20 - O LIVRO DE PROVÉRBIOS



  • Autor: Salomão e outros
  • Tema: Sabedoria para a Vida Correta
  • Data: Cerca de 970-700 a.C.

Considerações Preliminares

O Antigo Testamento hebraico era em regra dividido em três partes: a Lei, os Profetas e os Escritos (cf. Lc 24.44). Na terceira parte estavam os livros poéticos e sapienciais, a saber: Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes, etc. Semelhantemente, o Israel antigo tinha três categorias de ministros: os sacerdotes, os profetas e os sábios. Estes últimos eram especialmente dotados de sabedoria e conselho divinos a respeito de princípios e práticas da vida. O livro de Provérbios representa a sabedoria inspirada dos sábios.

A palavra hebraica mashal, traduzida por "provérbio", tem os sentidos de "oráculo", "parábola", ou "máxima sábia". Por isso, há declarações longas no livro de Provérbios (e.g. Pv 1.20-33; 2.1-22; 5.1-14), mas há também as concisas, mas ricas de sentido e sabedoria, para se viver de modo prudente e justo. O conteúdo de Provérbios representa uma forma de ensino comum no Oriente Próximo antigo, mas no caso deste livro, sua sabedoria é diferente porque veio da parte de Deus, com seus padrões justos para o povo do seu concerto. O ensino mediante provérbios era popular naqueles antigos tempos, em virtude de sua grande clareza e facilidade de memorização e transmissão de geração em geração.

Assim como Davi é o manancial da tradição salmódica em Israel, Salomão é o manancial da tradição sapiencial em Israel (ver Pv 1.1; 10.1; 25.1). Conforme I Rs 4.32, Salomão produziu 3.000 provérbios e 1.005 cânticos. Outros autores mencionados por nome em Provérbios são Agur (Pv 30.1-33) e o rei Lamuel (Pv 31.1-9), ambos desconhecidos. Autores outros estão subentendidos em Pv 22.17 e em Pv 24.23. A maioria dos provérbios teve origem no século X a.C., porém a provável data mais antiga para a conclusão deste livro seria o período de reinado de Ezequias (i.e., c. 700 a.C.). A participação dos homens de Ezequias na compilação dos provérbios de Salomão (Pv 25.1 a Pv 29.27) talvez remonta a 715 - 686 a.C., durante o avivamento espiritual liderado por esse rei temente a Deus. É possível que os provérbios de Agur, de Lamuel e os outros "sábios" também tenham sido compilados nesse período.

Propósito

O propósito do livro está bem esclarecido em Pv 1.2-7: dar sabedoria e entendimento quanto a comportamento sábio, justiça, discernimento e imparcialidade (Pv 1.2,3), de modo que (1) os simples sejam prudentes (Pv 1.4), (2) os jovens sejam inteligentes e ajuizados (Pv 1.4) e (3) os sábios sejam ainda mais sábios (Pv 1.5,6). Muito embora Provérbios seja basicamente um manual sapiencial sobre a vida de justiça e prudência, o devido alicerce dessa sabedoria é "o temor do SENHOR", como está explicitamente declarado em Pv 1.7.

Visão Panorâmica

O tema central de Provérbios é "sabedoria para um viver justo", sabedoria esta que começa com a submissão humilde do crente a Deus, e daí flui para todas as áreas da sua vida. A sabedoria em Provérbios (1) instrui a respeito da família, da juventude, da pureza sexual, da fidelidade conjugal, da honestidade, do trabalho diligente, da generosidade, da fraternidade, da justiça, da retidão e da disciplina; (2) adverte quanto à insensatez do pecado, das contendas, dos males da língua, da imprudência, da bebedeira, da glutonaria, da concupiscência, da imoralidade, da falsidade, da preguiça e das más companhias; (3) faz um contraste entre a sabedoria e a tolice, entre os justos e os ímpios, entre a soberba e a humildade, entre a preguiça e a diligência, entre a pobreza e a riqueza, entre o amor e a concupiscência, entre o certo e o errado e entre a vida e a morte.

Embora Provérbios, como os Salmos, não seja fácil de resumir como outros livros da Bíblia, há seções com estrutura definida. É o caso principalmente dos capítulos 1 - 9, com sua série de treze discursos apropriados para os pais em relação aos filhos quando estes atingem a adolescência. Com exceção de três desses discursos (ver Pv 1.30; 8.1; 9.1), os demais iniciam por "meu filho" ou "meus filhos". Esses treze discursos contêm numerosos preceitos importantes no âmbito da sabedoria para a juventude. A partir do capítulo 10, Provérbios contém diretrizes de peso a respeito dos relacionamentos familiares  (e.g. Pv 10.1; 12.4; 17.21,2; 18.22; 19.14,26; 20.7; 21.9,19; 22.6,28; 23.13,14,22,24,25; 25.24; 27.15,16; 29.15-17; 30.11; 31.1-31). Provérbios é um livro sobretudo prático, mas contém conceitos profundos de Deus. Deus é a personificação da sabedoria (e.g. Pv 8.22-31) e o Criador (e.g. Pv 3.19,20; 8.22-31; 14.31; 22.2); Ele é descrito como onisciente (e.g. Pv 5.21; 15.3,11; 21.2), justo (e.g. Pv 11.1; 15.25-27,29; 19.17; 21.2,3) e soberano (e.g. Pv 16.9,33; 19.21; 21.1). Provérbios termina com uma solene homenagem à mulher de caráter nobre (Pv 31.10-31).

