14 - O SEGUNDO LIVRO DAS CRÔNICAS


  • Autor: Esdras (?)
  • Tema: Adoração Verdadeira, Avivamento e Reforma
  • Data: 450 - 420 a.C.

Considerações Preliminares

Visto que 1 e 2 Crônicas eram originalmente um único livro no Antigo Testamento hebraico, o contexto histórico de 2 Crônicas pode ser visto em detalhes na introdução de 1 Crônicas (clique aqui para ver a introdução de 1 Crônicas). 2 Crônicas abrange o mesmo período de história que 1 e 2 Reis - a saber: o reinado de Salomão (971 - 931 a.C.) e o reino dividido (930 - 586 a.C.). Diferentemente de 1 e 2 Reis, que seguem a história das duas partes do reino dividido, 2 Crônicas focaliza exclusivamente o destino de Judá. O escritor considera Judá, o Reino do Sul, como o fluxo principal da "história da redenção" de Israel, posto que (1) o templo de Jerusalém permaneceu como o centro da verdadeira adoração a Deus, (2) seus reis eram descendentes de Davi e (3) Judá, a tribo predominante entre os judeus que voltaram e reconstruíram Jerusalém e o templo. 2 Crônicas foi escrito da perspectiva sacerdotal da segunda metade do século V a.C., quando, então, o templo, o sacerdócio e o concerto davídico voltaram a ter importância capital.

Propósito

Como 1 Crônicas, 2 Crônicas foi dirigido ao remanescente judaico que retornará, sentindo a urgente necessidade de reaver sua herança espiritual. Ao invés de salientar o lado sombrio do passado de Israel, o livro enfatiza o avivamento, a reforma e a recuperação da fé para os exilados desalentados, que buscavam na terra prometida um futuro e uma esperança redentora.

Visão Panorâmica

O conteúdo de 2 Crônicas divide-se em duas seções. (1) Os capítulos 1 - 9 tratam do reinado de Salomão, a época áurea de paz, poder, prosperidade e prestígio de Israel. Mesmo assim, consoante o propósito global de Crônicas, cerca de dois terços desses nove capítulos focalizam a edificação e construção do templo como o centro da verdadeira adoração a Deus pelos israelitas (caps. 2 - 7).

(2) Os capítulos 2 - 36 constituem um relato altamente seletivo dos reis de Judá depois da morte de Salomão e da divisão do reino. Em meio ao declínio espiritual e apostasia de Judá, 2 Crônicas ressalta certos reis dignos de menção: Asa (14;15), Josafá (17;19;20), Joás (cap. 24), Ezequias (29 - 32) e Josias (34;35). Cada um deles promoveu e liderou avivamentos espirituais na nação. Cerca de 70% do conteúdo dos caps. 10 - 36 focalizam esses reis como responsáveis por avivamento e reforma, ao passo que apenas 30% focalizam os maus reis, culpados da corrupção e colapso do reino. O livro termina quando Ciro, rei da Pérsia, permitiu aos exilados judeus voltarem para reedificarem o templo de Jerusalém (36.22-32). 

Características Especiais

Quatro características principais assinalam 2 Crônicas. (1) Seu escopo histórico corresponde praticamente ao do período de 1 e 2 Reis. (2) Seu enfoque no templo de Jerusalém é o motivo mais provável para Crônicas ter sido colocado na divisão não-profética do Antigo Testamento hebraico, separando-o, assim, de Samuel e Reis, que estão colocados na divisão profética. (3) Trata de cinco avivamentos nacionais, inclusive: (a) o relato mais extenso no Antigo Testamento de um avivamento espiritual no reinado de Ezequias (29 - 32) e (b) o maravilhoso avivamento sob Josias quando, então, foi achado "o livro da Lei" e lido publicamente, o que resultou numa renovação do concerto e na celebração da Páscoa (34;35). (4) A exortação principal do livro é: "Buscai ao Senhor". O livro ressalta repetidas vezes a importância de se buscar ao Senhor com diligência, de todo o coração (e.g. 1.6-13; 6.14; 7.14; 12.14; 15.1,2,12-15; 16.9,12; 17.4; 19.3; 20.3,4,20; 31.21; 32.20,22; 34.26-28).

Paralelo entre 2 Crônicas e o Novo Testamento

O reino davídico fora destruído, mas a sua linhagem permaneceu, tendo seu cumprimento em Jesus Cristo (ver as genealogias em Mt 1.1-17 e Lc 3.23-38). Além disso, o templo de Jerusalém tem significado profético relacionado com Jesus, que declarou: "Pois eu vos digo que está aqui quem é maior do que o templo" (Mt 12.6). Jesus também fez uma comparação entre seu corpo e o templo: "Derribai este templo, e em três dias o levantarei" (Jo 2.19). Finalmente, na nova Jerusalém, Deus e o Cordeiro substituem o templo: "E nela não vi templo, porque o seu templo é o Senhor, Deus Todo-poderoso, e o Cordeiro" (Ap 21.22).

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BIBLIOGRAFIA
Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD, Edição de 1995, ano 2002, pp. 659 e 660.

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