"Houve um tempo em que o ecumenismo religioso era considerado um grande perigo
para as igrejas cristãs. Pastores verberavam contra ele. E qualquer comunhão
ecumênica entre evangélicos, católicos romanos e espíritas era inimaginável. Mas
os tempos mudaram. Hoje, o relacionamento entre padres galãs e celebridades
gospel é tão bom que estas até fornecem suas composições àqueles. Certa cantora
gospel, inclusive, fez uma canção dedicada a Maria. Juntos, romanistas e
evangélicos participam de shows ecumênicos e programas de auditório. “O que nos
une é muito maior do que o que nos divide”, argumentam.
O
ecumenismo — gr. oikoumenikós, “aberto para o mundo inteiro” — prega a
tolerância à diversidade religiosa e a oposição a quem defende uma verdade
exclusiva. Trata-se de uma armadilha de Satanás, com o objetivo de calar os
pregadores da Palavra de Deus. Ele se baseia no princípio “democrático” de que
cada pessoa possui a sua verdade. Mas o Senhor asseverou que não existe unidade
motivada pelo amor divorciada da verdade da Palavra: “Se me amardes, guardareis
os meus mandamentos. [...] Se alguém me ama, guardará a minha palavra” (Jo
14.15-24).
Causa
estranheza o fato de uma parte do evangelicalismo moderno considerar o
ecumenismo religioso biblicamente aceitável. Já ouço pastores dizendo: “A
doutrina bíblica divide. É o amor que nos une. A igreja deve ser inclusiva”. A
despeito de o Senhor Jesus ter afirmado: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a
vida” (Jo 14.6), está crescendo no meio evangélico a simpatia pelo movimento
ecumênico. Nos Estados Unidos, pastores renomados deixaram de falar de Jesus com
clareza. Pregam sobre Deus de maneira generalizante, a fim de não ofenderem
romanistas, muçulmanos, budistas etc. E, no Brasil, alguns acontecimentos têm
preocupado aqueles que ainda preservam a sã doutrina.
Recentemente,
um conhecido pastor realizou — dentro de um templo evangélico! — um culto
ecumênico juntamente com a liderança da Igreja da Unificação, do “reverendo”
coreano Sun Myung Moon. “Qual é o problema de um pastor de renome ter amizade
com o líder de uma seita? Afinal, todos devem se unir pela paz mundial”, alguém
poderá dizer. Não devemos, de fato, odiar o “reverendo” Moon. Mas, como ter
comunhão com alguém que, de modo blasfemo, desdenha do sangue derramado pelo
Cordeiro de Deus, considerando-o insuficiente para nos purificar de todo o
pecado? Moon também se considera um novo Messias que precisou vir ao mundo para
concluir a obra que o Senhor não conseguiu realizar. Que blasfêmia! A Palavra de
Deus não aprova esse tipo de aliança (2Co 6.14-18).
Outro
exemplo de ecumenismo religioso é o envolvimento de pastores com o unicismo, uma
seita que diz ter a “voz da verdade” e vem tendo livre acesso, através de suas
celebridades, às igrejas evangélicas. O pentecostalismo da unicidade é herético,
visto que se opõe à doutrina da Trindade, a base das principais doutrinas
cristãs. Quem se opõe à tripessoalidade divina (confundindo-a com o triteísmo)
nega não apenas a teologia, mas também a própria Bíblia (Gn 1.26 e Jo 14.23), o
cristianismo (Mt 28.19 e 2Co 13.13), a deidade do Espírito Santo (Jo 14.16-17 e
16.7-10), a clara distinção entre o Pai e o Filho (Jo 5.19-47 e 14.1-16) e o
plano da redenção da humanidade (Jo 3.16 e 17.4-5). Atentemos para a verdadeira
voz da verdade, a do Bom Pastor: “As minhas ovelhas ouvem a minha voz” (Jo
10.17).
Pastores
e cantores, por falta de vigilância ou movidos por interesses pessoais, estão se
prendendo a jugos desiguais com os infiéis, deixando-se enganar pelo ecumenismo
religioso. A maior emissora de televisão do Brasil — que sempre estereotipou e
ridicularizou os evangélicos — descobriu que nem todos os cristãos são
“extremistas” e “fanáticos”. Há um grupo de celebridades gospel que não tem
coragem de dizer clara e objetivamente que o Senhor Jesus é o único Mediador
entre Deus e os homens (1Tm 2.5 e At 4.12).
Em um
programa dominical, certa “pastora” resolveu tripudiar sobre os seus “inimigos”,
rodopiando com baianas e cantando com sambistas no ritmo das religiões
afro-brasileiras. Enquanto ela dançava, a apresentadora, seus convidados e a
plateia riam sem parar, numa grande celebração. Que tipo de evangelho
“agradável” e “inclusivo” é esse? Lembrei-me imediatamente do que o Senhor Jesus
disse, em Mateus 5.11-12: “Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e
perseguirem, e mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa. Exultai
e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim
perseguiram os profetas por minha causa”.
Há
poucos dias, uma conhecida cantora gospel admitiu, de modo tácito, que o
sincretismo religioso é aceitável. Ao concordar com a seguinte frase, dita por
um famoso apresentador: “O Caldeirão é uma mistura de religiões”, ela respondeu:
“Tem espaço pra todo mundo”. E o pior: depois, escreveu nas redes sociais que se
sentiu como Paulo no Areópago... Ora, esse apóstolo não pregou a convivência
ecumênica nem apresentou uma mensagem que os atenienses queriam ouvir. Ele disse
o que todos precisavam ouvir. Ao chegar a Atenas, “o seu espírito se comovia em
si mesmo, vendo a cidade tão entregue à idolatria” (At 17.16). Já a aludida
celebridade, deslumbrada, estava sorridente e saltitante.
Tenho
visto muitos incautos felizes pelo fato de celebridades gospel estarem
aparecendo na televisão. Mas não nos iludamos, pois a porta não foi aberta para
o Evangelho. O que existe, na verdade, é um projeto ecumênico em andamento, o
qual visa a enfraquecer a pregação de que o Senhor Jesus é o único Salvador.
Tais celebridades — certamente, orientadas a não falar claramente da salvação em
Cristo — têm empregado bordões antropocêntricos, que massageiam o ego das
pessoas. Elas não têm a coragem de confrontar o pecado. E apresentam um
evangelho light, agradável, apaziguador, simpático, suave, aberto ao
ecumenismo.
O que
está escrito em 1Coríntios 16.9? “Porque uma porta grande e eficaz se me abriu,
e há muitos adversários”. Quando Deus verdadeiramente abre-nos a porta da
pregação do Evangelho, como a abriu para o apóstolo Paulo, os adversários —
Satanás, os demônios e todos os seus emissários — se voltam contra nós. Mas a
mídia está aplaudindo de pé esse “outro evangelho” aberto à convivência
ecumênica. Preguemos, pois, como Paulo, nesse mundo, que é um grande caldeirão
religioso: “Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a
todos os homens, em todo lugar, que se arrependam” (At 17.30)."
Referência:
ZIBORDI, Ciro Sanches. Ecumenismo religioso: uma armadilha de Satanás.
Fonte: Blog do Ciro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário