Diante do anúncio da renúncia do Papa Bento XVI (Joseph Ratzinger), os escatologistas de plantão (confesso que sou um deles) direcionaram suas "lentes proféticas" para o Vaticano. Muitos já declaram enfaticamente que o próximo Papa é a Besta (ou o Anticristo) do capítulo 17 do livro do Apocalipse (nesse caso, eu não me arrisco a tanto). O certo é que devemos observar o contexto histórico hodierno, comparando todos os eventos que estão ocorrendo simultaneamente na atual pós-modernidade (ou era da informação) e, nesse caso, posso ousar dizer que estamos vivendo literalmente o tempo do fim.
Alguns, que tentam lançar os momentos finais da nossa era para um futuro distante, fundamentam tal tese no Evangelho de Mateus, que diz: "Mas daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos do céu, mas unicamente meu Pai" (Mt 24.36); e no Evangelho de Marcos, que diz: "Mas daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos que estão no céu, nem o Filho, senão o Pai" (Mc 13.32). Todavia, devemos lembrar do que está escrito no livro do profeta Amós 3.7: "Certamente o Senhor DEUS não fará coisa alguma, sem ter revelado o seu segredo aos seus servos, os profetas". Por outro lado, observe que tanto em Mateus 24.36 quanto em Marcos 13.32 está escrito: "...ninguém sabe (...)". O Senhor Jesus não disse "ninguém saberá" (futuro do indicativo), mas que "ninguém sabe" (presente do indicativo). Quanto a isso, o site Forum Gospel Brasil nos esclarece de forma muito eficiente, conforme abaixo se lê:
Alguns, que tentam lançar os momentos finais da nossa era para um futuro distante, fundamentam tal tese no Evangelho de Mateus, que diz: "Mas daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos do céu, mas unicamente meu Pai" (Mt 24.36); e no Evangelho de Marcos, que diz: "Mas daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos que estão no céu, nem o Filho, senão o Pai" (Mc 13.32). Todavia, devemos lembrar do que está escrito no livro do profeta Amós 3.7: "Certamente o Senhor DEUS não fará coisa alguma, sem ter revelado o seu segredo aos seus servos, os profetas". Por outro lado, observe que tanto em Mateus 24.36 quanto em Marcos 13.32 está escrito: "...ninguém sabe (...)". O Senhor Jesus não disse "ninguém saberá" (futuro do indicativo), mas que "ninguém sabe" (presente do indicativo). Quanto a isso, o site Forum Gospel Brasil nos esclarece de forma muito eficiente, conforme abaixo se lê:
"Este segredo será revelado pelo Espírito Santo àqueles que amam a Deus e guardam Seus mandamentos, porque está escrito... 'Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele' (João 14.21).
Como Jesus vai se manifestar aos que O amam? Revelando os segredos das Escrituras, inclusive dando entendimento da Sua vinda. Jesus chama de hipócrita todo aquele que não terá esse entendimento.
'E dizia também à multidão: Quando vedes a nuvem que vem do ocidente, logo dizeis: Lá vem chuva, e assim sucede. E, quando assopra o sul, dizeis: Haverá calma; e assim sucede. Hipócritas, sabeis discernir a face da terra e do céu; como não sabeis então discernir este tempo? E por que não julgais também por vós mesmos o que é justo?' (Lc 12.54-56).
Neste último verso, Jesus está dizendo claramente para praticarmos a justiça para que recebamos o entendimento de Sua vinda.
Todos os segredos das Escrituras estão reservados para aqueles que amam a Deus e praticam a justiça, estes terão a mente de Cristo e entenderão tudo, como está escrito.
'Mas, como está escrito: As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, E não subiram ao coração do homem, São as que Deus preparou para os que o amam. Mas Deus no-las revelou pelo seu Espírito; porque o Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus. Porque, qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o espírito do homem, que nele está? Assim também ninguém sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de Deus. Mas nós não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito que provém de Deus, para que pudéssemos conhecer o que nos é dado gratuitamente por Deus. As quais também falamos, não com palavras de sabedoria humana, mas com as que o Espírito Santo ensina, comparando as coisas espirituais com as espirituais. Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido. Porque, quem conheceu a mente do SENHOR, para que possa instruí-lo? Mas nós temos a mente de Cristo' (1 Co 2.9-16).
Por isso sempre devemos pedir entendimento a Deus porque nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação, somente o Espírito Santo pode nos revelar este segredo porque ninguém sabe, nem seu pastor, nem os anjos, nem alguma outra pessoa.
'E temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia amanheça, e a estrela da alva apareça em vossos corações. Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação. Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo' (2 Pe 1.19-21)."
Apesar de algumas evidências que orbitam em torno da renúncia de Bento XVI, devemos tomar muito cuidado com certas afirmações, a fim de evitarmos um "calendário maia gospel", levando os incrédulos a mergulharem mais ainda na incredulidade e, ainda pior, fazendo desviar os fracos na fé. Só para se ter uma ideia, há interpretações divergentes quanto ao que está escrito no livro do Apocalipse, que diz: "E são também sete reis: cinco já caíram, e um existe; outro ainda não é vindo; e, quando vier, convém que dure um pouco de tempo. E a besta, que era e já não é, é ela também o oitavo, e é dos sete, e vai à perdição" (Ap 17.10 e 11). Alguns acreditam que esses reis citados nessa passagem da Bíblia são alguns líderes da Igreja Católica Apostólica Romana, como segue abaixo:
O próximo Papa seria a Besta, o Anticristo. Contudo, existe uma outra interpretação para esse fato de cunho escatológico e, nesse caso, provém de um homem de Deus que muito respeito, o Pastor Severino Pedro da Silva, que em seu livro "APOCALIPSE, Versículo por Versículo" interpreta o capítulo 17 de Apocalipse da seguinte forma:
Apesar de algumas evidências que orbitam em torno da renúncia de Bento XVI, devemos tomar muito cuidado com certas afirmações, a fim de evitarmos um "calendário maia gospel", levando os incrédulos a mergulharem mais ainda na incredulidade e, ainda pior, fazendo desviar os fracos na fé. Só para se ter uma ideia, há interpretações divergentes quanto ao que está escrito no livro do Apocalipse, que diz: "E são também sete reis: cinco já caíram, e um existe; outro ainda não é vindo; e, quando vier, convém que dure um pouco de tempo. E a besta, que era e já não é, é ela também o oitavo, e é dos sete, e vai à perdição" (Ap 17.10 e 11). Alguns acreditam que esses reis citados nessa passagem da Bíblia são alguns líderes da Igreja Católica Apostólica Romana, como segue abaixo:
- 1929 Á 1939 = PAPA PIO XI
- 1939 Á 1958 = PAPA PIO XII
- 1958 Á 1963 = PAPA JOÃO XXIII
- 1963 Á 1978 = PAPA PAULO VI
- 1978 PAPA JOÃO PAULO I : GOVERNOU 33 DIAS
- 1978 Á 2005 = PAPA JOÃO PAULO II
- 2005 ATUAL = PAPA BENTO XVI (“tem de durar pouco”)
O próximo Papa seria a Besta, o Anticristo. Contudo, existe uma outra interpretação para esse fato de cunho escatológico e, nesse caso, provém de um homem de Deus que muito respeito, o Pastor Severino Pedro da Silva, que em seu livro "APOCALIPSE, Versículo por Versículo" interpreta o capítulo 17 de Apocalipse da seguinte forma:
1. "E VEIO um dos sete anjos que tinham as sete taças, e falou comigo, dizendo-me: Vem, mostrar-te-ei a condenação da grande prostituta que está assentada sobre muitas águas".
