem foi contado como merecedor desta bênção também por sua atitude bem aprovada por seu pai, quando seu respeito foi mostrado na ocasião em que Noé havia se embriagado com vinho e tinha ficado nu em sua tenda.

Tem-se que Sem foi quem deu continuidade à liderança de Noé, na Terra. Todo o povo conhecido seria então liderado por Sem, segundo a Bíblia relata: Alargue Deus a Jafé, e habite nas tendas de Sem; e seja-lhe Canaã por servo (Gn 9:27).

Sem foi quem mais teria vivido dentre seus irmãos. Diz a Bíblia em Gn 11:10-11 que Sem era da idade de cem anos quando gerou Arfaxade e depois viveu ainda outros quinhentos anos que totalizam uns impressionantes seiscentos anos. Isto significaria tempo de vida suficiente para ver os filhos de seus filhos até a 12ª geração, de modo que Sem pode ter visto Jacó, filho de Isaque e neto de Abraão, que segundo sua própria antecedência, seriam filhos de Sem. Assim, no mundo da época de Abraão, ainda restaria um homem que teria vivido no Mundo Antigo, antes do dilúvio, e este homem e Abraão teriam vivido simultaneamente durante cinquenta e oito anos.

Abraão recebeu um chamado de Deus, para sair do meio de sua parentela e ir para uma terra que Deus o mostraria. Abraão habitava em meio de um terra idólatra que não conhecia o Deus de Noé. Contudo, Abraão obedeceu como quem conhecia a este Deus. Indaga-se assim quem teria ensinado Abraão acerca de Deus e quem seria o homem mais velho e supostamente sábio da terra. Deste modo, só poderia ter sido Sem.

Segundo Gênesis 14:18, há evidências de que Abraão conhecia Melquisedeque, que era o rei de Salém e o sacerdote do Deus Altíssimo (...).

A tese de que Melquisedeque teria sido Sem, busca respaldo no fato de que Abrão não teria sido o primeiro homem na Terra a ter o seu nome mudado por Deus. Indaga-se por que os pais de Melquisedeque teriam antevisto o seu futuro como rei e puseram seu nome de Melquisedeque que significa "Rei de Justiça". Pois se Deus escolheu um homem preparado para liderar um povo remanescente, que não como os outros que estavam arraigados no paganismo, continuava a crer no Deus Altíssimo, logo Melquisedeque seria Sem, por se tratar de um homem experimentado, sábio, conhecedor e acima de tudo líder desde a geração que prosseguiu ao dilúvio.

Genêsis 9:26 - "E disse: Bendito seja o Senhor Deus de Sem..."

Assim, esta tese acredita que Sem, possivelmente, teve o seu nome mudado para Melquisedeque, pois seria um Rei de Justiça, assim como Abrão teve o seu nome modoficado para Abraão, para ser mais condizente com aquilo que ele seria: pai de muitas nações.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Enciclopédia de Dificuldades Bíblicas, Gleason Archer, 1982, Editora Vida.
LOSCH, Richard R. Todos os Personagens da Bíblia de A a Z, Editora Didática Paulista, 2008, pp. 341 e 342.
Comentário Bíblico BEACON, CPAD, livro 1, 3ª edição, 2009, p. 61.
Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, CPAD, Edição de 1995, pp. 25 e 27.
Wikipedia.org (site consultado no dia 02/03/2012, às 20:50h).

8 comentários:

  1. Leia o Livro de Melquisedeque ué, nos achados do Mar Morto, potes enterrados antes da era de Jesus.

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  2. Pastor sou um examinador das escrituras, e posso dizer com propriedade que após uma prova feita de um livro encontrado nos potes achados nos barrancos do Mar Morto, o que digo é verdade, prove com auxílio do espírito Santo se é de Deus ou não, comigo foi algo particular, o Livro é o de Melquisedeque. Um pergaminho de couro que foi costurado a outro o primeiro é um livro escrito por Abraao e o outro de Melquisedeque, resumo Melquisedeque é Jesus (Deus, ES), porque é o único que pode receber qualquer tipo de oferta ok. PROVE o ESPÍRITO.

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    1. Uma dúvida se Melquisedeque é Jesus como então em João diz que ele encarnou. Se Melquisedeque foi Jesus então ele Reencarnou. E isto não é Biblico.