Características Especiais


Oito características principais assinalam o livro de Provérbios. (1) A sabedoria da parte de Deus não está primeiramente vinculada à inteligência ou a grandes conhecimentos, e sim diretamente ao "temor do SENHOR" (Pv 1.7). Daí, sábios são aqueles que andam com Deus e observam a sua Palavra. O temor do Senhor é um tema freqüente através do livro de Provérbios (Pvcf. Êx 20.12,14,17; Dt 6.1-9). Pecados que violam o propósito de Deus para a família são expostos abertamente com a devida advertência contra eles. (6) Os destaques literários de Provérbios, a saber: o farto emprego de linguagem expressiva e figurativa (e.g. símiles e metáforas), paralelismos e contrastes, preceitos concisos e repetições. (7) A esposa e mãe sábia, retratada no fim do livro (cap. 31) é incomparável na literatura antiga, quanto à maneira elevada e nobre de abordar o assunto da mulher. (8) As exortações sapienciais de Provérbios são os precursores do Antigo Testamento às muitas exortações práticas das epístolas do Novo Testamento.

O livro de Provérbios ante o Novo Testamento

A personificação da sabedoria no capítulo 8 é semelhante à personificação do logos ("O Verbo") do Evangelho segundo João (cap. 1.1-18). A sabedoria (1) está empenhada na criação (Pv 3.19,20; 8.22-31); (2) está relacionada à origem da vida física e espiritual (Pv 3.19; 8.35); (3) tem aplicação prática à vida reta e moral (Pv 8.8,9) e (4) está disponível aos que buscam (Pv 2.3-5; 3.13-18; 4.7-9; 8.35,36). A sabedoria de Provérbios tem sua expressão plena em Jesus Cristo, a pessoa "maior do que Salomão" (Lc 11.31), que "para nós foi feito por Deus sabedoria..." (1 Co 1.30) e "em quem estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência" (Cl 2.3).

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BIBLIOGRAFIA
Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD, Edição de 1995, ano 2002, pp. 925, 926 e 927.

PESCAR EM AQUÁRIO É MAIS FÁCIL


Pensei em escrever algo sobre os" pescadores de aquário". Entenda-se por pescador de aquário aquele pastor que não quer ter o trabalho de ganhar almas e, depois, ensiná-las a sã doutrina. Geralmente são pastores autoproclamados como tais, sem visão do Reino de Deus e que administram suas igrejas como se fossem empresas. Vale salientar que a maioria não administra bem nem a própria casa.

O pastor "pescador de aquário" é, na verdade, um lobo que vive rondando os rebanhos alheios. Como não tem chamado para pastorear, logo não possui rebanho para cuidar e a saída, então, é pescar em aquário, ou seja, buscar almas em outras igrejas. O pior é que esse tipo de  elemento consegue arrebanhar muitas ovelhas (ou seriam bodes?), oferecendo, inclusive, vantagens financeiras.

O Pastor Gilmar Rampinelli me fez poupar palavras, pois publicou em seu Blog exatamente o que eu penso sobre o assunto em pauta. Assim, reproduzi o texto que segue logo abaixo:

impressionante como vários aspectos do Capitalismo entrou na prática de alguns seguimentos 'evangélicos'! Em algumas situações, não sabemos onde está a diferença, por exemplo, entre igreja e empresa. Marketing, produtividade, lucro, sucesso, desempenho, qualidade total, competitividade, concorrência, investimento... são algumas das novas palavras que se tem ouvido em muitos púlpitos e tribunas.

Hoje, distante do carisma da vocação, que contemplava homens e mulheres com disposição de seguir Jesus Cristo, vemos oportunistas, manipuladores e aproveitadores auto proclamando-se pastores, bispos, apóstolos, missionários, evangelistas e etc. (Mt 24.11). No afã de conquistar adeptos e seguidores, o que aumentaria o prestígio e o pretenso poder, tornam-se especialistas em pescar em aquário. São pessoas sem escrúpulo, sem ética, sem respeito, que se movem pela ganância e pela sede de prestígio e fama. Por mais santos que pareçam, são lobos vestidos de cordeiros (Mt 7.15). Por mais que pronunciem o nome do Senhor Jesus, seu deus é o ventre e o seu destino é arder no fogo eterno (Mt 7.22-23). No afã de conquistar adeptos e seguidores, pescam em aquário alheio, peixes doentes, indisciplinados, rebeldes, lhes oferecendo tapete vermelho, óleo da unção de mentira e batismo da falsidade.

A tarefa da igreja de Cristo nunca foi e nunca será estabelecer um balcão de negócios para negociar vidas e/ou ministérios.

A tarefa da Igreja de Cristo nunca foi e nunca será lançar redes em águas represadas ou em aquários.

A Igreja de Cristo nunca foi e nunca será 'bico' para frustrados, recalcados e aqueles que querem aumentar seus dividendos.

A tarefa da Igreja de Cristo e de seus pastores vocacionados é SERVIR, PERDER para ganhar, NEGAR A SI MESMO E TOMAR A CRUZ." 


Fonte: Blog do Pastor Gilmar Rampinelli