2. "Com a qual se prostituíram os reis da terra; e os que habitam na terra se embebedaram com o vinho da sua prostituição".
I. "...se prostituíram os reis da terra". Os reis de tempo do antigo império romano tentaram de todas as formas influenciar, para seu benefício, no seu comércio, tudo que era de seus cidadãos. Profeticamente falando, isso se fará, em grau supremo, nos dias sombrios do Anticristo. Os "reis" farão também que os súditos da Besta aceitem não só este "sistema" de tributos sobre si, mas, de um modo especial, o seu próprio "culto", a ele dedicado. "Assim como Nínive e Tiro desviaram outros povos, forçando-os a corromper-se com a idolatria vigente naqueles dias, agora será Roma, a meretriz do Mediterrâneo, que seduzirá os 'reis', juntamente com os aliados da Besta, fazendo-os beber do vinho de sua fornicação (Ap 14.8). Isto é, ela os seduzirá à adoração idolátrica de si mesma e seu consorte, a Besta" (CHAMPRIN, Russel Norman, PhD. O Novo Testamento Interpretado "Versículo por Versículo", VI Volume, 1ª Edição - 3ª impressão, Janeiro de 1982).
3. "E levou-me em espírito a um deserto, e vi uma mulher assentada sobre uma besta de cor de escarlata, que estava cheia de nomes de blasfêmia, e tinha sete cabeças e dez chifres".
I. "...uma mulher assentada". A mulher e a Besta nesta secção simbolizam dois poderes: o religioso e o político. O fato de ela está "assentada sobre a Besta" indica que a grande prostituta reina e domina as nações religiosamente, assim como a Besta sobre a qual cavalga o faz politicamente. Isso também revela sua influência e, ao menos aparentemente, parece controlar e até dirigir a Besta. O presente texto nos mostra o primeiro poder (religioso) a cavalgar sobre o segundo (político).
1. A mulher e a Besta são significativas especialmente em suas vestes e em seu poder, mas habitam no deserto. Isso indica claramente suas naturezas demoníacas (Lc 11.24). Ela é realmente vista onde deve ser vista: um lugar desolado, faminto, sedento, habitação apropriada para uma meretriz horrenda. A esse lugar o anjo levou o profeta. Há ainda neste versículo um fato curioso que chamou a atenção de João: a Besta estava coberta de nomes de blasfêmia. Isso indica que o sistema predominante da Besta é totalmente corrupto.
4. "E a mulher estava vestida de púrpura e de escarlata, e adornada com ouro, e pedras preciosas e pérolas; e tinha na sua mão um cálice de ouro cheio de abominações e da imundícia da sua prostituição".
I. "...a mulher estava vestida". Em muitos textos do Apocalipse emprega-se termos como "adultério", "prostituição", "meretriz", para simbolizar o afastamento dos povos da comunhão espiritual. Quando a palavra "mulher" é usada simbolicamente nas Escrituras, dependendo do contexto, significa religião. Uma mulher pura, como uma "noiva" ou a "Esposa", designa uma "religião pura e imaculada", como a verdadeira Igreja de Cristo (Ap 19.7 e 21.9). Portanto, quando o Apóstolo João emprega o termo "meretriz" na descrição de suas visões, sem dúvida alguma está se referindo a um sistema religioso que havia prostituído sua própria existência com algo que é totalmente contrário aos propósitos da Igreja do Senhor (LOCKYER, Herbert. Apocalipse, o Drama dos Séculos. Editora Vida, 1982). Nos tempos dos monarcas babilônicos, os súditos do imponente poder da grande Babilônia consideram-na como se fora "rainha" (Jr 51.7). O "cálice de ouro" em sua mão demonstra o seu desejo de implantar no mundo uma falsa "comunhão", e sua doutrina afermentada (ela embriaga). Mas um dia ela ouvirá a voz poderosa de Deus a lhe dizer: "Peso do deserto do mar... caída é Babilônia, caída é!" (Is 21.1,9).
5. "E na sua testa estava escrito o nome: MISTÉRIO, a grande Babilônia, a mãe das prostituições e abominações da terra".
I. "...Mistério: a grande Babilônia". A cidade denominada de Babilônia eé citada sete vezes no Apocalipse, nas seguintes passagens: Ap 14.8; 16.19; 17.5; 18.2, 10, 21. Alguns teólogos opinam que nos dias do reinado do Anticristo, será reconstruída a antiga cidade e torre de Babel, que posteriormente se tornará a grande Babilônia. Mas se considerarmos a sentença divina predita pelo profeta Isaías, ela jamais será reedificada: "E babilônia, o ornamento dos reinos, a glória e a soberba dos caldeus será como Sodoma e Gomorra, quando Deus as transtornou. Nunca mais será habitada, nem reedificada de geração em geração: nem tampouco os pastores ali farão deitar os seus rebanhos. Mas as feras do deserto repousarão ali..." (Is 13.20).
1. No que diz respeito a reconstrução da torre de Babel, as Escrituras guardam silêncio. Há, em nossos dias, projeto para a "reconstrução" da torre de Babel. Declara um boletim do serviço noticiário religioso do Iraque (1980): "A reconstrução da torre de Babel mencionada na Bíblia (Gn 11.1-11) está sendo estudada por uma equipe de acadêmicos da Universidade de Kioto, Japão. Uma porta-voz da equipe anunciou que o governo iraquiano solicitou auxílio de técnicos japoneses no sentido de criar uma "cidade-museu" no local da antiga cidade da Babilônia, para servir de atração turística na região do Eufrates, a cerca de 88 quilômetros ao sul de Bagdá" (GOETZ, William R. Apocalipse Já, Editora Betânia, 1982).
6. "E vi que a mulher estava embriagada do sangue dos santos, e do sangue das testemunhas de Jesus. E, vendo-a eu, maravilhei-me com grande admiração".
I. "...a mulher estava embriagada". Sabemos pela história que Ninrode, "o poderoso caçador de almas em oposição a face do Senhor", foi o primeiro imperador. Fundou o primeiro governo e, além de ser caçador, "começou a ser poderoso na terra". A esposa deste monarca era Semíramis, figura bastante conhecida na história secular, uma prostituta. "Quando Ninrode foi assassinado, ela assumiu a posição de imperatriz do governo. Para manter-se no poder... ela criou um mito ao redor da figura de seu falecido marido, Ninrode, atribuindo-lhe o nome de Zoroastrita, que quer dizer 'A semente da mulher' (McALISTER, R. Apocalipse - Uma Interpretação, Editora Carisma, 1983). A partir deste princípio, tudo que está ligado direto ou indiretamente com a cidade de Babilônia, é sempre representada por uma figura feminina.
1. Nos dias do Anticristo, esse grande poder "político-religioso" estará ainda mais reforçado, e acrescentará a todas as suas maldades anteriores (cf. Lc 3.20). Ela é a única responsável (direta ou indiretamente) pelo sangue derramado das testemunha do Senhor, em qualquer tempo e em qualquer lugar. Eis a razão de ela agora se encontrar embriagada. As testemunhas a que João aludi, originalmente eram os cristãos que sofriam no primeiro século da Igreja cristã. Profeticamente falando, isso aponta para os cristãos que sofrerão sob o Anticristo: eles são os "santos" do Apocalipse (Cf. Ap 8.3, 4; 11.18; 13.7; 14.12; 15.3; 16.6; 17.6; 18.24; 19.8; 20.9; etc.).
7. "E o anjo me disse: Por que te admiras? Eu te direi o mistério da mulher, e da besta que a traz, a qual tem sete cabeças e dez chifres".
I. "...Por que te admiras?". Já tivemos ocasião de mencionar Babilônia como sendo um novo "sistema" a se levantar nos últimos dias. A cidade de Babilônia nasceu quando Ninrode (cujo nome significa "nós nos revoltaremos" ou "rebelde"), edificou a cidade na planície de Sinear, com o objetivo de construir seu império (Gn 10.8-10). Assim Babilônia se tornou a primeira potência mundial.
1. Sete cabeças e dez chifres. Nos versículos 9 e 12 do capítulo 17 de Apocalipse, o anjo celestial faz a interpretação para o Apóstolo dizendo: "...As sete cabeças são sete montes, sobre os quais a mulher está assentada... e os dez chifres que viste são dez reis, que ainda não receberam o reino...". Isso significa, segundo se depreende da visão de Daniel (Dn 7.24) que durante o período da Grande Tribulação, "se levantarão dez reis" dentro dos limites do antigo império romano. São eles as "dez pontas" que João contempla na cabeça da Besta que subiu do mar (Ap 13.1). Eles serão dez agentes de Satanás que ajudarão o Anticristo em sua política sombria pela conquista do mundo (Ap 17.13). Alguns deles (três) receberão poder apenas por "uma hora"; depois cairão e só sete permanecerão (Dn 7.8; Ap 17.12).
8. "A besta que viste foi e já não é, e há de subir do abismo, e irá à perdição; e os que habitam na terra (cujos nomes não estão escritos no livro da vida, desde a fundação do mundo) se admirarão vendo a besta que era e já não é, mas que virá".
I. "...foi e já não é". Há uma corrente de comentaristas, tanto do passado como do presente, que baseados em Ap 11.7 e 13.3 e o versículo que temos nesta secção, defendem a posição de reencarnação de Nero. Para eles a expressão "foi e já não é", que se complementa na parte final com a frase "mas que virá", aludi à tradição de Nero redivivo. Nero "foi", mas morreu. Todavia, voltaria. Esta interpretação para nós não se harmoniza com a tese e argumento principal da Bíblia. Ela condena a reencarnação. Devemos ter em mente que João olhava para o futuro dos séculos (os dias do Anticristo) e depois lança retrospectivamente um olhar para traz, e contempla o império romano de 455 d.C. a 754 a.C. Assim temos o antigo império romano como existiu na forma imperial até os dias de João, e até sua destruição por Odoacro, rei dos Hérulos (LOCKYER, Herbert. Apocalipse, o Drama dos Séculos. Editora Vida, 1982).
I. "...foi e já não é". Há uma corrente de comentaristas, tanto do passado como do presente, que baseados em Ap 11.7 e 13.3 e o versículo que temos nesta secção, defendem a posição de reencarnação de Nero. Para eles a expressão "foi e já não é", que se complementa na parte final com a frase "mas que virá", aludi à tradição de Nero redivivo. Nero "foi", mas morreu. Todavia, voltaria. Esta interpretação para nós não se harmoniza com a tese e argumento principal da Bíblia. Ela condena a reencarnação. Devemos ter em mente que João olhava para o futuro dos séculos (os dias do Anticristo) e depois lança retrospectivamente um olhar para traz, e contempla o império romano de 455 d.C. a 754 a.C. Assim temos o antigo império romano como existiu na forma imperial até os dias de João, e até sua destruição por Odoacro, rei dos Hérulos (LOCKYER, Herbert. Apocalipse, o Drama dos Séculos. Editora Vida, 1982).
1. Mas que virá. Isso fala do novo ressurgimento do império romano na pessoa do Anticristo (Ap 13.3). Ele ressurgirá do "abismo" (literalmente falando: do caos político; e, espiritualmente falando: da inspiração de Satanás, o dragão); mas "irá à perdição". Seu destino final será a perdição: o lago de fogo (Ap 20.10). Essa "perdição" será física e terrena e também eterna. Judas Iscariotes foi chamado também um "filho da perdição". Tal expressão é empregada em outras passagens do Novo Testamento, somente para indicar Judas e o Anticristo (Jo 17.12 e Ts 2.3). Ambos após serem derrotados (um já sendo passado) irão a seu próprio "lugar" (At 1.25; Ap 17.8; 19.20; 20.10).
9. "Aqui há sentido, que tem sabedoria. As sete cabeças são sete montes sobre os quais a mulher está assentada".
I. "...As sete cabeças são setes montes". Todos sabem a quem esta passagem se refere: geograficamente, é Roma. Simbolicamente, porém, ela diz respeito aos "sete sistemas de governo" que existiu neste império (v. 10). A cidade de Roma é das mais antigas da Península Itálica e está edificada "sobre sete colinas", que o Apóstolo João chama de "sete montes". Nos dias do império estas montanhas eram denominadas de: Aventino, Palatino, Célio, Esquilino, Vidimal, Quirinal e Capitólio. A cidade ficava À margem esquerda do rio Tibre, a 24 quilômetros da sua desembocadura no mar Tirreno, na costa ocidental da península (RONIS, Osvaldo. Geografia Bíblica, 1978). O seu fundador foi um habitante do Lácio (donde vem a palavra latino) chamado Rômulo, que junto com Rêmo, seu irmão, fundou a cidade e o império em 754 a.C. ou, segundo os cálculos astronômicos, em 750 a.C. Mais tarde, Rômulo se desentendeu com Rêmo e o matou em combate. No capítulo 2 do profeta Daniel, esse poderoso império é contemplado nas "pernas de ferro" da estátua colossal do sonho do monarca Nabucodonosor.
10. "E são também sete reis: cinco já caíram, e um existe; outro ainda não é vindo; e, quando vier, convém que dure um pouco de tempo".
I. "...sete reis; cinco já caíram". Isso aponta para para cinco "sistemas" de governo que governaram esse império. O ponto de partida deve ter como base a fundação da realeza, que se deu em 754 (ou 750) a.C.
1. Como todos sabem através da história, o império romano, em seu apogeu e glória, teve "cinco dinastias" formidáveis que sucessivamente governaram este império, de 754 a.C. a 455 d.C.:
(a) REIS: compreende a dinastia dos sete primeiros reis: Rômulo, Numa Pompílio, Túlio Hostílio, Anco Márcio, Tarquino Prísco, Sérgio Túlio e Tarquino, o soberbo (de 754 a 510 a.C.).
(b) O SENADO: A realeza foi abolida e o governo foi conferido a dois cônsules, continuando o governo sob a regência do Senado (de 510 a 300 a.C.).
(c) A REPÚBLICA: Depois de 300 a.C. o Senado foi abolido e foi estabelecida a república romana (de 300 a 58 a.C.).
(d) O TRIUNVIRATO: Composto dos seguintes imperadores: Júlio César, Pompeu e Crasso (de 58 a 44 a.C.).
(e) TRIBUNAIS MILITARES: Composto por Lépido, Antônio e Otávio (de 44 a 31 a.C.). Estas cinco dinastias já "caíram", afirma a palavra divina.
2. Existem outras possíveis interpretações, como sejam: (a) De sete imperadores romanos, cinco já "caíram" (podendo significar morte violenta) antes dos dias de João. Os cinco geralmente são relacionados como Júlio César, Tibério, Calígula, Cláudio e Nero (COHEN, Armando Chaves. Estudos Sobre o Apocalipse, CPAD, 1982). O sexto, seguindo essa interpretação que reinava enquanto João escrevia o Apocalipse, era Domiciano; (b) Os cinco reinos que já "caíram" seriam: o Egito, a Assíria, a Babilônia, o Medo-Persa e a Grécia. E o sexto, seria o império romano.
3. Um existe. Refere-se ao sexto sistema de governo imperial, com sete dinastias, começando com Otávio (31 a.C.) até Rômulo Augusto, que reinou de 435 a 455 d.C., data em que Odroaco, rei dos Hérulos, apoderou-se de Roma, terminando assim o império.
4. Outro ainda não é vindo. O contexto demonstrativo diz: "...e quando vier, convém que dure um pouco de tempo". Isso aponta diretamente para a figura do Anticristo; ele será o "oitavo", e é dos sete, isto é, ele dará forma a sétima dinastia começada por Honório, em 395 a 455 d.C. Assim o reino será o sétimo, mas o Anticristo será o "oitavo". Embora a Besta seja distinta em caráter e obra, entretanto, continuará na forma de reino da sétima cabeça (Ap 13.3).
11. "E a besta que era e já não é, é ela também o oitavo, e é dos sete, e vai à perdição".
I. "...é ela também o oitavo". O Anticristo e seu reino terão a mesma sorte de Babel, a torre da confusão. Foi ali na planície de Sinear que Ninrode erigiu a torre. O nome Babel ("Bab-el" = porta do céu ou de Deus), era o local de encontro para os pecadores sem lei. O Antigo Testamento mostra a queda tanto de Ninrode como da torre de Babel; como também de Babilônia, um estado de âmbito mundial. A Besta também cairá e também seu governo de trevas. Ela será o "oitavo", isto é, ela será a sucessora do antigo império caído, que será restaurado (curada); mas este império falido ressurgirá do abismo, e terá como seu governante a Besta que subiu do mar. Assim o reino será o sétimo, mas seu rei será o oitavo: o Anticristo.