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  3. El Elyon é um deus do panteão cananeu. Estudem qualquer livro de ciências das religiões, e de exegese bíblica, a origem do povo hebreu vem do politeísmo e tanto Abrão como sua família também eram, mas com as traduções da bíblia em português jamais se perceberá isso, só no hebraico.

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    1. Para quem quiser refutar as afirmações acima, aqui está uma das literaturas que recomendo que leiam e tentem refutar os argumentos nela descritos.

      http://ibict.metodista.br/tedeSimplificado/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=168

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  4. 1) Desde Julius Wellhausen (1844-1918) existe uma hipótese de quatro fontes paralelas de escrita da Bíblia [Torah/Antigo Testamento]: uma Javista, uma Eloísta, uma Deuteronomista e uma Sacerdotal. A casta sacerdotal reformou a História Hebraica para fins de: a) encorajamento da unidade de seu povo em meio a outros povos nômades; b) falseou ou majorou o caráter e importância dos Reis e Juízes; c) reescreveu a história de seu povo em várias camadas, sobretudo após o exílio babilônico, relendo períodos anteriores a partir do exílio e pós-exílio babilônico [reescreveu o passado e até forjou certos detalhes a partir desse marco ocorrido séculos depois]; d) enalteceu seu próprio papel [de casta sacerdotal] nessa reescrita. Esses são os "doutores da Lei" e "fariseus" dos tempos de Jesus.


    2) Com o que eu expus acima, o povo judaico eliminou escritos laicos/não-profanos de sua memória étnico-nacional. Portanto, o Povo de Israel suprimiu uma história laica sobre si mesmo. É um povo que não possui uma história secular sobre si mesmo.

    3) Ainda que isso tenha sido feito para "uso interno", para encorajamento étnico-nacional diante de povos concorrentes e igualmente nômades na origem, e igualmente bárbaros, esta história sacralizada passou aos anais de todo o mundo cristão, pela indevida apropriação desses textos sem a revisão crítica necessária. Isso é caso único na história.


    4) Vou explicar porque é caso único. Peguemos qualquer civilização antiga: todas elas. Há uma história secular grega. Nenhum de nós confunde o panteão grego com sua história secular. Da mesmíssima maneira, há uma história secular Suméria, Babilônica, Persa, Egípcia. O Povo de Israel [e isso faz parte de sua auto-imagem como Povo Eleito] é o único povo da terra cuja imagem Sacra [ou Escritura] se superpõe aos seus registros seculares, porque esses foram suprimidos.



    5) Assim, o Povo de Israel foi incapaz de escrever para si uma história secular ou não-sagrada. Eles tomam sua história como sacratíssima e especial.


    6) A única exceção na Terra sobre essa condição são alguns dos árabes que se enxergam "a partir de Maomé", mas isso seria começar sua história no século VII. Por isso, esses doentes destroem sítios arqueológicos mais antigos [anteriores ao século VII!] . Mas nós os chamamos doentes, loucos ou maus. Não chamamos aos judeus da Palavra loucos, doentes ou maus.

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  5. 7) Há três menções a Melquisedec, curtas, na Bíblia: duas no AT [Antigo Testamento : Gênesis e Salmos] e um no Novo Testamento [Carta de Paulo aos Hebreus, provavelmente uma carta escrita por um discípulo de Paulo]. Há um silêncio depois da menção do Gênesis. Por que? Vamos às razões possíveis e prováveis: 1) Melquisedec é cananeu, não um judeu. Seu sacerdócio é mais antigo do que o hebraico, apresentado nessa passagem como superior ao hebraico, independente ao hebraico e a divindade a quem Melquisedec cultua é El Elyon, não o Javé dos hebreus. Aliás, por muitos estudos comparativos que eu fiz, El é o Deus Supremo de toda a Terra de Canaã, ao contrário de Javé que é visto como o Deus Tribal de Israel, no monte Hebron/Sinai, um deus atmosférico e dos vulcões [o monte sinais foi um vulcão ativo!].


    8) Tratar de um sacerdócio paralelo, anterior e superior ao sacerdócio de Israel [que começa com Aaarão, irmão de Moisés] e que é hereditário, por descendência de tribo [ a ribo de Levi, da qual vieram Moisés e Aarão], enfraqueceria o mesmíssimo sacerdócio que reescreveu a Bíblia para seus fins. Por isso, o silêncio obsequioso a respeito de Melquisedec.


