Dezenas de crianças – de famílias cristãs e hindus – estão sendo sequestradas e vendidas para grupos radicais islâmicos de Bangladesh (Ásia).
O jornal Dhaka Tribune relatou que a polícia resgatou pelo menos 72 crianças que estavam sendo traficadas por quadrilhas nos últimos sete anos. Estes grupos criminosos visam famílias desprivilegiadas e atraem seus filhos com promessas falsas de uma melhor educação e estilo de vida.
Na verdade, os grupos fanáticos doutrinam as crianças sob as leis do extremismo islâmico sem o conhecimento dos pais.
As famílias cristãs e hindus que sofrem com a pobreza são supostamente manipuladas pelos grupos radicais para entregarem seus filhos, mas as recentes detenções de criminosos envolvidos neste tipo de tráfico humano revelaram as verdadeiras intenções de tais grupos.
Durante uma ação policial, que aconteceu no último dia 1° de janeiro, quatro crianças foram resgatadas, em Betchhara. Elas têm idades entre 9 e 13 anos e são vítimas do tráfico de seres humanos.
Os casos de tráfico têm sido investigados há anos, observou o relatório, com crianças budistas também sendo visadas por estes criminosos.
Em um caso importante, em janeiro de 2010, 33 crianças budistas foram resgatadas de um motel na cidade de Bandarban. Um mês depois, outras 16 crianças indígenas foram localizadas e resgatadas no Habib Residential Hotel, antes que pudessem ser traficadas para Dhaka.
Aung Cho Mong, presidente da Comissão dos Direitos Humanos do distrito de Sadar, em Bandarban (Bangladesh) disse que se houver uma maior conscientização sobre como tais crianças são traficadas, os pais estarão mais informados e menos dispostos a entregarem seus filhos aos aliciadores.
A Organização das Nações e Povos Não-Representados comentou a situação, acrescentando: “As pessoas de comunidades indígenas do Chittagong Hill Tracts muitas vezes já são vítimas, porque acabam sendo expulsas de suas próprias terras. A conversão religiosa forçada de crianças pequenas acrescenta outra faceta à já comprova a marginalização de etnias e minorias religiosas no sudeste de Bangladesh”.
Contexto
Os cristãos representam apenas cerca de 1% da população de Bangladesh (que ainda é de maioria muçulmana). Apesar disso, alguns relatos, como um da organização ‘Christian Freedom International‘, apontam que um número crescente de muçulmanos está se convertendo ao cristianismo.
“Quando comecei meu ministério em Kurigram, havia apenas uma família cristã tradicional e uma família de origem muçulmana”, disse o pastor Faruk al-Ahmed, cristão convertido do islamismo, em julho de 2016.
“Agora, quase 1.500 crentes de origem muçulmana estão glorificando a Deus nesta área. A perseguição virá cada vez mais forte, mas os crentes e eu estamos prontos para enfrentar isso”, acrescentou o pastor.
Outros grupos de apoio à Igreja Perseguida, como a missão internacional Portas Abertas, disseram que os cristãos são forçados a praticar sua fé secretamente. Caso contrário podem enfrentar retaliação por parte de grupos extremistas.
“As igrejas – especialmente as domésticas – onde os crentes de origem muçulmana se encontram, preferem não exibir símbolos cristãos para evitar serem reconhecidas”, disse a Portas Abertas. “Às vezes, mesmo as igrejas históricas ou de linha renovada enfrentam oposição e restrições se decidirem colocar uma cruz ou outros símbolos religiosos do lado externo de seus templos”.
Fonte: Guia-me (Com informações do Christian Post)
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