12. "E os dez chifres que viste são dez reis, que ainda não receberam o reino, mas receberão o poder como reis por uma hora, juntamente com a besta".
I. "...poder como reis por uma hora". Profeticamente falando, isso podia significar "um mês" composto de trinta dias (cf. Nm 14.34; Ez 4.6). Historicamente, porém, isso quer dizer "pouco tempo". De acordo com historiadores antigos, os "sátrapas" só recebiam o poder por "uma hora"; depois, o transferiam para o imperador como sinal de obediência e respeito. Profeticamente falando, a federação do Anticristo não poderá durar por muito tempo, portanto a segunda vinda de Cristo logo porá fim a tudo. Os dez reis (dez chifres) farão uma "aliança" com a Besta, mas em seguida, a Besta afastará três destes monarcas (Dn 7.24). Na passagem de Daniel 7.7, o animal espantoso tinha "10 pontas" como tinha "10 dedos" os pés da estátua do capítulo 2. Isso, diz o profeta, "significa dez reis que se levantarão no tempo do fim (Dn 7.24). Eles não existiram nos dias do império romano. Observe bem a frase: "se levantarão". O fato de os mesmos estarem em alinhamento como em alinhamento estavam os dez dedos da estátua, quer dizer: que esses reis escatológicos governarão ao mesmo tempo (Ap 17.12,13).
13. "Estes têm um mesmo intento, e entregarão o seu poder e autoridade à besta".
I. "...têm um mesmo intento". O Anticristo e seus agentes, "sentarão" a uma mesma mesa como faziam-no Antíoco e Ptolomeu Filometor (Dn 11.27). Seja como for, a "meretriz", a "mulher", a saber , Babilônia (Roma), será alvo de ataque. Os dez reis confederados (depois três cairão) estarão em total acordo com o Anticristo, dando-lhe apoio em todas as suas aventuras. Eles seguirão o mesmo intento desta figura sombria, tanto na "destruição" das nações, como na "destruição" da grande Babilônia - a "prostituta que se assenta sobre muitas águas". A atitude deste versículofaz-nos lembrar de Ezequiel 16.37, que diz: "Eis também todos os que amaste, com todos que aborrecestes, e ajuntá-los-ei contra ti em redor, e descobrirei a tua nudez diante deles...". No relato de Ezequiel a sentença cai sobre Jerusalém; aqui, porém, sobre Babilônia. Todos eles agiriam impelidos por Deus, embora disso não tenham consciência.
14. "Estes combaterão contra o Cordeiro, e o Cordeiro os vencerá, porque é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis; vencerão os que estão com ele, chamados, e eleitos, e fiéis".
I. "...o Cordeiro os vencerá". Naturalmente temos, neste ponto, ma alusão à batalha do Armagedom (amplamente comentada em Ap 14.19,20; 16.16), que é a manifestação da "parousia" de Cristo. "O Senhor Jesus na qualidade de Cordeiro vencerá todo e qualquer pecado (Jo 1.29); na qualidade de Senhor é o soberano de todos, o magneto central do universo, em redor de quem tudo, eventualmente, se centralizará. Ele é o Senhor moral e espiritual, o qual requer toda lealdade humana. A narrativa da batalha entre o mal e o bem se refere aos céus, e, outras vezes, à terra. Porém, em cada caso, sempre são vencidas as arrogantes forças da iniquidade. E agora, neste mundo, as forças do Cordeiro são vistas a vencer as forças da Besta" (CHAMPRIN, Russel Norman, PhD. O Novo Testamento Interpretado "Versículo por Versículo", VI Volume, 1ª Edição - 3ª impressão, Janeiro de 1982).
1. Eleitos e fiéis. O termo aparece em outras partes do Novo Testamento, mas neste livro do Apocalipse é a única ocorrência desta expressão; são os "escolhidos para eleição". Foram destacados dentre os homens, feitos fiéis pela eleição de Deus (Ef 1.4). Quanto à "eleição" eles são também os "fiéis", os que dão toda a lealdade a Cristo. Profeticamente falando, serão os que se recusarem a participar da adoração à Besta.
15. "E disse-me: As águas que viste, onde se assenta a prostituta, são povos, e multidões, e nações, e línguas".
I. "...As águas que viste". Diz o anjo intérprete: "...significa "povos, e multidões, e nações, e línguas". Nisso pode existir uma paródia blasfêmia contra Deus, conforme depreendemos do Salmo 29.3 e 10: "A voz do Senhor ouve-se sobre as águas; o Deus da glória troveja; o Senhor está sobre as muitas águas" [...] "O Senhor se assentou sobre o dilúvio...". O simbolismo do presente texto é bastante usado no Antigo Testamento e em passagens do Novo Testamento (Sl 18.4, 16; 124.14; Is 8.7; Lc 21.25; Ap 17.15). Durante o reinado cruel da Besta, estas águas representam o estado de depressão e inquietação por que passarão os habitantes da terra (Lc 21.25; Tg 1.6). Portanto, é evidente que, num consenso geral, a extensão da autoridade da Besta, geograficamente, é grande - ela alcançará o mundo (Ap 13.16). O leitor deve observar que em vários lugres do Apocalipse há tais "enumerações", incluindo totalidade ou universalidade. O governo romano era universal. O governo do Anticristo também será universal (cf. Ap 13.4).
16. "E os dez chifres que viste na besta são os que aborrecerão a prostituta, e a porão desolada e nua, e comerão a sua carne, e a queimarão no fogo".
I. "...e a porão desolada e nua". A linguagem de João, diz o Dr. G. Eldon Ladd (Apocalipse - Introdução e Comentário, Edições Vida Nova, 1980), indica que a antes orgulhosa cidade fica totalmente destruída, em ruínas. Eles a deixarão "desolada e nua", isto é, as despirão dos seus adornos bonitos. "E comerão a sua carne": figura tirada da ferocidade de animais selvagens, simbolizado na linguagem do Antigo Testamento e destruição dos homens entre si (Sl 27.2; Jr 10.25; Mq 3.3; Sf 3.3). O intento do Anticristo e seus aliados no que diz respeito à "meretriz" é unicamente "despojá-la" de suas riquezas, e, consequentemente, deixá-la "desolada e nua". O Anticristo auxiliado pelos dez reis reduzirá a imponente cidade e o sistema a nada. Isso é o que ela representa diante dos olhos de Deus: "NADA" (Is 40.17).