    9) O sacerdócio de Melquisedec não envolvia matanças de animais. Ele usava pão e vinho.


    10) O próprio Jesus estava desautorizado a ser sacerdote pela norma judaica, por não ter ascendência na Tribo de Levi. Ele poderia ser "profeta" [e os profetas, todos, foram "não-sacerdotes"], mas jamais um sacerdote.



    11) Detalhe: Melquisedec, o cananeu sem genealogia, foi um Rei-Sacerdote de Salém, a cidade que, no futuro, seria a Jerusalém dos judeus. Jesus, como Messias, era uma espécie de rei-sacerdote, espiritualmente falando. Por isso, ele só o poderia sê-lo segundo uma outra ordem "mais antiga" e "paralela" á ordem sacerdotal hebraica [levítica]: segundo a Ordem de Melquisedec! Paulo assim o apresenta na Carta aos hebreus. O Salmo 110 [sobre o qual Jesus indaga aos fariseus: quem era aquele Senhor acima do meu Senhor, do qual falou o salmista?] cita a mesma Ordem de superioridade sobre o Messias que haveria de vir.


    El é o Deus de Toda a terra de Canaã. Os patronímicos: Samu-El, Mika-El ["quem como Deus"?], Isra-El e infinitos outros o demonstram, mesmo entre os judeus da época. El Elyon significa "Deus, o Altíssimo". Cananeus, Amorreus, Jebuseus, Heteus [hititas], todos os povos da planície o cultuavam. Por "demarcação" e "distinção étnico-nacional", os hebreus "demarcaram" o Deus Yavé [um deus vulcânico-atmosférico - "cuja coluna de nuvens precedia a travessia pelo deserto durante o dia, e uma coluna de fogo precedia os judeus a caminho da terra Prometida durante a noite"], por uma "iniciativa estratégico-mosaica" de unificação do povo, reafirmada e reiterada a partir do século VI a. C. [após o exílio babilônico], quando as fontes deuteronômico-sacerdotal compilaram os registros orais sobre Moisés e o Pentateuco [ os cinco primeiros livros da Bíblia], cerca de 13 séculos depois daqueles mesmos eventos supostamente terem ocorrido, a partir de Abraão.


    Com isso tudo, entende-se o fato do nome de Melquisedec ocupar um parágrafo e meio em toda a Bíblia [!], o que seria de causar enorme estranheza, uma vez que o Patriarca Abraão, pai de todo o Povo Judeu, se ajoelhou diante dele e lhe pediu a bênção [!], antes de existir qualquer sacerdócio hebreu [!], mostrando uma deferência que contraria a suposta "eleição divina do Povo Escolhido". Ou, no mínimo, apresentando essa "eleição" como "subsidiária" ou "não-exclusiva".


    É isso.

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  6. Paz e graça do Senhor Jesus.

    O tema é maravilhoso e intrigante: quem é este Melquisedeque?
    Ouvi dizer que não se trata de um nome de uma pessoa, mas de uma ORDEM SACERDOTAL. Não consigo ir à esta direção. Creio sim, que Melquisedeque é um nome do Rei e Sacerdote que abençoou Abraão e, pela sua referência de justiça e integridade seu nome representou a Ordem anterior a de Arão. Vejo bastante sentido de este Melquisedeque ser o Sem, mas não posso garantir essa informação, devido a lacunas deixadas, deliberadamente, pelo próprio Espírito Santo. Entendo que esta Ordem possui um caráter universal, pois cobria a totalidade do mundo. Não existia na Terra a materialização da escolha soberana de DEus através da constituição de um povo (como é Israel). O sacerdócio levítico, em tese, era restrito aos judeus da tribo de Levi que fazia oblações a Deus pelo próprio povo de Israel. Claro que, alguns estrangeiros que aceitassem a Lei eram, também, beneficiados com o perdão divino, podendo conviver pacificamente com os judeus. Melquisedeque intercedia por todos (vejo isto implicitamente). Cristo intercedeu pela humanidade de maneira muito mais excelente e nos fez também sacerdotes com a missão de interceder por todos os humanos na Terra. Para mim, o que faz de Cristo superior é o fato de Ele ter sido o sacerdote(e, ainda, o é) e ao mesmo tempo a oferenda. Ninguém fez e conseguiria fazer isso. Somente alguém perfeito: Cristo.

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