8 - O LIVRO DE RUTE


  •  Autor: Anônimo
  • Tema: Amor que Redime
  • Data: Século X a.C.
Considerações Preliminares

               Historicamente, o livro de Rute descreve eventos na vida de uma família israelita durante o tempo dos Juízes (1.1; cerca de 1375 a 1050 a.C.). Geograficamente, o contexto é a terra de Moabe, a leste do mar Morto. O restante do livro transcorre em Belém de Judá e sua vizinhança. Liturgicamente, o livro de Rute é um dos cinco rolos da terceira divisão da Bíblia Hebraica, conhecida como Os Hagiógrafos (literalmente "Escritos Sagrados"). Cada um desses rolos era lido publicamente numa das festas judaicas anuais. Visto que a comovente história de Rute ocorreu na estação da colheita, era costume ler este livro na Festa da Colheita (Pentecoste).

               Considerando que a lista dos descendentes de Rute não vai além do rei Davi (Rt 4.21,22), o livro foi provavelmente escrito durante o reinado de Davi. Desconhece-se o autor humano do livro, mas a tradição judaica (e.g., o Talmude) atribui essa autoria a Samuel.

Propósito

               O livro de Rute foi escrito a fim de mostrar como, através do amor altruísta e do devido cumprimento da lei de Deus, uma jovem mulher moabita, virtuosa e consagrada, veio a ser a bisavó do rei Davi de Israel. O livro também foi escrito para perpetuar uma história admirável dos tempos dos juízes a respeito de uma família piedosa cuja fidelidade na adversidade contrasta fortemente com o generalizado declínio espiritual e moral em Israel, naqueles tempos.

Visão Panorâmica

              
               Esta história do amor que redime inicia quando Elimeleque parte de Judá e passa a residir com sua família em Moabe por causa de uma fome (Rt 1.1,2). O sofrimento continuou a flagelar Elimeleque, pois ele e seus dois filhos morreram  em Moabe (Rt 1.3-5), o que resultou em três viúvas. Quatro episódios principais vêm a seguir. (1) Noemi (viúva de Elimeleque) e sua devota nora moabita, Rute, voltaram a Belém de Judá (Rt 1.6-22). (2) Na providência divina, Rute veio a conhecer Boaz, um parente rico de Elimeleque (capítulo 2). (3) Seguindo as instruções de Noemi, Rute deu a entender a Boaz o seu interesse na possibilidade de um casamento segundo a lei do parente-remidor (capítulo 3). (4) Boaz, como parente-remidor, comprou as propriedades de Noemi e casou-se com Rute, e tiveram um filho chamado Obede - avô de Davi (capítulo 4). Embora o livro comece com tremendos reveses, termina com um final sobremodo feliz - para Noemi, para Rute, para Boaz e para Israel.

Características Especiais

               Seis características principais assinalam o livro de Rute. (1) É um dos dois livros da Bíblia que leva o nome de uma mulher (sendo o outro o de Ester). (2) Este livro, escrito, tendo ao fundo o horizonte ominoso da infidelidade e apostasia de Israel durante o período dos juízes, descreve as alegrias e pesares de uma família piedosa de Belém durante aqueles tempos caóticos. (3) Ilustra o fato de que o plano divino de redenção incluía os gentios que, durante os tempos do Antigo Testamento, foram enxertados no povo de Israel mediante o arrependimento e a fé no Senhor. (4) A redenção é um tema central, do começo ao fim do livro, sendo o papel de Boaz, como parente-remidor, uma das ilustrações ou tipos mais claros do ministério mediador de Jesus Cristo. (5) O versículo mais conhecido deste livro consiste nas palavras que Rute dirigiu a Noemi, quando ainda estava em Moabe: "Aonde quer que tu fores, irei eu e, onde quer que pousares à noite, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus" (Rt 1.16). (6) Traça um retrato realista da vida, com seus contratempos, mas também mostra como a fé e fidelidade de pessoas piedosas ensejam a Deus a oportunidade de converter a tragédia em triunfo e a derrota em bênção.

Paralelismo do Livro de Rute com o Novo Testamento

               Este livro declara quatro verdades do Novo Testamento. (1) Transtornos humanos dão oportunidade a Deus para realizar seus grandes propósitos redentores (Fp 1.12). (2) A inclusão de Rute no plano da redenção demonstra que a participação no reino de Deus independe de descendência física, mas pela conformação da nossa vida à vontade de Deus, mediante a "obediência da fé" (Rm 16.26; cf. Rm 1.5,16). (3) Rute como partícipe da linhagem de Davi e de Jesus (Mt 1.5) significa que pessoas de todas as nações farão parte do reino do grande "Filho de Davi" (Ap 5.9; 7.9). (4) Boaz, como o parente-remidor, é uma prefiguração do grande Redentor, Jesus Cristo (Mt 20.28).

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BIBLIOGRAFIA
Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD, Edição de 1995, ano 2002, pp. 420 e 421.  

Um comentário:

  1. Parabéns ao Pastor Hafner, pela iniciativa do blog. Dei uma passada de olhos pelo material e muito me agradou. Até copiei algumas coisas. Faço CCM com Prof. Dr. Roberto Carlos de Vitória - ES.
    Posso recomenda-lo em minha classe? Obrigado

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