1. Devemos ter em mente que não só a sua glória será aniquilada, mas sua carne será devorada. Essa é uma alusão aos "corvos". Os exércitos invasores eram acompanhados por corvos que participavam da carnificina. Metaforicamente, João indica que a destruição da prostituta será total. Será reduzida a nada. A expressão "comerão sua carne" também implica a extensão da ira e brutalidade do Anticristo e seus aliados.. Hão de derrotar a prostituta, sem limitações e sem mitigarem a sua ira.
17. "Porque Deus tem posto em seus corações que cumpram o seu intento, e tenham uma mesma ideia, e que dêem à besta o seu reino, até que se cumpram as palavras de Deus".
I. "...Deus tem posto em seus corações". A presente passagem nos leva a pensar em 2 Ts 2.11, onde Paulo, o Apóstolo, escreve dizendo: "E por isso (por seus pecados) Deus lhes enviará a operação do erro, para que creiam a mentira". O erro da grande meretriz será retribuído por um erro maior - sua destruição partirá de dentro de seus próprio súditos. Ele sorverá o seu próprio veneno. Por permissão do próprio Deus, os dez reis, de acordo e conjuntamente, darão à Besta o reino que possuem. Então o Anticristo será o governador mundial, adorado (bem como sua imagem) como se fora Deus (2 Ts 2.4). É a forma final e mais grave da "religião", até que se cumpra a Palavra de Deus. Aqui se inicia, realmente, a grande Babilônia política, quando a Besta for o único deus, até que termine a era dos gentios, o que se dará com a vinda gloriosa de Cristo com poder e grande glória. A Babilônia do passado trouxe grande aflição sobre o povo de Deus, Israel. No devido tempo, sobre ela caiu a ira de Deus. Assim será com a Babilônia política e a Babilônia cidade do Anticristo.
18. "E a mulher que viste é a grande cidade que reina sobre os reis da terra".
I. "...a grande cidade". Jerusalém é também chamada, no campo profético, de "grande cidade" (Ap 11.8). Mas a do presente texto, que também se denomina de "grande cidade", é Roma. Ela é grande tanto em poder secular como em maldade. O Professor W. G. Moorehad diz dela o que segue: "A grande cidade cavalga ou procura cavalgar o poder universal para sujeitar a si toda a autoridade e governo. A mulher do deserto (v. 3) é intolerável perseguidora" (Comentário em Estudo Sobre o Apocalipse, 1982). O texto em foco diz: "A mulher que viste é a grande cidade". Uma cidade nunca domina só. Alguém o faz por ela. Depois de ter destruído a Babilônia religiosa (a mulher), o Anticristo, completamente possuído pelo dragão, voltar-se-á para a grande Babilônia comercial descrita no capítulo 18 de Apocalipse. Devemos observar que sempre esta cidade e seu sistema são chamados de "grande". Ela é assim chamada devido à sua autoridade sobre a terra inteira, devido aos seus poderosos exércitos. Grande por ser riquíssima. Grande nas suas abominações e maldades. Desta maneira, ela, através dos séculos, é vista dominando os "reis da terra", e reinando sobre eles.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
SILVA, Severino Pedro da. Apocalipse, Versículo por Versículo, Editora CPAD, 20ª edição, 2004, pp. 219, 220, 221, 222, 223, 224, 225, 226, 227, 228 e 229).
I. "...As sete cabeças são setes montes". Todos sabem a quem esta passagem se refere: geograficamente, é Roma. Simbolicamente, porém, ela diz respeito aos "sete sistemas de governo" que existiu neste império (v. 10). A cidade de Roma é das mais antigas da Península Itálica e está edificada "sobre sete colinas", que o Apóstolo João chama de "sete montes". Nos dias do império estas montanhas eram denominadas de: Aventino, Palatino, Célio, Esquilino, Vidimal, Quirinal e Capitólio. A cidade ficava À margem esquerda do rio Tibre, a 24 quilômetros da sua desembocadura no mar Tirreno, na costa ocidental da península (RONIS, Osvaldo. Geografia Bíblica, 1978). O seu fundador foi um habitante do Lácio (donde vem a palavra latino) chamado Rômulo, que junto com Rêmo, seu irmão, fundou a cidade e o império em 754 a.C. ou, segundo os cálculos astronômicos, em 750 a.C. Mais tarde, Rômulo se desentendeu com Rêmo e o matou em combate. No capítulo 2 do profeta Daniel, esse poderoso império é contemplado nas "pernas de ferro" da estátua colossal do sonho do monarca Nabucodonosor.
10. "E são também sete reis: cinco já caíram, e um existe; outro ainda não é vindo; e, quando vier, convém que dure um pouco de tempo".
I. "...sete reis; cinco já caíram". Isso aponta para para cinco "sistemas" de governo que governaram esse império. O ponto de partida deve ter como base a fundação da realeza, que se deu em 754 (ou 750) a.C.
1. Como todos sabem através da história, o império romano, em seu apogeu e glória, teve "cinco dinastias" formidáveis que sucessivamente governaram este império, de 754 a.C. a 455 d.C.:
(a) REIS: compreende a dinastia dos sete primeiros reis: Rômulo, Numa Pompílio, Túlio Hostílio, Anco Márcio, Tarquino Prísco, Sérgio Túlio e Tarquino, o soberbo (de 754 a 510 a.C.).
(b) O SENADO: A realeza foi abolida e o governo foi conferido a dois cônsules, continuando o governo sob a regência do Senado (de 510 a 300 a.C.).
(c) A REPÚBLICA: Depois de 300 a.C. o Senado foi abolido e foi estabelecida a república romana (de 300 a 58 a.C.).
(d) O TRIUNVIRATO: Composto dos seguintes imperadores: Júlio César, Pompeu e Crasso (de 58 a 44 a.C.).
(e) TRIBUNAIS MILITARES: Composto por Lépido, Antônio e Otávio (de 44 a 31 a.C.). Estas cinco dinastias já "caíram", afirma a palavra divina.
2. Existem outras possíveis interpretações, como sejam: (a) De sete imperadores romanos, cinco já "caíram" (podendo significar morte violenta) antes dos dias de João. Os cinco geralmente são relacionados como Júlio César, Tibério, Calígula, Cláudio e Nero (COHEN, Armando Chaves. Estudos Sobre o Apocalipse, CPAD, 1982). O sexto, seguindo essa interpretação que reinava enquanto João escrevia o Apocalipse, era Domiciano; (b) Os cinco reinos que já "caíram" seriam: o Egito, a Assíria, a Babilônia, o Medo-Persa e a Grécia. E o sexto, seria o império romano.
3. Um existe. Refere-se ao sexto sistema de governo imperial, com sete dinastias, começando com Otávio (31 a.C.) até Rômulo Augusto, que reinou de 435 a 455 d.C., data em que Odroaco, rei dos Hérulos, apoderou-se de Roma, terminando assim o império.
4. Outro ainda não é vindo. O contexto demonstrativo diz: "...e quando vier, convém que dure um pouco de tempo". Isso aponta diretamente para a figura do Anticristo; ele será o "oitavo", e é dos sete, isto é, ele dará forma a sétima dinastia começada por Honório, em 395 a 455 d.C. Assim o reino será o sétimo, mas o Anticristo será o "oitavo". Embora a Besta seja distinta em caráter e obra, entretanto, continuará na forma de reino da sétima cabeça (Ap 13.3).
11. "E a besta que era e já não é, é ela também o oitavo, e é dos sete, e vai à perdição".
I. "...é ela também o oitavo". O Anticristo e seu reino terão a mesma sorte de Babel, a torre da confusão. Foi ali na planície de Sinear que Ninrode erigiu a torre. O nome Babel ("Bab-el" = porta do céu ou de Deus), era o local de encontro para os pecadores sem lei. O Antigo Testamento mostra a queda tanto de Ninrode como da torre de Babel; como também de Babilônia, um estado de âmbito mundial. A Besta também cairá e também seu governo de trevas. Ela será o "oitavo", isto é, ela será a sucessora do antigo império caído, que será restaurado (curada); mas este império falido ressurgirá do abismo, e terá como seu governante a Besta que subiu do mar. Assim o reino será o sétimo, mas seu rei será o oitavo: o Anticristo.
12. "E os dez chifres que viste são dez reis, que ainda não receberam o reino, mas receberão o poder como reis por uma hora, juntamente com a besta".
I. "...poder como reis por uma hora". Profeticamente falando, isso podia significar "um mês" composto de trinta dias (cf. Nm 14.34; Ez 4.6). Historicamente, porém, isso quer dizer "pouco tempo". De acordo com historiadores antigos, os "sátrapas" só recebiam o poder por "uma hora"; depois, o transferiam para o imperador como sinal de obediência e respeito. Profeticamente falando, a federação do Anticristo não poderá durar por muito tempo, portanto a segunda vinda de Cristo logo porá fim a tudo. Os dez reis (dez chifres) farão uma "aliança" com a Besta, mas em seguida, a Besta afastará três destes monarcas (Dn 7.24). Na passagem de Daniel 7.7, o animal espantoso tinha "10 pontas" como tinha "10 dedos" os pés da estátua do capítulo 2. Isso, diz o profeta, "significa dez reis que se levantarão no tempo do fim (Dn 7.24). Eles não existiram nos dias do império romano. Observe bem a frase: "se levantarão". O fato de os mesmos estarem em alinhamento como em alinhamento estavam os dez dedos da estátua, quer dizer: que esses reis escatológicos governarão ao mesmo tempo (Ap 17.12,13).
13. "Estes têm um mesmo intento, e entregarão o seu poder e autoridade à besta".
I. "...têm um mesmo intento". O Anticristo e seus agentes, "sentarão" a uma mesma mesa como faziam-no Antíoco e Ptolomeu Filometor (Dn 11.27). Seja como for, a "meretriz", a "mulher", a saber , Babilônia (Roma), será alvo de ataque. Os dez reis confederados (depois três cairão) estarão em total acordo com o Anticristo, dando-lhe apoio em todas as suas aventuras. Eles seguirão o mesmo intento desta figura sombria, tanto na "destruição" das nações, como na "destruição" da grande Babilônia - a "prostituta que se assenta sobre muitas águas". A atitude deste versículofaz-nos lembrar de Ezequiel 16.37, que diz: "Eis também todos os que amaste, com todos que aborrecestes, e ajuntá-los-ei contra ti em redor, e descobrirei a tua nudez diante deles...". No relato de Ezequiel a sentença cai sobre Jerusalém; aqui, porém, sobre Babilônia. Todos eles agiriam impelidos por Deus, embora disso não tenham consciência.
14. "Estes combaterão contra o Cordeiro, e o Cordeiro os vencerá, porque é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis; vencerão os que estão com ele, chamados, e eleitos, e fiéis".
I. "...o Cordeiro os vencerá". Naturalmente temos, neste ponto, ma alusão à batalha do Armagedom (amplamente comentada em Ap 14.19,20; 16.16), que é a manifestação da "parousia" de Cristo. "O Senhor Jesus na qualidade de Cordeiro vencerá todo e qualquer pecado (Jo 1.29); na qualidade de Senhor é o soberano de todos, o magneto central do universo, em redor de quem tudo, eventualmente, se centralizará. Ele é o Senhor moral e espiritual, o qual requer toda lealdade humana. A narrativa da batalha entre o mal e o bem se refere aos céus, e, outras vezes, à terra. Porém, em cada caso, sempre são vencidas as arrogantes forças da iniquidade. E agora, neste mundo, as forças do Cordeiro são vistas a vencer as forças da Besta" (CHAMPRIN, Russel Norman, PhD. O Novo Testamento Interpretado "Versículo por Versículo", VI Volume, 1ª Edição - 3ª impressão, Janeiro de 1982).
1. Eleitos e fiéis. O termo aparece em outras partes do Novo Testamento, mas neste livro do Apocalipse é a única ocorrência desta expressão; são os "escolhidos para eleição". Foram destacados dentre os homens, feitos fiéis pela eleição de Deus (Ef 1.4). Quanto à "eleição" eles são também os "fiéis", os que dão toda a lealdade a Cristo. Profeticamente falando, serão os que se recusarem a participar da adoração à Besta.
15. "E disse-me: As águas que viste, onde se assenta a prostituta, são povos, e multidões, e nações, e línguas".
I. "...As águas que viste". Diz o anjo intérprete: "...significa "povos, e multidões, e nações, e línguas". Nisso pode existir uma paródia blasfêmia contra Deus, conforme depreendemos do Salmo 29.3 e 10: "A voz do Senhor ouve-se sobre as águas; o Deus da glória troveja; o Senhor está sobre as muitas águas" [...] "O Senhor se assentou sobre o dilúvio...". O simbolismo do presente texto é bastante usado no Antigo Testamento e em passagens do Novo Testamento (Sl 18.4, 16; 124.14; Is 8.7; Lc 21.25; Ap 17.15). Durante o reinado cruel da Besta, estas águas representam o estado de depressão e inquietação por que passarão os habitantes da terra (Lc 21.25; Tg 1.6). Portanto, é evidente que, num consenso geral, a extensão da autoridade da Besta, geograficamente, é grande - ela alcançará o mundo (Ap 13.16). O leitor deve observar que em vários lugres do Apocalipse há tais "enumerações", incluindo totalidade ou universalidade. O governo romano era universal. O governo do Anticristo também será universal (cf. Ap 13.4).
16. "E os dez chifres que viste na besta são os que aborrecerão a prostituta, e a porão desolada e nua, e comerão a sua carne, e a queimarão no fogo".
I. "...e a porão desolada e nua". A linguagem de João, diz o Dr. G. Eldon Ladd (Apocalipse - Introdução e Comentário, Edições Vida Nova, 1980), indica que a antes orgulhosa cidade fica totalmente destruída, em ruínas. Eles a deixarão "desolada e nua", isto é, as despirão dos seus adornos bonitos. "E comerão a sua carne": figura tirada da ferocidade de animais selvagens, simbolizado na linguagem do Antigo Testamento e destruição dos homens entre si (Sl 27.2; Jr 10.25; Mq 3.3; Sf 3.3). O intento do Anticristo e seus aliados no que diz respeito à "meretriz" é unicamente "despojá-la" de suas riquezas, e, consequentemente, deixá-la "desolada e nua". O Anticristo auxiliado pelos dez reis reduzirá a imponente cidade e o sistema a nada. Isso é o que ela representa diante dos olhos de Deus: "NADA" (Is 40.17).
1. Devemos ter em mente que não só a sua glória será aniquilada, mas sua carne será devorada. Essa é uma alusão aos "corvos". Os exércitos invasores eram acompanhados por corvos que participavam da carnificina. Metaforicamente, João indica que a destruição da prostituta será total. Será reduzida a nada. A expressão "comerão sua carne" também implica a extensão da ira e brutalidade do Anticristo e seus aliados.. Hão de derrotar a prostituta, sem limitações e sem mitigarem a sua ira.
17. "Porque Deus tem posto em seus corações que cumpram o seu intento, e tenham uma mesma ideia, e que dêem à besta o seu reino, até que se cumpram as palavras de Deus".
I. "...Deus tem posto em seus corações". A presente passagem nos leva a pensar em 2 Ts 2.11, onde Paulo, o Apóstolo, escreve dizendo: "E por isso (por seus pecados) Deus lhes enviará a operação do erro, para que creiam a mentira". O erro da grande meretriz será retribuído por um erro maior - sua destruição partirá de dentro de seus próprio súditos. Ele sorverá o seu próprio veneno. Por permissão do próprio Deus, os dez reis, de acordo e conjuntamente, darão à Besta o reino que possuem. Então o Anticristo será o governador mundial, adorado (bem como sua imagem) como se fora Deus (2 Ts 2.4). É a forma final e mais grave da "religião", até que se cumpra a Palavra de Deus. Aqui se inicia, realmente, a grande Babilônia política, quando a Besta for o único deus, até que termine a era dos gentios, o que se dará com a vinda gloriosa de Cristo com poder e grande glória. A Babilônia do passado trouxe grande aflição sobre o povo de Deus, Israel. No devido tempo, sobre ela caiu a ira de Deus. Assim será com a Babilônia política e a Babilônia cidade do Anticristo.
18. "E a mulher que viste é a grande cidade que reina sobre os reis da terra".
I. "...a grande cidade". Jerusalém é também chamada, no campo profético, de "grande cidade" (Ap 11.8). Mas a do presente texto, que também se denomina de "grande cidade", é Roma. Ela é grande tanto em poder secular como em maldade. O Professor W. G. Moorehad diz dela o que segue: "A grande cidade cavalga ou procura cavalgar o poder universal para sujeitar a si toda a autoridade e governo. A mulher do deserto (v. 3) é intolerável perseguidora" (Comentário em Estudo Sobre o Apocalipse, 1982). O texto em foco diz: "A mulher que viste é a grande cidade". Uma cidade nunca domina só. Alguém o faz por ela. Depois de ter destruído a Babilônia religiosa (a mulher), o Anticristo, completamente possuído pelo dragão, voltar-se-á para a grande Babilônia comercial descrita no capítulo 18 de Apocalipse. Devemos observar que sempre esta cidade e seu sistema são chamados de "grande". Ela é assim chamada devido à sua autoridade sobre a terra inteira, devido aos seus poderosos exércitos. Grande por ser riquíssima. Grande nas suas abominações e maldades. Desta maneira, ela, através dos séculos, é vista dominando os "reis da terra", e reinando sobre eles.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
SILVA, Severino Pedro da. Apocalipse, Versículo por Versículo, Editora CPAD, 20ª edição, 2004, pp. 219, 220, 221, 222, 223, 224, 225, 226, 227, 228 e 229).
Esses são os ultimos dias da Igreja de Cristo na terra, aquele que quer subir e assentar-se no trono com Cristo tem de SANTFICAR e purificar suas vestes , buscar a Cristo como alvo da sua salvação...
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